CAPÍTULO VINTE E SETE

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Qualquer pessoa conseguia perceber que Aurora Waterhouse estava terrivelmente abalada com a morte de sua melhor amiga. A garota resolvera se isolar de tudo e de todas as pessoas, até mesmo de quem a ajudaria a esquecer um pouco dessa tragédia.

Ela não entendia.

Simplesmente, Aurora não conseguia raciocinar o porquê de coisas ruins estarem acontecendo a todo momento em sua vida. A garota pensou na hipótese da sua companhia azarar as pessoas em sua volta, ela sentia medo dos próximos acontecimentos. Ela se culparia durante toda a sua vida se algo ruim acontecesse com Remus, Sirius, Lily, James, Edward ou Marlene.

Aurora queria evitar o pensamento, mas ela não conseguia parar de se culpar pela morte de Dorcas.

Ela teria sobrevivido se eu fosse rápida em um feitiço contra Peter ou até mesmo se não tivesse se jogado em minha frente, Aurora pensava a todo momento, eu sou completamente azarada.

O funeral de Dorcas aconteceu há uma semana e Aurora ainda não acreditava na fatalidade. Ela tentou se consolar a todo segundo se lembrando do discurso de Alvo Dumbledore durante o funeral da garota da Grifinória. Ele disse para que os alunos permanecessem fortes, confiantes e unidos com os seus amigos porque o momento das Trevas iriam ter o seu término em um futuro muito próximo.

Porém, as palavras de um grande bruxo não aliviou o coração apertado e aflito de Aurora. A jovem permanecia o tempo todo em sua cama no dormitório feminino, se culpando e cedendo às lágrimas.

— Aurora.

— O que foi? – ela soluçou. Não se importava nem um pouco com a identidade de quem havia chamado o seu nome.

— Os garotos me pediram para lhe avisar sobre uma reunião. – Aurora reconheceu a voz suave de Lily ecoando no dormitório silencioso. A loira colocou a sua cabeça para fora do cobertor e Lily continuou com o seu recado — Nós precisamos de você conosco. É importante.

— A minha resposta é não vou porque estou ocupada. – ela entonou a fala.

— Por favor, Aurora, eu não lhe incomodaria se não fosse algo realmente sério. Nós queremos a sua presença justamente para conversar sobre essa tragédia e descobrir como evitar outras da mesma maneira. – Lily implorou — Eu sei a dor de perder alguém muito importante mas não podemos deixar de lado a luta para evitar que coisas piores aconteçam conosco. Eu não pediria se não fosse importante, você me conhece, Aurora.

Aurora pensou em negar pela segunda vez mas o seu coração contrariou a sua decisão. Ela precisava achar uma forma de impedir que fatalidades como a morte de Dorcas aconteçam com outros bruxos.

— Está bem.

— Obrigada.

A garota de cabelos emaranhados e longos se levantou de sua cama com uma certa dificuldade, arrumou as suas vestes bagunçadas e amassadas e passou a mão em seu rosto para limpar as suas lágrimas. Ela e Lily caminharam em silêncio até o sétimo andar e Aurora se manteve ciente de que iriam para a Sala Precisa. As duas garotas colocaram em mente algo que precisassem imensamente e uma porta lustrosa surgiu na parede do corredor vazio.

Remus, Sirius, James e Marlene estavam naquele estabelecimento empoeirado.

— Eu não quero falar com ninguém. – Aurora disse, olhando para Lily e se lembrando da falta de confiança de seus amigos quando ela descobriu a verdade sobre Peter — Apenas vim pela memória de Dorcas.

— Peter não vem. – Lily afirmou.

— Ótimo. – Sirius ironizou e chamou a atenção de Aurora que se aproximou em silêncio — Nós perdemos um aliado por culpa de uma pessoa sem controle.

Aurora sentiu palpitações em seu coração e as suas mãos tremiam de ódio. Ela cerrou os punhos e socou o nariz de Sirius, nem se importando se ele era o seu melhor amigo, ele não confiou em sua palavra e afirmou que Aurora era uma pessoa sem controle de seus atos.

— Não brinque comigo, Sirius Black. – ela murmurou enquanto balançava a sua mão que doía por conta do impacto com o rosto do garoto — Eu não sou descontrolada. Se você prefere acreditar em alguém que está por trás da morte de Dorcas ao invés de acreditar em mim, o problema é seu.

— Isso porque não queria falar com nenhum de nós. – Sirius retrucou.

Aurora ameaçou dar um outro soco em Sirius mas James a impediu com uma mão segurando o seu braço. Ela olhou com desdém para Sirius e se afastou de todos os estudantes. Enquanto Lily pronunciava sobre o assunto da reunião, Aurora colocou a sua mão esquerda sobre a mão direita para curar o machucado causado pelo soco.

— Eu não sabia que você podia curar machucados.

Remus se aproximou lentamente de Aurora e se sentou ao lado da garota no chão da Sala Precisa.

— Eu quero ficar em silêncio por um tempo.

— Tudo bem. – Remus se calou e abaixou a sua cabeça.

— Podemos ser rápidos? – Sirius perguntou. Ele pressionava um pano molhado de sangue em seu nariz — Está doendo. – ele olhou de relance para Aurora.

— Nós resolvemos realizar essa reunião para criar uma organização para evitar acontecimentos como a morte de Dorcas. Antes de tudo, Dumbledore sugeriu essa ideia durante o funeral dela, nós precisamos unir o máximo de bruxos possível para acabar com os planos de Lord Voldemort e os seus seguidores. – James explicou e olhou para Lily ao seu lado.

— Nós só conseguiremos acabar com eles com a nossa união. Ele pode ter muitos seguidores mas nós temos mais do que apenas loucos que seguem os nossos mandamentos.

— Temos narizes. – Sirius ironizou — Na verdade, eu quase perdi o meu nariz depois do soco de Aurora.

— Cala a boca, Sirius. – Aurora mandou. — Nós temos muito mais. Nós temos a determinação, a bondade e o amor em nossos corações. Amor é a única coisa que Voldemort nunca teve em sua vida, e isso vai permitir a nossa vitória contra ele. Dorcas não foi a única a ser morta e não será a primeira, nós precisamos impedir que ele acabe com todo o nosso mundo.

— E como vamos fazer isso? – Marlene perguntou.

— Lutando.

COURAGE - REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora