Duas semanas se passaram desde os acontecimentos fatais na Copa Mundial de Quadribol. Todos os jornais estavam noticiando sobre o início de uma jornada sombria no mundo dos bruxos, o Profeta Diário dizia que o Ministério da Magia estava procurando todos os envolvidos com atividades ilegais, ou melhor, com as Trevas.
— Terra chamando Aurora. – Remus encostou a sua mão fria no braço pálido de Aurora — O que você tem?
— Nada, só estou preocupada.
— O seu irmão não parece nem um pouco preocupado. – ele apontou o dedo indicador para o irmão de Aurora que comprava guloseimas no carrinho de doces dentro do trem — Ele está ansioso.
— É, eu fico feliz por ele. – Aurora deitou a sua cabeça no ombro de Remus — É uma pena que ele não saiba o que está acontecendo ao seu redor.
— Aurora. – Remus se curvou para olhar a garota — Quantas vezes eu já disse para você não se preocupar com isso?
— É impossível. – Aurora murmurou — Tem pessoas morrendo. Nós poderíamos ter morrido naquele acampamento.
— Mas não morremos.
— Você acha mesmo que o Ministério da Magia vai acabar com tudo? Eles são perigosos, Remus, você não entende. Eles são mais perigosos do que nós imaginamos.
— Vocês querem?
O irmão de Aurora adentrou o vagão com a sua mão cheia de doces bruxos. Ele ofereceu para Remus e Aurora que aceitaram sem pensar duas vezes, Ed se sentou no banco macio do vagão e começou a devorar os seus doces. Aurora pensou em continuar a sua conversa com Remus mas desistiu ao ver a expressão de felicidade no rosto de seu irmão. Ela não estava nem um pouco afim de estragar o momento feliz de uma criança.
— Os seus pais devem estar orgulhosos. Dois bruxos em uma família inteira de trouxas.
— Por que ele chamou a nossa família disso, Aurora? – Ed arregalou os olhos enquanto comia o seu sapo de chocolate delicioso. Aurora e Remus começaram a rir.
— Trouxas são pessoas que não são mágicas. Eu e você somos de uma família de trouxas mas nascemos com a magia presente em nós. – Aurora explicou.
— Entendo.
— Qual você acha que vai ser a sua casa, Eddie? – Remus perguntou ao menino de onze anos.
— Quero ser da Grifinória como vocês. Mas, eu também gosto da Corvinal.
— A casa dos inteligentes. – Remus deu um sorriso encantador — As duas casas são ótimas. Espero que você tenha sorte na seleção.
— Obrigado. – Ed agradeceu e olhou para a irmã mais velha — Posso fazer uma pergunta?
— Não. – Aurora respondeu.
— Claro. – Remus lançou um olhar indignado para Aurora — Faça a sua pergunta.
— Vocês estão namorando?
Aurora e Remus se entreolharam e um sorriso fraco surgiu nos lábios dos dois adolescentes de dezesseis anos.
— Eu já falei para não fazer essas perguntas.
— Qual é o problema? – Ed cruzou os seus braços.
— Nós ainda não pensamos se estamos namorando. Aliás, você me deu uma ideia, Eddie. – Remus fez um high-five com o irmão de Aurora.
— O que vocês estão aprontando?
Remus se levantou do banco do vagão e estendeu a sua mão para Aurora. A garota se levantou com a ajuda do monitor da Grifinória e ele continuou segurando a sua mão enquanto Edward ria e se divertia com a situação.
— Aurora Waterhouse. – Remus passou o braço pela cintura de Aurora — Nós precisamos oficializar as coisas. Então, você aceita namorar comigo?
— Remus Lupin. – Aurora riu — Você nem precisava me perguntar.
— Posso entender a sua resposta como um sim?
— É claro. – ela beijou o seu namorado após ele dar um sorriso — Agora, você pode parar de me agarrar na frente do meu irmão? Ele é só uma criança.
— Você quem manda.
Remus e Aurora se sentaram e receberam o olhar sarcástico de Edward. Eles continuaram a conversar sobre Hogwarts e Aurora colocou um certo medo em seu irmão após dizer que haviam matérias extremamente difíceis na escola. Por outro lado, Remus dizia sem parar que ele iria ser um excelente aluno.
O expresso de Hogwarts parou após algumas horas de viagem e todos os alunos desceram para serem guiados ao castelo. Edward estava extremamente nervoso e seguiu com os outros alunos primeiranistas até os seus pequenos barcos.
— Você é uma péssima irmã.
— Você vai ver quem é o pior irmão da história. – Aurora caminhou até as carruagens puxadas por testrálios, criaturas invisíveis que só podiam ser vistas por alguém que já viu a morte de perto — A primeira carta que ele mandar vai ser para os nossos pais e ele vai contar sobre o nosso namoro.
— Ele me prometeu que não iria contar.
— Vocês combinaram aquilo? – Aurora leu a mente de Remus e ele concordou com a cabeça — Vocês são terríveis.
— Se ele contar, não tem nenhum problema.
— Claro. O meu pai já desconfia desde quando você quase me beijou na frente dele. – a garota revirou os seus olhos e subiu na carruagem — Não tem nenhum problema mesmo.
— Achamos você, Remus.
Sirius, James e Peter vinham correndo com os rostos cansados em direção da carruagem. Eles se sentaram e os testrálios seguiram até o castelo.
— Eu me sinto um testrálio.
— Como é que é, Aurora? – Sirius perguntou.
— Vocês só falaram com Remus, eu me sinto invisível como os testrálios.
— O que são os testrálios? – Peter perguntou com um tom desconfiado.
— Eu sou a única que presta atenção nas aulas e nos livros? – Aurora arregalou os seus olhos — Testrálios. São essas coisas que puxam as carruagens até o castelo e são invisíveis.
— Eu achava que as carruagens estavam enfeitiçadas para andarem sem algo as puxando.
— Eu devo ser a única pessoa que presta atenção nas aulas e nos livros.
Ao chegaram ao castelo, os cinco adolescentes seguiram até o Salão Principal e se sentaram juntos na mesa da Grifinória. A cerimônia de Seleção não demorou a começar e o irmão de Aurora foi o primeiro a ser chamado pela professora Minerva McGonagall, o seu nervosismo ainda estava explícito quando o Chapéu Seletor foi colocado em sua cabeça e analisou as suas qualidades e características por mais de cinco minutos.
— Grifinória!
Aurora, Remus e toda a mesa da Grifinória explodiu em aplausos de comemoração. O garoto se reuniu com os Marotos e com a sua irmã na mesa e estava paralizado por conta de sua felicidade. Sirius ria sem parar da reação do novo aluno da Grifinória.
— Você me deve os galeões, Edward. – ele falou e recebeu o olhar de censura de Aurora ao seu lado — O que é, Waterhouse?
— Não leve o meu irmão para o mau caminho.
— É só uma aposta!
— Você começou com só uma aposta e nunca mais parou de apostar em tudo.
O garoto cedeu, e voltou a comemorar a chegada de mais um novo estudante para a Grifinória, juntamente com os seus antigos colegas de casa.
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COURAGE - REMUS LUPIN
FanfictionEm meados da década de 1970, a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts se tornou a segunda casa de Aurora Waterhouse, uma nascida-trouxa que tinha sido agraciada por uma habilidade conhecida como legilimência. Pertencente à Grifinória, a bruxa se enq...