capítulo 13

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Clary saiu do quarto do irmão e foi para o seu, passou a mão pelos cabelos ruivos, e suspirou. A angústia a atingia, porque mesmo que negasse, havia por um instante desfrutado do contato dos lábios de Sebastian nos seus. Estou ficando maluca! Sua mente gritava incessantemente.

Enquanto ia ao banheiro,mil pensamentos passavam por sua cabeça. Sua mãe com certeza estaria se culpando por Sebastian a ter sequestrado. Ela estava com saudades de Jace, queria vê-lo, queria que ele a tirasse dali, queria que toda aquela guerra acabasse. Sorriu tristemente ao lembrar do sorriso radiante do loiro.Fechou os olhos,mas o rosto que viu a assustou. Sebastian.

Depois de banhar, Clary escolheu uma calça jeans,uma blusa preta e um tênis. Se olhou no espelho, e olhou para a maçaneta da porta.Temia o que iria encontrar do outro lado dela. Porém sabia que não adiantava ficar ali, uma hora ou outra ela precisava sair,ou o irmão ia entrar.

Ao chegar na cozinha, encontrou ele sentado à mesa, comendo panquecas como se fosse só um adolescente normal tomando café da manhã. Foi inevitável não notar a camisa branca um pouco molhada,colando ao seu corpo definido. Os cabelos platinados estavam bagunçados de um jeito charmoso...Eu não pensei isso!

- Vai ficar só olhando irmãzinha? Não tem veneno,venha comer. - o tom sarcástico sobre o olhar frio fez um calafrio subir pela espinha da ruiva.

Clary se sentou,sem demonstrar que estava apreensiva. Sabia do olhar avaliativo de Sebastian sobre si enquanto comia,mas não se permitiu olhar nos olhos dele, até que ele quebrou o silêncio novamente.

- Gosta de histórias Clary?

O tom aveludado em sua voz atraiu a atenção imediata de Clary, que teve seu olhar cruzando com o do irmão. Preto no verde.

- pretende me contar a história da chapeuzinho vermelho?- indagou arqueando a sobrancelha,porem diante da ironia, ele se manteve impassível, quase como se esperasse aquela reação.

- não seja tão rude,irmãzinha.- sorriu friamente.

- Então vamos lá. Conte sua história,irmãozinho.

Sebastian sorriu, uma máscara, que Clary sabia muito bem,escondia quem ele realmente era,e ela não devia se esquecer disso.

- " tudo começa com era uma vez, meio clichê admito,porem não podemos fugir ao protocolo certo,então...Era uma vez, um garotinho que vivia só,numa aldeia cheia de pessoas tolas. Não tinha ninguém,a não ser um pai ausente.
Porém um dia o pai dele voltou para casa, e o garotinho inocente, pensou que ia ficar tudo bem, porém numa noite, o pai dele disse que ele precisava mostrar seu valor, então preparou bestas e adagas, e ai anoitecer levou o garotinho consigo para a floresta, não demorou a encontrarem as pegadas de um cervo, o garotinho olhou fascinado para o animal, adorava a natureza e a vida que dela brotavam, de um jeito diferente. Então o pai o olhou e disse.
- mate-o. Essa é sua missão.
-Mas pai, ele está indefeso.- disse o garotinho hesitante em relação ao que deveria dizer.
O pai olhou com frieza para o garotinho e deu um tapa em seu rosto. O gosto do sangue fez o garotinho perceber que o pai não estava querendo ser desafiado.

- Não quero matá-lo.- disse baixinho.

O pai o olhou com nojo, e pegou a besta, colocou a flecha, e atirou nos três pequenos cervinhos que estavam com o maior. Assustado,o cervo olhou para os lados e saiu correndo. O garotinho conteve as lágrimas, e olhou para o pai.

- Está vendo? É melhor que um morra pelos outros. Se importar é uma fraqueza e isso custará a vida dos mais próximos.
O garotinho assentiu, e algo dentro de si quebrou naquele dia. Havia aprendido uma lição com o pai. Sacrifícios eram necessários, embora da maneira incomum.Era sempre o melhor à todos. "

Os Irmãos Morgenstern-Fogo CelestialOnde histórias criam vida. Descubra agora