Jack
28 de agosto
- Eu gosto de escrever músicas aqui na biblioteca, é bem calmo e é ótimo para me concentrar - Chosen falou enquanto saíamos da biblioteca.Chosen era lindo, cantava bem e parecia ser realmente romântico. Mas algo nele simplesmente não me atraía. Acho que era para sermos somente amigos...
Conversamos por um bom tempo e depois subimos para o meu quarto.
Eu precisava falar: algumas freiras aqui são cegas. Não é possível. Os meninos ficam passando a mão na coxa um do outro e secando totalmente os que estão em pé escolhendo um livro e elas não estão nem aí. Não é atoa que a Lilia está aqui há dois anos.
- Acho que o Finn saiu - Chosen falou enquanto entrávamos no quarto e percebíamos que estava vazio. Não sei porque, mas me senti triste naquele momento e sabia exatamente o que iria me ajudar.
- Poxa... Que pena. Parece que vamos aproveitar o quarto sozinhos - eu sorri maliciosamente para ele e ele sorriu, mas parecia... nervoso?
O prendi na porta com o meu corpo, uma mão foi para o seu queixo, o trazendo para mais perto, e a outra mão para a chave, trancando o quarto.
Comecei a beijar seus lábios com certa necessidade e ele retribuiu o beijo. O beijo era bom, como todos os outros que já tive.
Sempre esperei pelas "borboletas no estômago" que todo mundo falava, mas nunca consegui senti-las. Acho que não encontrei a pessoa certa, ou talvez não exista uma pessoa certa.
Levei Chosen para minha cama e o joguei, ficando por cima dele. Ele tirou meu moletom e deixou beijos pelo meu pescoço. Eu coloquei a mão na barra de sua calça e então ele parou o beijo.
- Jack, não - eu o olhei sem entender.
- Só... Não. Por favor.
- Claro, baby, sem problemas - eu sorri fraco e dei um selinho nele.
Levantei e coloquei de volta meu moletom. Ele também se levantou. - Acho que eu gostaria de ficar sozinho, tudo bem?
- Você não está pedindo isso só porque eu não quis transar com você né?
Eu o empurrei para a porta novamente e o beijei na mesma intensidade de antes. - Eu respeito seu tempo e você o meu - respondi e antes que ele pudesse falar qualquer coisa eu voltei a beijá-lo e então abri a porta.
Estava pronto para dar um empurrãozinho nele e fechar a porta em sua cara, mas escutei alguém gritando meu nome. Eu jurava que era alguma freira ou alguém importante, mas graças à Deus era só o Jaeden.
Chosen me deu um selinho e foi embora.
Puxei Jae para dentro do quarto e mal pude esperar para contar tudo para ele. Queria dizer o quanto o Finn era lindo, cheiroso, talentoso e o quanto ele me deixava corado simplesmente por sorrir.
Mas eu sabia que Jaeden falaria que fazer ciúmes nele não era certo e pegar alguém gostando de outro também não e blá blá blá.
Quando eu percebi já estava fazendo uma lista de motivos pelos quais eu odeio o Finn. Acho que eu peguei pesado demais e nem sabia porque estava falando aquelas coisas...
- Você nem conhece ele, Jack. Vai ver ele é um cara legal, você só precisa o conhecer melhor.
- Eu duvido muito.
Só que eu não duvidava, eu tinha certeza de que amaria conhecer cada pedacinho de Finn. E eu não sei porque, mas não conseguia dizer aquilo em voz alta.
Jaeden ia responder, mas então Finn entrou no quarto com o cabelo despenteado e a boca parecia ter... Batom vermelho?
Eu e Jaeden ficamos o encarando sem entender enquanto ele entrava no banheiro e lavava o rosto. Ele saiu do banheiro e percebeu que nos dois estávamos ali o encarando.
- Desculpa, eu não sabia que você estava com alguém aqui - ele falou com a voz baixa e sua respiração estava acelerada, ele parecia com pressa.
- Está tudo bem? - eu perguntei.
Finn respirou fundo e sorriu. - Está. Eu só... - seu sorriso aumentou. - Fiz um garoto passar batom antes de ficar comigo para as freiras verem a marca e acharem que eu estava com uma menina.
Nos três nos olhamos e começamos a cair na gargalhada. O que ele fez foi até que bem engraçado, mas só de pensar nele beijando outra pessoa me deu uma raiva. Quer dizer, não deveria me dar raiva. Eu acabei de beijar o amigo dele. Ele tem o direito de beijar outras pessoas também.
É que é tão estranho, eu mal o conheci, mas parece que somos amigos há anos. Besteira. Ele não deve nem ligar para mim.
- Ei, eu ia assistir um filme, vocês querem ver comigo? - Finn perguntou, pegando seu laptop da mesa e o levando para a cama.
- Claro! Que filme? - eu falei.
- Na verdade, eu não vou poder... Por que vocês não assistem juntos? - Jaeden falou e sorriu para Finn que sorriu para ele também, como se fossem cúmplices de algo.
Eu o encarei com raiva, eu sabia o que ele estava fazendo. Jaeden se despediu de Finn e depois me beijou na bochecha e foi embora.
- Ele é algo seu? - Finn perguntou.
- Sim... ele é meu melhor amigo - falei rindo. - Você parece ser bem ciumento... tenho pena do seu namorado.
- Eu não tenho namorado, Jack - ele deixou um sorriso de lado escapar e eu também.
- Que bom.
Ficamos nos olhando por um tempo, mas então Finn falou para eu deitar na cama dele ao seu lado. Eu me enfiei de baixo das cobertas de sua cama e então ele colocou os braços em volta de mim, me abraçando.
- Está com frio? - eu balancei a cabeça concordando. - Que filme você quer ver?
- "Hoje eu não quero voltar sozinho" - Falei apontando para o filme que apareceu na tela.
Eu olhei para cima e vi Finn olhando para mim e sorrindo.
- O que foi? - perguntei sorrindo também.
- Nada, é só que eu amo esse filme.
- Eu também.
Era estranho como eu poderia ficar olhando para aqueles olhos o dia inteiro e era estranho como eu amava o braço dele ao meu redor. Era estranho como eu queria sorrir pelo simples fato dele estar ao meu lado. Era estranho eu sentir as borboletas no estômago que tanto falam sem nem ao menos ter beijado Finn. E era estranho para caralho eu estar apaixonado por alguém que eu conheço há menos de um dia. Isso não podia estar acontecendo.
Me deitei em seu ombro e começamos a assistir o filme. Eu queria congelar aquele momento para sempre.
Tudo estava... Perfeito.🌻
Feliz Natal!! 🎄❤
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Gays fantásticos e onde habitam
FanfictionJaeden e Jack são mandados para um internato para cura gay, mas acabam conhecendo pessoas novas que não facilitam as coisas para eles saírem dali.