CAPÍTULO CINQUENTA E DOIS

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Os lábios de Aurora se expressaram com um sorriso fraco. Ela fechou o álbum de fotografias da época de escola, guardando uma imagem animada de uma visita à Hogsmeade, com Remus, Sirius, Peter, James, Lily, Dorcas e Marlene ao seu lado. A cada dia, ela aprendia a lidar um pouco mais com a ausência das pessoas que partiram precocemente.

Sentado no início da escada da residência, Remus observava com atenção a mulher sentada ao sofá, e pensava na conversa que Hope estava tendo nesse exato momento com George sobre a situação de seu relacionamento.

— Com esperanças de escutar a conversa alheia? – Aurora escutou um suspiro de impaciência do marido. Ela soltou uma risada tímida.

— Eu já fui adolescente um dia. – Remus mordeu o lábio inferior — Ele está demorando demais lá em cima.

— Você precisa se controlar um pouco. – ela criticou — Faz menos de dez minutos que George e ela estão conversando.

— Muita coisa pode acontecer em menos de dez minutos. – o homem se levantou do degrau da escada — É nessas horas que eu amaria ler mentes. Você pode ler à distância?

— Raramente funciona.

— Pode tentar agora? – Remus colocou uma expressão de súplica nos olhos.

— É feio escutar a conversa dos outros, Aluado. – ela zombou — E mesmo que seja difícil de admitir às vezes, Hope não é mais uma criança. O seu ciúmes não vai evitar que ela seja uma adulta normal.

— Por que ela teve de crescer? – Remus se sentou no sofá ao lado da mulher. Ele colocou lentamente a cabeça no ombro de Aurora, sentindo as unhas dela roçarem o seu cabelo — Eu gostava mais quando ela era um bebê.

— O tempo passou muito rápido.

— Muito. – ele sussurrou — Sinto falta de quando ela dançava músicas de criança comigo, de quando brincava com as cicatrizes no meu rosto e todos os bons momentos. Por que é difícil entender que ela cresceu?

— Não é difícil, muito menos impossível. – Aurora deixou um beijo na testa de Remus — Você vai entender como é bom ver ela crescendo, arrumando alguém que goste dela e formando uma família.

— Vai com calma. – ele deu uma risada irônica — É muito cedo para ela formar uma família.

— Fale isso para nós dois quando tínhamos dezenove anos. – Aurora rebateu com um sorriso sarcástico nos lábios.

— A situação é diferente. – Remus franziu a testa.

— Não muito diferente.

— É diferente. – ele revirou os olhos.

A mulher ouviu um som de passos descendo as escadas até o primeiro andar da residência. Ela se levantou do sofá e se deparou com o jovem de cabelos ruivos com um sorriso no rosto. Ele se aproximou de Aurora e a deu um abraço forte.

— Muito obrigado. – disse George, sem tirar o sorriso do rosto — Nós conseguimos nos resolver.

— Que boa notícia! – ela deu um sorriso em retribuição ao agradecimento do ruivo.

Em um pensamento rápido, Aurora se recordou de um objeto valioso guardado na mesa de centro da sala de estar da casa. Ela encontrou o artefato de seu desejo. Um anel dourado com uma pedra de rubi estava nas mãos da mulher.

COURAGE - REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora