CAPÍTULO OITO

23.5K 2.7K 2.1K
                                    

— Feliz Natal, Sirius.

A cada três minutos, Aurora ouvia as mesmas palavras dirigidas a seu colega na mesa do Salão Principal. Após o baile de Natal, alguns alunos haviam viajado de volta para as suas casas para comemorar o dia festivo com as suas famílias. Da Grifinória, Aurora e Sirius eram os únicos quintanistas que haviam permanecido na escola sem a presença de suas famílias.

— Você gosta de chamar a atenção de todas as garotas? – Aurora ironizou e Sirius lhe lançou um sorriso extremamente orgulhoso — Nem precisa responder.

— Está se incluindo na lista de garotas, Aurora? – ele perguntou.

— Sinto muito mas preciso lhe dizer que não estou incluída na lista da CPSB. – Aurora riu e ficou satisfeita ao ver o olhar confuso de Sirius — A associação Caídinhas por Sirius Black.

— Aposto dez galeões que você criou a associação.

— Cala a boca. – ela riu enquanto comia um pedaço de sua torta de abóbora e reparava nas mesas das casas — Aquele não é o seu irmão?

Regulus era o irmão mais novo de Sirius e se encontrava ao lado de Severus na mesa da Sonserina, os dois alunos conversavam e sorriam.

— Vocês não se falam? – a garota perguntou com um ar tímido.

— Não. – Sirius bufou — Me admira que ele não esteja com a nobre família dos Black no Natal. – ele disse com um tom sarcástico — E ainda está roubando o seu melhor amigo.

— Você acha que ele brigou com a sua família?

— Muito improvável. – ele folheou um dos livros de Aurora em cima da mesa — Regulus está incluído na tradição horrível. Eles são todos iguais, sempre dirigidos ao lado das Trevas com herdeiros na Sonserina. A minha mãe me detesta porque não sou como a família, um de seus filhos na Grifinória foi como uma traição para ela.

— A sua mãe é egoísta. – Aurora comentou e Sirius deu um sorriso — Ela é sua mãe mas eu tenho convicção de que você também acha que ela é uma egoísta e prepotente.

— Você está certa.

— Eu vou andar um pouco. – Aurora se levantou da mesa da Grifinória e pegou todos os seus livros exceto o que havia sido folheado por Sirius — Pode ler. É um romance trouxa, você vai gostar dele.

— Obrigado. – ele agradeceu — Eu vou ficar com ele e se você não se importar, eu posso ir com você? É horrível passar o Natal sozinho na sala comunal.

Aurora assentiu com a sua cabeça e Sirius abriu um sorriso galanteador em seus lábios. Eles continuaram caminhando do saguão até o pátio e a garota sentiu que estavam sendo perseguidos por conta de um barulho de passos arrastados.

Inicialmente, a garota achou que se tratava de Pirraça mas ele não os seguiria sem um vestígio de barulho alto e bagunceiro e Aurora percebeu que Regulus e Severus estavam os seguindo sem parar.

— É bom ver vocês. – Aurora se virou puxando o braço de Sirius e deu um sorriso — Mas não gostamos de ser seguidos nem por pessoas que conhecemos.

— O que está fazendo com ele? – Severus cochichou.

— E o que você está fazendo com ele? – Sirius perguntou ao seu irmão e apontando para o sonserino ao seu lado — Estou vendo que você e o Snape viraram melhores amigos.

— E você anda convivendo com mais sangues-ruins do que o normal, Sirius. – Regulus retrucou — A mamãe já o detesta e você fica manchando mais o nome da família.

— Como você se atreve? – Sirius avançou para o seu irmão com a sua varinha em mãos apontando para Regulus.

— Sirius, não. — Aurora mandou e puxou Sirius para atrás de seu corpo. Ela lançou um último olhar aos dois garotos da Sonserina — Vamos embora, é melhor vocês não nos seguirem.

— Aurora, você ouviu do que ele lhe chamou? – Sirius se revoltou e recebeu um aceno para os lados da cabeça de Aurora como a sua resposta — Ele lhe chamou do pior nome para uma pessoa como você que nasceu de pais trouxas. Eu teria lançado uma maldição nele se você não tivesse me impedido.

— E seria expulso e jogado em uma cela de Azkaban junto dos dementadores. – a garota revirou os seus olhos — É melhor ficarmos na comunal antes que você saía amaldiçoando as pessoas por aí.

Aurora e Sirius caminharam até as escadas que se moviam em direção à sala comunal da Grifinória que se encontrava no final do corredor da Mulher Gorda no sétimo andar do castelo.

A Mulher Gorda se encontrava com uma taça de vidro em sua mão e cantando para tentar quebrar ele com a sua voz. Após suas falhas tentativas, ela bateu a taça em uma parede dentro de seu quadro e fingiu um orgulho em seu rosto como se a sua voz tivesse quebrado o vidro.

A garota de cabelos longos e loiros cochichou a senha para a Mulher Gorda e ela abriu um buraco circular que conduzia à sala comunal da casa do leão.

— Presentes! – Aurora sorriu ao ver algumas embalagens perto da lareira.

— Você nem sabe se eles são para você.

— É a minha intuição. – ela sorriu, fingindo inocência diante de seus poderes. A garota se abaixou até os presentes — Esse aqui é para você.

— Para mim? – Sirius parecia confuso e surpreso ao mesmo tempo. Aurora jogou o presente em direção do garoto que o apanhou e começou a abrir o mesmo.

Aurora abriu os seus presentes e havia recebido um suéter vermelho e dourado de sua mãe, um pacote de chocolates trouxas de seu irmão mais novo e um livro sobre as escolas do mundo mágico de Remus. Sirius deu risadas agudas quando viu Aurora sorrindo como uma boba ao folhear o livro.

— Do que você está rindo? – ela perguntou e acariciou as suas próprias bochechas rosadas.

— Você é apaixonada por Remus. – Sirius continuou a rir — Ele te deu um livro e você está o folheando com um sorriso apaixonado. Inclusive, o Remus está pensando em fundar a associação RAAW, Remus apaixonado por Aurora Waterhouse.

— Não diga bobagens. – o sorriso sumiu em seus lábios e ela largou o livro em cima da poltrona que era próxima da lareira — O que você ganhou?

— Um doce da loja Dedos de Mel. – Sirius mostrou para Aurora que havia se sentado ao seu lado no sofá — Diz que ele faz as pessoas libertarem magicamente o seu espírito cantor.

— Me dê um.

— Aposto dez galeões que você vai ficar cantando até as férias de Verão.

— Pare de apostar em tudo e me dê um doce, Sirius. Rápido!

Sirius encarou Aurora com um ar desconfiado e abriu o doce da loja Dedos de Mel. Era um doce coberto de caramelo e com alguns açúcares em volta do mesmo que brilhavam de uma forma extraordinária. Aurora fechou os seus olhos e abocanhou o doce com um pouco de aflição.

Ela esperou alguns segundos e tudo que saía de sua boca era em forma de canção. Sirius aparentava que estava com dor em seu abdômen devido às suas risadas fortes.

O Natal de Sirius e Aurora havia sido o mais divertido de todos os tempos.

COURAGE - REMUS LUPINOnde histórias criam vida. Descubra agora