Cada som ouvido ao lado de fora da Toca deixava Aurora ansiosa e a mulher sentia o seu coração afundando em seu peito. Ao seu lado, Hope caminhava de um lado para o outro e torcia os dedos das mãos por puro nervosismo.
Ela se sentou no sofá da sala de estar e afundou o rosto nas mãos. Aurora soube na hora que a jovem chorava, tensa com a situação.
— Você está me deixando mais nervosa do que eu já estou, Hope. – Aurora apoiou a mão no ombro da filha — Eles estão bem.
— Eu estou com um mal pressentimento. – Hope soluçou — Eu não me sinto assim desde aquele dia no Departamento de Mistérios. Isso não é bom.
Sentando-se ao lado de Hope no sofá, Aurora segurou firmemente a mão da filha, desejando que o mal pressentimento não fosse algo para maiores preocupações, e que alguém retornasse em breve para a Toca.
Um estrondo alertou Molly, Aurora, Gina e Hope no interior da residência. Hope se alertou antes de todas as outras mulheres e correu, em desespero, até o quintal. Aurora a seguiu, deparando-se com Hagrid e Harry ofegantes por conta da viagem.
— Onde estão os outros? – Hope ofegou.
— Como assim? Ninguém mais voltou? – Harry parecia confuso.
A resposta estava claramente estampada nos rostos pálidos de Aurora, Molly e principalmente, Hope. De relance, Aurora leu os pensamentos da jovem e entendeu as suas preocupações em relação à George e Remus.
— Os Comensais da Morte estavam à nossa espera – contou Harry — Fomos cercados. Eles sabiam que era hoje que iriam me trazer até aqui.
— Graças aos céus vocês estão bens – disse Molly, puxando o menino para um abraço.
Todos entraram de volta à casa, exceto Hope, ainda angustiada com a demora dos outros bruxos. Ela sentou-se na beira de uma das janelas exteriores e Aurora notou que ela roía as unhas.
— George e Remus estavam juntos. – Hagrid avisou Aurora e ela deu um sorriso fraco, agradecendo a informação — Eles vão voltar muito em breve.
— Alguém chegou! – Gina exclamou.
Uma luz azul brilhou na escuridão: foi crescendo e se intensificando, Remus e George apareceram aos rodopios e, em seguida, caíram no chão. Aurora percebeu imediatamente que havia alguma coisa errada: Remus vinha carregando George, que estava inconsciente e tinha o rosto ensanguentado.
Hope e Harry correram para os dois e, juntos, eles carregaram o rapaz para dentro de casa, e da cozinha para a sala de visitas, onde o deitaram no sofá.
A filha de Aurora se ajoelhou diante do George e Molly se curvou até ele e então, Aurora teve a visão do jovem e o seu estômago revirou ao ver que ele havia perdido uma orelha. O lado de sua cabeça e o pescoço estavam empapados de sangue.
— O que aconteceu com ele? – Aurora encarou o marido, que ofegou e correu os olhos até o encontro de Harry.
Nem mesmo obtendo a chance de uma resposta, a mulher assustou-se ao ver Remus segurando Harry pelo braço e arrastando o garoto para a cozinha. Aurora sabia bem que o marido desconfiava da identidade de Harry.
— Que criatura estava em um canto na primeira vez que Harry Potter visitou o meu escritório em Hogwarts? – perguntou Remus — Responda!
— Um grindylow em um tanque.
O homem soltou Harry e recuou de encontro ao armário da cozinha.
— Fomos traídos. – ele falou, tenso — Voldemort sabia que íamos transferir você hoje à noite. Estava verificando se você não era um impostor.
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COURAGE - REMUS LUPIN
FanfictionEm meados da década de 1970, a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts se tornou a segunda casa de Aurora Waterhouse, uma nascida-trouxa que tinha sido agraciada por uma habilidade conhecida como legilimência. Pertencente à Grifinória, a bruxa se enq...