CAPÍTULO TRINTA

11.3K 1.2K 644
                                    

Aurora Waterhouse e Sirius Black aguardavam sofregamente no exterior da enfermaria por conta do sermão de Madame Pomfrey por desejarem a presença deles ao lado de Remus. Por uma brecha na porta antiga do local, Sirius conseguiu observar os cuidados afáveis da mulher com o seu melhor amigo, já que o mesmo estava debilitado e com ferimentos extremamente severos. O seu amigo, Sirius, que o acompanhava em todas as aventuras de transformação lupina com James e Peter, jamais havia visto Remus de uma maneira tão lamentável e se sentia mal por não estar junto a ele.

— Eu não vejo o porquê de termos de esperar para ver ele. Nós o conhecemos, ela deveria ter o mínimo de compaixão. – Sirius zangou-se com a atitude da enfermeira. Por outro lado, Aurora não a culpava por sua atitude, a mulher odiava que os alunos atrapalhassem o seu serviço na enfermaria — Não acha, Aurora?

— Eu acho que você precisa se acalmar, Sirius. Ele está  muito machucado e precisa se recuperar sem que a gente acabe o atrapalhando, talvez a Madame Pomfrey esteja certa. – Aurora refutou o seu amigo e ele fez uma expressão facial de quem não havia gostado muito da opinião da garota — Não dou cinco minutos para ela acabar com o seu trabalho e nos deixar ver Remus.

— Merlim te ouça.

A garota de cabelos áureos sentou-se no chão gelído em frente à enfermaria e aguardou a chamada de Madame Pomfrey ou de suas ajudantes. Passaram-se aproximadamente sete minutos e a porta do nosocômio se abriu junto a imagem da matrona da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

— Vocês podem entrar. Mas, irei permitir que fiquem apenas por dez minutos com o meu paciente, ele precisa descansar muito para ter uma boa recuperação. – ela declarou aos adolescentes, olhando-os com plena atenção e seriedade. Enquanto Sirius reclamava ao seu eu interior sobre o tempo breve, Aurora apenas assentiu com a sua cabeça e caminhou logo após a enfermeira para o interior do local.

— Obrigada. – Aurora agradeceu e virou-se para Sirius — Não reclama ou ela vai acabar nos expulsando.

Sirius deu de ombros em relação ao conselho de Aurora e permaneceu reclamando internamente mesmo estando ciente de que a garota lia a sua mente a todo momento. Eles se aproximaram de Remus deitado na maca da enfermaria e Aurora segurou a sua mão em um gesto protetor e carinhoso. O garoto não reagiu, ele estava adormecido devido aos remédios dados por Madame Pomfrey.

— Eu espero que ele fique bem o mais rápido possível.

— Eu também. – Sirius forçou um sorriso — Às vezes, eu me pergunto o porquê de pessoas tão boas sofrerem tanto. Olhe só para ele, é incrível com todo mundo mas fica todo ferrado depois de suas transformações. Você também é uma pessoa maravilhosa mas já passou por tantas coisas ruins.

— Eu acho que as pessoas que não são boas também sofrem muito. Pelo contrário, elas não seriam más. – Aurora explicou — Mas, eu também não sei a resposta para a sua pergunta – ela soltou a mão de Remus mas ele a agarrou com força, assustando a sua namorada.

— Ele está acordado?

— Não sei. – Aurora sibilou e aproximou o seu rosto de Remus — Estou achando que ele quer dizer alguma coisa.

Sirius e Aurora escutaram em silêncio alguns sussurros vindos dos lábios brancos de Remus. Por outro lado, eles não os entendiam até observar a boca do garoto que espumava lentamente. Sirius arregalou os seus olhos e Aurora se apavorou por completo ao presenciar a situação.

— Ela o envenenou! – Sirius exclamou com a voz rouca.

— Eu preciso de um bezoar! Agora!

— O que diabos você vai fazer com um bezoar? – Sirius perguntou enquanto vasculhava incansavelmente os armários da enfermaria na procura de um bezoar.

— Eu não tenho culpa se você não prestou atenção nas aulas de Poções. Anda rápido!

— Achei. – Sirius correu para se manter próximo de Aurora e entregou o bezoar para ela. Ele observava com atenção a atitude de sua melhor amiga.

Aurora forçou o bezoar com dois dedos e o empurrou para baixo a garganta de Remus. O garoto tossiu enquanto um barulho de objetos caindo ao chão ecoou por toda a enfermaria. Sirius se atentou enquanto Aurora verificava se o bezoar atuara contra o veneno imposto por Madame Pomfrey. A mente de Aurora apenas se perguntava o motivo para a matrona ter envenenado um de seus pacientes.

— Estou com um pressentimento ruim. – Aurora comentou e olhou para Sirius — Fique com a varinha em mãos.

— Vocês são prevenidos.

A voz de Alvo Dumbledore ecoou por toda a enfermaria. Por um minuto, Aurora desconfiou da imagem do diretor da escola mas Sirius o concedou confiança sem problemas. Para a garota, Dumbledore nunca surpreenderia os alunos na enfermaria à meia-noite e alguns minutos, ainda mais sem o seu jeito formal e calmo. Ela pensou por algum tempo e voltou a se concentrar nos olhos de Dumbledore para ler a sua mente, definitivamente, aquela mente perturbada não era do diretor de Hogwarts. Então, a garota sacou a sua varinha e surpreendeu o homem com um feitiço para estuporar o seu corpo, assustando Sirius.

— Aurora, você estuporou o Dumbledore! – ele deu um grito desesperado.

— Não é o Dumbledore. – ela sussurrou e lançou um feitiço para virar o corpo do homem — Olhe só para o rosto. Ele está sob o efeito de uma poção, é óbvio, Sirius.

— Ele é um dos seguidores de Voldemort.

— Precisamos chamar alguém.

— Vocês não irão chamar ninguém.

Uma voz feminina e maléfica soou e deu uma risada gélida e mortal, que causou arrepios em Aurora. Era a mesma risada do seu pesadelo em que a sua família inteira havia sido torturada e assassinada por uma mulher psicopata e horrorosa. Por outro lado, Sirius conhecia bem a quem pertencia a voz tenebrosa e a risada sarcástica.

— Bellatrix.

— Não diga o meu nome, traidor! – a mulher saiu em meio à escuridão e gritou enquanto tentava se aproximar de Aurora — Uma sangue-ruim.

— Fique longe dela. – Sirius anunciou.

— O que vai fazer se eu me aproximar dela?

— Eu te mato. – Remus falou atrás do corpo de Aurora. A garota conseguira o reanimar e sentiu um alívio rápido por seu feito com o bezoar. Ele ainda tinha uma expressão de fragilidade em seu rosto mas estava forte o bastante para ameaçar Bellatrix.

— Com licença mas eu não preciso que ameacem ela por mim. Eu me viro. – Aurora passou à frente de Sirius e Remus e apontou a sua varinha em direção à bruxa de cabelos pretos e desarrumados — Crucius!

A maldição de Aurora fez Bellatrix ir ao chão e se debruçar devido ao choque inicial do feitiço. O objetivo de Aurora não era amaldiçoar a mulher mas o seu ódio falava mais alto do que a sua aflição em sofrer consequências por ter usado um feitiço tecnicamente proibido. Os rostos dos garotos possuíam expressões diferentes, enquanto Sirius ria disfarçadamente, Remus se espantou com a atitude de sua namorada.

— Você quer um duelo de maldições, sujeitinha de sangue-ruim? – ela exclamou, levantando-se com um grande esforço de seu corpo.

— Pode vir. – Aurora a encarou sem medo — Eu não tenho medo de você.

— Você quem sabe. – Bellatrix rangeu os dentes — Eu vou lhe dar o prazer de morrer pelas minhas mãos!

COURAGE - REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora