CAPÍTULO UM

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— Você vai adorar a cerveja amanteigada, Snape. E depois, nós vamos até a loja de doces mais famosa e mais deliciosa do mundo bruxo.

— Por Merlim, já é a décima vez que você me fala as mesmas coisas, Aurora. – ele revirou os olhos.

— Desculpa. – Aurora deu um sorriso bobo — Eu só estou animada por ser a primeira vez que alguém me acompanha aqui. E além disso, também é a sua primeira vez no vilarejo.

Snape estava totalmente desconcentrado enquanto a sua amiga da Grifinória dizia as suas palavras de empolgação. A mente de Severus estava em outro ambiente. Ao olhar para a mesma direção do olhar de Snape, Aurora percebeu a presença de Lily e James. Eles estavam se abraçando e sorrindo um para o outro.

— Eu acho que eles estão um pouco juntos. – Aurora cochichou — Ou são apenas amigos muito próximos.

— Nós somos amigos muito próximos mas não ficamos fazendo isso em público. – ele apontou para James e Lily se entreolhando como um casal apaixonado.

— Há várias maneiras de se levar uma amizade muito próxima. – ela falou. Snape abaixou a sua cabeça e passou a mão em sua testa — Eu prometo que vou calar a minha boca. Peço desculpas de novo.

— Não, Aurora. – Snape riu levemente — Talvez o que você esteja dizendo me faça desistir do que ainda sinto por ela.

— Isso é bom?

— Um pouco. – ele sorriu — Quer me guiar até o Três Vassouras ou jamais poderei experimentar a sua bebida favorita?

— Vamos para o paraíso!

Os estudantes caminharam até os Três Vassouras e adentraram o mesmo pela sua porta de entrada. Como era de costume, aquele estabelecimento estava lotado de alunos, professores e moradores do vilarejo. Aurora e Snape pediram as suas bebidas para Madame Rosmerta e sentaram em um dos poucos lugares vazios. Em questão de minutos, os dois adolescentes estavam desfrutando de suas bebidas deliciosas.

— É maravilhoso, Aurora. – Severus falou após tomar o primeiro gole da sua cerveja amanteigada.

— Nunca duvide das minhas sábias palavras, meu amigo. – ela sorriu. Snape desviou o olhar e a atenção de sua bebida para outro canto afastado dos Três Vassouras — O que está olhando?

— Eles não param de olhar para a nossa direção. – a felicidade desapareceu do rosto do garoto da Sonserina — Já estou vendo eles me perturbando novamente.

— Quem?

— Meus melhores amigos. – Snape revirou os seus olhos. Logo, com a sua reação, Aurora compreendeu de quem se tratavam eles — Especialmente o maldito Black que não consegue tirar os olhos de você.

James Potter, Sirius Black, Remus Lupin e Peter Pettigrew estavam em uma mesa ligeiramente longe de Aurora e Severus. Porém, isto não excluía o fato de que eles não paravam de rir e olhar para a outra mesa, sem parar. Aurora sentia um misto de indiferença e desdém pelo grupo de grifinórios, principalmente por Sirius Black.

— Eu não me importo nem um pouco. Inclusive, Sirius passou todo o último ano me mandando bilhetes anônimos. – Aurora riu — Eu não sabia que eram deles. A Marlene descobriu e me contou tudo.

— O que diziam os bilhetes?

— Não me diga que não consegue imaginar o que estava dito nos bilhetes.

— Patético. – Snape balançou a sua cabeça — E vocês se falavam quando ele te mandava esses bilhetes?

— Não.

— Talvez ele tenha a convicção totalmente errada de que todas as garotas de Hogwarts são apaixonadas e iludidas pelo esbelto Black. – ele ironizou.

— Sem dúvidas ele te mataria se ouvisse o que acabou de dizer. – Waterhouse bebeu um pouco de sua cerveja amanteigada.

Sirius se levantou da mesa em que estavam sentados ele e seus amigos e começou a caminhar em direção à mesa de Aurora e Snape.

— Olá, Aurora. – Sirius se sentou e deu um sorriso, seguido de um olhar rancoroso em direção ao garoto da Sonserina. — Por que está sentada com o Ranhoso?

— Porque ele é meu amigo. – a garota respondeu com um tom desafiador — Ao contrário de algumas pessoas da nossa escola, ele consegue ser um amigo agradável.

— Você deveria rever os seus conceitos de amizade.

— Diga-me o porquê.

— Ele é da Sonserina e você é uma nascida-trouxa. – Sirius apontou o seu dedo indicador para Snape — Os sonserinos não gostam de nascidos trouxas como você.

— Esse discurso é velho, Sirius. – ela ironizou a sua atitude e riu — Como você pode dizer algo tão conservador? Está parecendo até um legítimo da família Black. A sua mãe estaria orgulhosa.

— Não fale da minha família.

— Por que não? – ela encarou Sirius. O seu rosto demonstrava uma irritação obsessiva — Você vem até aqui para nos ameaçar e não quer se sentir ameaçado por nenhum de nós?

— É justamente porque eu não sou um legítimo da família Black que eu estou lhe dizendo para tomar cuidado com uma pessoa da Sonserina. Eu os conheço.

— Eu não me preocupo e nem ligo para o seu conselho, Sirius Black.

— Adeus. – ele se levantou da mesa e jogou um jornal bruxo ao lado de Aurora — E se não estiver nem um pouco preocupada, fique à vontade para ler isso.

A primeira página do Profeta Diário estampava uma das notícias que dizia que uma família trouxa havia sido brutalmente assassinada por um jovem bruxo e sangue-puro. Ao olhar para o jornal, Snape abaixou a sua cabeça e se calou por completo.

— Você não deveria ter feito isso. – Remus começou o seu sermão após ouvir sobre o jornal que Sirius deixou na mesa de Severus e Aurora — Você não percebeu mas acaba de ameaçar ela de uma forma indireta.

— Aluado, você está se doendo por alguém que não merece. – Sirius riu — Ela é corajosa demais para ter se sentido ameaçada com a minha atitude.

— Eu concordo com Sirius. – James sorriu e bateu duas vezes no ombro de seu melhor amigo — Você só avisou que ela precisa aprender que não se deve andar com pessoas que gostariam de vê-la morta.

— Se você realmente gosta da Aurora, o certo seria você apoiar o que Sirius acabou de fazer. – Peter falou, olhando para Remus.

— Você é meu amigo, Sirius, mas eu não sou obrigado a achar isso certo. – ele encarou Sirius. A sua expressão facial aparentava uma seriedade em cada palavra dita por Remus — E além disso, eu não gosto da Aurora como vocês acham que eu gosto. Eu só não acho isso certo. — Lupin gaguejou um pouco.

— Tente enganar outra pessoa. – James caçoou e fez todos rirem, menos Remus.

COURAGE - REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora