Capítulo 34

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"Há males que vem para o bem, há males que nem vem... Às vezes só o bem." - Rafael Silveira.

Samuel André.

A cada dia que conheço Maggie fico ainda mais feliz com seu jeito de ser, nos aproximamos muito desde o dia que nos conhecemos, ela acabou se tornando minha amiga inseparável.

Agora que o pai de suas filhas viajou estamos aproveitando para fazer alguns passeios, como o de agora que estamos a caminho do parque.

-- Maggie, o que você acha de fazermos um piquenique? Aproveitar que já iremos estar no parque.-- digo. Sempre tive vontade de fazer um piquenique mas nunca encontrei alguém que animasse.

-- Não sei, se você vai acreditar mas, eu nunca fiz um piquenique.-- diz ela me olhando com receio.

-- Nunca gostei muito dessas coisas, sempre fui de... Deixa pra lá, passado é passado, não é mesmo? Agora sou uma nova mulher.-- diz ela dando uma risadinha sem graça.

-- Eu também nunca fiz um piquenique, nunca achei uma pessoa que animasse.-- mudo de assunto na intenção de não lembrar de coisas desagradáveis.-- O que você gosta de comer?

-- Você acha que essa idéia daria certo mesmo? -- diz ela ainda um pouco arredia.

-- Nunca vamos saber se não tentarmos, mas você ainda não me respondeu, o que gosta de comer?

-- Ah, não tem uma coisa preferida... Gosto de tudo que seja mais saudável, mas aí fica ao seu critério.-- diz ela um pouco corada.

-- Já volto.-- digo estacionando e descendo do carro.

Entro no supermercado, sigo até a sessão de frutas e comidas para crianças. Compro tudo que acredito que seja o suficiente para nossa tarde, até que vejo uma coisa que me chama atenção.

Vejo uma moça parecida com minha noiva beijando um cara, não pode ser ela até porque...

Nossos olhares se cruzam e minhas forças falham, acabo deixando minhas compras caírem. Por um instante perco a respiração, tudo parece rodar, mas me recupero instantâneamente e pego minhas compras do chão. Não a vejo mais.

❤️

Entro no carro e dirijo até o parque sem trocar uma palavra com Maggie, até que ela corta o silêncio que pairava sobre nós.

-- Está tudo bem? -- diz ela na intenção de puxar assunto.-- Você não disse nada desde que voltou do supermercado.

-- Na verdade não, mas irá ficar.-- digo não querendo conversar.

-- Já entendi, quando você estiver bem pra conversar me fala, pode ser? -- diz ela como sempre sendo compreensiva.

-- Muito obrigado por me entender mais uma vez.-- digo pegando em sua mão.

-- Eu que lhe agradeço porque se não fosse você eu talvez nunca teria mudado e não seria a mulher transformada que sou hoje, você me mudou e mudou o rumo da minha vida.-- ela coloca sua mão sobre a minha, nossos olhares se cruzam e logo corto voltando minha atenção para estrada.

-- Não agradeça a mim, só cumpri parte da minha missão aqui na Terra que é ganhar almas pra Deus.-- digo a olhando e lhe dando um sorriso.

Nunca pensei que seria traído, ainda mais pela pessoa que sempre fiz de tudo por ela e que estava prestes a me casar em 3 meses.

Ao mesmo tempo nunca imaginei que conheceria uma pessoa tão fantástica e compreensiva como Maggie. Uma pessoa que me entende e que posso contar sempre que preciso. Temos pouco tempo de amizade, mas tempo suficiente para que eu pudesse conhecer a mulher fantástica que é.

Estaciono o carro e desço com as compras, preparo o nosso lugar e ajudo Maggie com as meninas.

-- Está melhor? Sei que não quer conversar mas eu me preocupo com você. -- diz ajustando Eloísa em seu colo e colocando Charlotte encostada na árvore ao nosso lado.-- Você sabe disso né? -- diz pegando minha mão.

É raro nos tocarmos mas sempre quando isto acontece sinto uma corrente inexplicável percorrer todo meu corpo.

-- Estou sim, muito obrigada por sempre me ajudar e estar do meu lado.-- digo ainda com nossas mãos entrelaçadas.

Ficamos nos encarando durante um tempo como se o mundo fosse nosso, despertamos após ouvirmos Charlotte chamar nossa atenção com seus gritinhos. Logo a pego no colo fazendo ela dar uma de suas risadinhas gostosas e que adoro ouvir.

-- O que você acha de comermos? Comprei alguns sanduíches naturais, espero que goste.-- digo pegando um e a entregando.

-- Muito obrigada.-- diz ela aceitando.-- Sabe, as vezes eu fico pensando...

-- Eu poderia saber em que? -- digo dando uma mordida em meu sanduíche.

-- Pensando que foi Deus que me mandou você.-- diz ela olhando em meus olhos.-- Esses dias eu parei e pude observar que várias pessoas não acreditam que mudei, mas você não, você eu posso ver nos olhos que acredita na minha mudança.-- diz ela me dando um sorriso e uma mordida no seu sanduíche.

-- Sabe, sei que já fiz várias coisas ruins para várias pessoas mas dessa vez eu não me vejo fazendo isso mais, aliás eu até me envergonho de ter feito isso tudo... Mas enfim, eu sou muito grata a você de verdade, por tudo. -- diz ela finalizando seu "desabafo".

-- E o que eu falo agora? -- digo dando uma risada sem jeito.-- Você me deixou sem palavras, mas saiba que tenho um carinho imenso por você e que quero a sua companhia, se possível, ao meu lado pelo resto da minha vida, se você aceitar é claro.-- digo já sentindo minhas bochechas corarem.

-- Claro que aceito.-- diz ela dando uma risadinha.

-- Nossa mamãe olha que bebêzinhas lindas.-- diz uma criança que passa próximo a nós.

-- Realmente filha, bela família a de vocês. -- diz  a mãe da criança acenando para nós.

-- Você viu isso? -- diz Maggie achando engraçado o que mãe da criança disse.

Isso me faz me lembrar de Débora e nossos planos futuros de construirmos uma família juntos, planos estes que na verdade agora vejo que eram só meus.

-- Samuca? Tem certeza que está realmente tudo bem? -- diz ela me fazendo despertar dos meus pensamentos.

-- Sim, sim, está tudo bem. -- digo pegando uma colher de papinha e dando Charlotte que adora.-- Só estava lembrando da minha agora ex noiva e dos planos que eu tinha para nós.

-- Ex noiva? Como assim? O que aconteceu? -- diz ela intrigada, sem entender.

-- Vi Débora com outro cara no supermercado quando fui comprar essas coisas para nós.-- digo com a cabeça baixa dando mais um pouco de papinha para Charlotte.

-- Mas você já pensou que pode ser, sei lá, talvez um amigo dela.-- diz ela me olhando.

-- Se fosse estaria tudo bem Maggie, não sou esse tipo de homem que tem ciúmes possessivo. Débora estava beijando este cara.- digo falando de fato o que infelizmente vi.

-- Nossa... Não sei nem o que dizer agora. Achei que... -- diz ela tentando voltar atrás em suas palavras.-- Desculpe, não era minha intenção.

-- Não, está tudo bem, infelizmente não podemos obrigar as pessoas a ter a mesma consideração por nós a que temos por elas.

-- Verdade, mas fica tranquilo você é um cara sensacional, somente ela que não soube valorizar isto em você. Saiba que estarei aqui para o que precisar.-- diz ela mais uma vez pegando em minha mão.

Sinto novamente uma corrente percorrer todo o meu corpo, e nossos corpos se aproximarem pouco a pouco...

❤️

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Amo vocês.

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