CAPÍTULO TRÊS

31.9K 3.3K 1.4K
                                    

Aurora Waterhouse despertou com todo o seu corpo dolorido. Ainda era madrugada e não havia ninguém acordado em seu dormitório. O objetivo da jovem não era acordar todas as outras meninas mas ela não conseguia parar de sofrer com a dor repentina em seu corpo.

Ela se contorceu, virou para um lado e para o outro de sua cama, deitou-se de costas mas não conseguiu parar a sua dor por sequer um minuto. Era como se alguém estivesse lançando uma maldição ou uma azaração em seu corpo.

A garota se sentou com as suas duas mãos apoiadas nos lençóis da cama. Ela tentou pensar em algo que estivesse causando a dor mas não tinha forças nem para fazer a sua mente funcionar. No entanto, ela ainda se lembrava da noite passada, na qual usou os seus poderes para ler a mente de Remus Lupin.

— Está tudo bem? – Dorcas se sentou em sua cama ao lado de Aurora. Ela foi a única que havia acordado devido ao desconforto da garota e percebeu a sua dor profunda — Andou usando os seus poderes?

— Sim. – Aurora respondeu, ainda batalhando contra o seu próprio corpo — Ontem à noite, eu quase desmaiei ao ler a mente de uma pessoa.

— De quem?

— Remus Lupin.

— Será que a mente dele era extremamente conturbada para causar uma dor intensa? – Dorcas pensou e causou uma risada fraca de Aurora — Nunca se sabe. Essa dor geralmente não acontece por causa dos seus poderes.

— Está doendo muito.

— Você quer que eu chame os monitores para te guiarem até a enfermaria? – ela perguntou, levantando-se de sua cama para procurar a ajuda dos monitores da Grifinória — Você não pode sair perambulando pelos corredores sem a ajuda de alguém.

— Chame alguém. — disse Aurora, fechando os olhos cansados à espera da ajuda dos monitores de sua casa.

Dorcas saiu em busca dos monitores da Grifinória, os mesmos eram Remus Lupin e Lily Evans. Depois de alguns minutos que a dor intensa de Aurora fizeram parecer séculos, Dorcas voltou sem ninguém ao seu lado.

A garota colocou uma de suas mãos no ombro direito de Aurora, o que chamou a atenção dela para abrir os seus olhos fechados por alguns instantes. Ao ver apenas Dorcas em sua frente, Aurora ficou decepcionada e a dor pareceu aumentar de repente.

— Eles estão te esperando lá embaixo.

— Você vai me ajudar a descer. – ela murmurou — Eu estou com a força de uma pessoa de duzentos anos.

— Claro. – Dorcas ofereceu a sua mão para ajudar Aurora a levantar de sua cama.

As duas garotas desceram as escadas até o andar de baixo. Aurora se segurava nos braços de Dorcas como uma criança nos braços de sua mãe. Elas chegaram na sala comunal da Grifinória e encontraram Remus Lupin sentado em uma das poltronas, analisando um pergaminho largado por um estudante da casa na noite anterior. Remus se levantou assim que viu as duas garotas se aproximando dele.

— E a Lily? – Aurora perguntou e Remus abaixou a sua cabeça. Talvez estivesse envergonhado diante da certa indiferença da garota em relação a sua presença.

— Ela estava em um sono tão profundo que eu resolvi não acorda-lá. – Dorcas comentou e riu — Mas veja pelo lado bom, Lupin está aqui para te levar até a enfermaria.

Remus e Aurora saíram da sala comunal da Grifinória através do buraco circular atrás do retrato da Mulher Gorda. Aurora se recusava a segurar sempre nos braços de Remus durante o caminho até a enfermaria mas ele não se importava com a atitude teimosa dela.

— Eu não sou tão incompetente desse jeito, Aurora. – Remus sorriu de uma forma simpática para não ser desagradável — E não vou te morder caso você fique segurando em mim.

— Escuta. Sou eu quem vou lhe morder se não parar com isso! – Aurora se irritou com Remus e com a sua dor ao mesmo tempo — Eu não te acho um incompetente. Pare de ser egoísta consigo mesmo.

— Está lendo a minha mente, de novo.

— Estou. – ela se acalmou após ouvir o egoísmo do garoto — Eu já disse que não consigo me controlar. – Waterhouse leu a mente dele e se irritou novamente — Você está pensando que eu te acho inútil, de novo! Pare!

— Por que fica tão irritada? É a minha opinião, Aurora! – Remus se irritou.

— É uma opinião ridícula. – a garota segurou firme nos braços do garoto ao seu lado — Não seja bobo em acreditar nela.

Remus se calou por completo após a última palavra de Aurora diante da enfermaria. Eles entraram e viram Madame Pomfrey vindo rapidamente na direção deles. Os seus olhos aparentaram preocupação ao ver a senhorita Waterhouse apoiada nos braços do monitor da Grifinória.

— O que lhe aconteceu? – a Madame Pomfrey perguntou ao guiar Aurora até uma das macas da enfermaria.

— Estou com uma dor muito forte em todo o meu corpo.

— Dumbledore me contou sobre as suas dores repentinas. – ela mencionou o diretor de Hogwarts e Aurora arregalou os olhos ao perceber que mais uma pessoa sabia da existência de seus poderes — Graças ao bom Merlim, eu tenho a poção certa para você.

Madame Pomfrey ofereceu uma poção diferente e totalmente desconhecida para Aurora, que bebeu a mesma sem preocupações, apenas para curar imediamente a sua dor insuportável.

Após alguns minutos, a sua dor havia passado e ela sentia como se nada havia lhe acontecido no dormitório ao ter acordado. Remus ainda estava cumprindo o seu papel como o monitor da Grifinória e havia se sentado em uma poltrona ao lado da maca em que Aurora havia se deitado após tomar a sua poção milagrosa.

Após pensar por um tempo, Remus se lembrou do pergaminho que estava lendo na sala comum de sua comunal. Ele se tratava de uma notificação do time de Quadribol para a senhorita Aurora Waterhouse ser a nova artilheira. Remus deu uma risada espontânea ao pensar na reação de James e Sirius quando soubessem da nova notícia.

— Tenho algo que possa deixa-lá um pouco menos irritada comigo. – ele murmurou. Ainda estava com ressentimentos devido à alteração e falta de paciência de Aurora. Porém, ele entregou o pergaminho do capitão do time de Quadribol da Grifinória para a garota.

— Eu fui convocada para ser a nova artilheira da Grifinória. – ela sorriu ao ler todo o pergaminho e se sentiu um pouco mais feliz com a notícia — O meu primeiro jogo é semana que vem.

— Nunca alguém foi chamado tão rápido em um teste para o time de Quadribol como você.

— Ler mentes não é o meu único talento como uma bruxa, Lupin.

Aurora piscou um dos seus olhos em direção ao garoto. Ele se assustou com a sua atitude e sentiu um arder em seu rosto, o que lhe causou um sorriso tímido como uma espécie de disfarce para a sua vergonha momentânea.

COURAGE - REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora