11 de Outubro
Jaeden
Os primeiros raios do dia clareavam a floresta ao nosso lado. Tive que piscar algumas vezes para conseguir abrir os olhos e ver a figura cacheada que dormia serenamente com o braço na minha cintura. Minhas costas doíam, claro, eu havia dormido em uma caminhonete. Alguns passarinhos cantavam ao longe e tudo parecia muito quieto. Não fazia idéia de que a estrada fosse tão longe do internato. Não conseguia ouvir uma voz sequer.
Foi então que me dei conta de que havíamos passado a noite fora. Noah estaria preocupado, certo? Tentei alcançar meu celular e me toquei de que o havia deixado no quarto. Droga. Tentei retirar o braço de Wyatt de cima de mim sem que ele acordasse, mas falhei.
— Bom dia, flor do dia — ele brincou, me encarando com um sorriso terno no rosto. Quase me esqueci de que precisávamos sair dali.
— Passamos a noite fora. Temos que voltar, Wy. Jack e Noah devem estar preocupados.
Ele fez uma careta e se levantou devagar, tirando o peso de seu braço do meu corpo. Sua mão levou um de seus cachos para trás da orelha e seus lábios foram lambidos por sua língua. Nesse momento eu percebi que eu provavelmente estava descabelado e fedido de suor, enquanto Wyatt continuava sendo uma perfeita obra de arte.
— Você quer ir já? Nada de repetir o que fizemos ontem a noite para começar o dia bem? — revirei os olhos.
— Não, Wy! — eu ri, me arrastando até a beirada da caçamba. — Podemos repetir isso qualquer outra hora.
Ele balançou a cabeça concordando e me ajudou a descer e recolher as coisas. Andamos pela floresta com calma, de mãos dadas e sorrisos bobos nos rostos enquanto beijos eram distribuídos por todo meu rosto.
Finalmente saímos da sombra das árvores e conseguimos sentir o sol quente em nossas peles novamente enquanto caminhávamos em direção aos prédios. Achei que estando mais perto, o barulho alcançaria meus ouvidos, mas tudo estava extremamente quieto, como se não tivesse ninguém no local. Meu sorriso diminui e meus olhos se estreitaram.
— O que foi, amor? — Wyatt perguntou ao me ver tenso e eu largo sua mão.
— O que é aquilo?
Apontei para a entrada do internato. Um carro estava estacionado. Sirenes piscavam.
Eu não sabia o que fazer, algo havia gelado dentro de mim. O grito da noite anterior veio a minha mente. O lugar continuava silencioso, mas na minha mente tudo que se passava era aquele grito. Meus pensamentos se esvaiaram quando senti a mão de Wyatt nas minhas costas.
— Você está bem? — assenti. Mentira. — Vamos, não deve ser nada.
Ele me empurrou levemente e começamos a andar até o prédio masculino, o mais perto do estacionamento. Judite estava parada perto do carro, conversando com um policial alto e robusto. Os dois olharam para nós, os olhos de Judite pegando fogo quando encontrou os de Wyatt. Ninguém falou nada. Nós seguimos para o nosso prédio e o policial continuou a falar com a Irmã.
Não havia ninguém lá dentro. Nenhum barulho nos corredores, nenhum quarto com música alta.
— Wy, eu estou realmente surtando por dentro — admiti quando chegamos no topo da escada. Três portas até meu quarto.
— Acredite se quiser, eu também estou — ele respondeu, e realmente parecia sincero.
Nós nos encaramos e seguimos pelo corredor escuro. Minha mão tocou a maçaneta fria e um estalo soou quando a porta foi empurrada. Eu e Wyatt entramos no quarto vazio.
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Gays fantásticos e onde habitam
FanficJaeden e Jack são mandados para um internato para cura gay, mas acabam conhecendo pessoas novas que não facilitam as coisas para eles saírem dali.