Uma semana se passou desde a visita de Aurora Waterhouse à casa de Sirius Black. E agora faltavam exatamente três semanas para o início do semestre na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e Aurora já sentia o peso do sexto e penúltimo ano em suas costas. Nas últimas semanas, Waterhouse havia recebido cartas de seus amigos que foram enviadas por corujas, com presentes maravilhosos como chocolates, balas e bolos do mundo mágico.
— Aurora? – as batidas na porta do quarto interromperam os pensamentos longes de Aurora. A garota se ergueu da sua cama e abriu a porta do seu quarto, tendo a visão do seu irmão mais novo, Edward — A mamãe mandou te entregar. Uma coruja quase quebrou a nossa janela, deve ser importante.
— Obrigada, Eddie. – Aurora agradeceu e pegou a carta na mão do irmão. O menino de dez anos ainda continuou parado na porta mesmo após o agradecimento da irmã — O que você quer?
— O papai pediu para ficar de olho na sua carta. Ele acha que você está namorando alguém da sua escola. – Edward cochichou.
— Você não vai ficar se intrometendo na minha vida.
— Então é verdade? – o menino cruzou os braços em uma pose debochada — Você está namorando com um garoto da sua escola.
— Não te interessa, menino. – Aurora fechou a porta rapidamente.
A garota voltou a se sentar em sua cama e rasgou o envelope amarelo da carta, largando o mesmo para um canto da sua cama desarrumada. Ela desdobrou o pergaminho e começou a ler a carta com uma leve empolgação em sua voz suave.
Aury,
Eu não me lembro de ter te contado alguma vez mas o meu pai trabalha no Ministério da Magia e ele conseguiu algumas entradas para a final da Copa Mundial de Quadribol - isso mesmo que você leu! Eu sei que você ama Quadribol e pensei em te convidar para ir conosco. Meu pai também convidou Sirius e James para irem conosco e ele acha melhor você mostrar essa carta ao seus pais para ter a autorização deles. Se eles deixarem você ir, mande uma carta assim que terminar de ler esta aqui. Se eles não deixarem, mande assim mesmo.
Abraços, Remus Lupin.
Aurora deu um sorriso radiante ao terminar de ler a carta. Ela pensou em escrever a resposta mas os seus pais precisariam autorizar a sua ida para a Copa Mundial de Quadribol então, ela desceu correndo as escadas do seu quarto e assustou a sua mãe, o seu pai e o seu irmão com a sua velocidade e felicidade mútuas.
— Mãe! Pai! – ela disse com a voz ofegante e se sentou em uma das cadeiras na mesa para se juntar com a sua família.
— Você está fugindo de alguém? – o senhor Waterhouse perguntou com o seu bom humor e reparou na carta na mão de sua filha. Aurora lhe estendeu a carta e o pai leu rapidamente — Quem é Remus Lupin?
— Um amigo.
— O pai dele trabalha no Ministério da Magia? Eles também têm um ministério? – o pai de Aurora exclamou e passou a carta para as mãos da senhora Waterhouse — Eu estou surpreso.
— Eu posso ir? – Aurora perguntou com as mãos trêmulas de ansiedade — Vocês sabem que eu vou me comportar.
— Não sei, Aurora. Você vai ficar tanto tempo longe de nós. – a mãe de Aurora contestou.
— Os pais deles são responsáveis.
— Como sabe disso?
— Remus é responsável. Os pais dele devem ser responsáveis também. – Aurora comeu um pouco do seu café da manhã — Por favor! Eu amo Quadribol e é uma oportunidade única, daquelas que não se pode negar. Sirius te contou sobre o Quadribol e você ficou curioso. Eu prometo tentar tirar fotos se vocês me deixarem ir. – Aurora deu um sorriso.
— Está bem. – o pai de Aurora assentiu e a garota fez um viva em cochicho — Mas, você vai tentar tirar as fotos e vai prometer que não vai deixar de se comportar. O pai desse garoto deve ser importante.
— É, ele deve ser importante. Enfim, eu prometo que vou me comportar.
— Ótimo. – ele mordeu um pedaço de sua maçã verde e encarou a sua filha mais velha — E por que ele te chama assim?
— Do que está falando? – Aurora fingiu estar desentendida do assunto.
— O seu amigo te chamou de um apelido um pouco íntimo.
— Ele é apenas um amigo. – Aurora deu um sorriso tímido — A maioria dos meus amigos em Hogwarts me chamam assim. — mentiu ela.
Por volta do meio-dia do dia seguinte, os pertences de Aurora estavam prontos para a viagem até a Copa do Mundo de Quadribol quando Remus veio buscar Aurora com os seus pais. O pai de Aurora ficou realmente desconfiado quando o garoto ousou em beijá-la mas Aurora impediu por questão de milésimos. Após se despedir de sua família, Aurora e a família Lupin foram de carro até uma vizinhança mais afastada onde moravam Remus e a sua família.
— Por que não me deixou te beijar? – Remus perguntou com um sorriso desconfiado.
— Eu não contei para eles. – Aurora respondeu e entrou na casa dos Lupin após os pais de Remus — É uma questão de tempo até o meu pai se acostumar com um beijo. Entende?
— Não. – Remus riu e entrou em sua casa — Nós já vamos sair de novo. O meu pai esqueceu uma mochila e James e Sirius também ficaram nos esperando. É uma pena que Peter não conseguiu vir para cá, ele está viajando com a mãe.
— Ouvimos nossos nomes!
Sirius e James desceram uma escada e sorriram ao ver Aurora e Remus. Os dois garotos cumprimentaram Aurora com um abraço.
— Vamos, crianças. – o senhor Lupin abriu a porta de sua casa — É uma boa viagem até chegarmos na Chave de Portal.
— Quê? – James perguntou.
— Chave de Portal. – Aurora explicou — São usadas para transportar bruxos de um lugar para outro em horários certos.
— Muito obrigada, Aurora. – James deu um sorriso fraco — Você é inteligente.
— Nós aprendemos sobre os portais no ano passado, James. – Remus falou e causou a risada de Sirius e Aurora.
— Talvez eu não estava prestando atenção nessa aula – James deu de ombros. — Ou ocupado com outra coisa.
— Ele quer dizer Lily Evans com outra coisa – disse Sirius, provocando o melhor amigo.
O grupo de bruxos começou a caminhar por uma estrada de árvores. Eles já estavam ficando sem fôlego para conversar ou rir quando começaram a subir um morro enorme, tropeçavam sem querer em algumas tocas de coelho escondidas e escorregavam em tufos de grama escura. As pernas de Aurora doíam e alguns suspiros cansados saíam de sua boca quando finalmente eles chegaram na crista do morro.
— Ali. – Aurora viu uma bota imunda e velha e apontou para ela.
— Você achou a Chave de Portal. É difícil de encontrar ela, meus parabéns. – o senhor Lupin deu um sorriso e Aurora retribuiu — Vocês só precisam tocar na bota. Só basta um dedo.
Com dificuldade, por causa das volumosas mochilas em suas costas, os bruxos e bruxas se agruparam em torno da velha bota que o senhor Lupin segurava em suas mãos.
— Três. – murmurou o senhor Lupin, olhando o seu relógio — Dois. Um.
Aconteceu algo estranho. Aurora teve a sensação de que estava sendo sugada por um furacão. Os seus pés deixaram o chão e ela sentiu o ombro dos outros bruxos ao seu lado se tocando ao seu ombro. E então os seus pés pousaram no chão, Aurora esbarrou em James e caiu.
— Chegamos!
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COURAGE - REMUS LUPIN
FanfictionEm meados da década de 1970, a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts se tornou a segunda casa de Aurora Waterhouse, uma nascida-trouxa que tinha sido agraciada por uma habilidade conhecida como legilimência. Pertencente à Grifinória, a bruxa se enq...