Capítulo 37

2.1K 209 503
                                    

03 de Outubro

Noah

Sábado havia chegado e eu e os meninos nos preparavamos no quarto. Finn já havia batido na porta três vezes para perguntar se ele não podia ir na festa com a gente. A resposta era sempre a mesma "nós fomos convidados pelas meninas, você não".

— Noah, tem certeza que vai querer fazer isso? — Jaeden perguntou enquanto eu guardava as bebidas na mochila. — Não vai tipo, manchar seu histórico perfeito?

— Já falei para vocês relaxaram. O que elas podem fazer? Me fazer ficar aqui por mais alguns anos? Como se isso fosse castigo.

Jack riu e em poucos minutos saímos do quarto indo em direção ao dormitório feminino. A música estava alta e nos corredores os garotos estavam com a cara fechada por não terem autorização para fazer uma festa, nem para irem para a festa das garotas.

Quando chegamos no saguão, pudemos ver várias meninas dançando animadas, os cabelos saltando, as bebidas sem álcool caindo por seus corpos.

Passamos por elas um pouco desajeitos, recebendo olhares feios. Lilia estava sentada em uma cadeira, com a cara fechada e copos vazios caídos do seu lado. Outra garota loira estava perto, tentando tirar a bebida de sua mão.

Jaeden as ignorou e fomos andando pelos corredores, até que paramos perto de Peyton que dançava com Sofia.

— Ei, Pey, uma garota está passando mal, será que tem como você chamar a Irmã Judite? — Jaeden pediu educadamente. — Eu até chamaria, mas ela não quer meninos aqui hoje.

Peyton concordou com um sorriso no rosto e saiu pelas escadas. Nos esquivamos para um canto mais vazio da festa e ficamos observando as garotas dançarem animadas, desejando estar no lugar delas.

Quando finalmente vimos aquela cara de cão chupando manga da Irmã Judite, nos posicionamos.

— Beleza, eu vou para o banheiro, Jaeden, vai correndo para o quarto dela e começa a pesquisa, Noah, você sabe o que fazer — Jack nos instruiu e nos separamos para por o plano em prática.

Peguei uma das garrafas de vodka na mochila e dei um bom gole, fazendo uma careta depois. Entrei no meio das garotas dançando, procurando por Judite em algum lugar.

Quando finalmente avistei a mulher, dei mais um gole e fui na direção dela.

— Tia, Juh! Faz tanto tempo que não te vejo!

— O que você está fazendo aqui, Schnapp? Está é uma festa para as garotas — falou com um olhar aterrorizante.

— Eu estou me divertindo, oras! Você devia fazer o mesmo.

Minha voz estava alta por conta da música e ela me olhava com fogo nos olhos.

Dei um gole na vodka, levantando a garrafa bem na frente de seu rosto.

— Você está brincando comigo? Você sabe que não pode tomar isto!

Sua voz estava completamente alterada e um sorriso surgiu no meu rosto, seguido de um biquinho.

— Não fica brava comigo, tia Juju! Eu sou só uma criança.

Em um impulso de loucura, abracei a mulher com tudo, pulando em seu colo e entrelaçando minhas pernas em sua cintura.

— VIVA A TIA JU!

Ouvi um longo "VIVA" das garotas totalmente alheias a situação.

— SAI DE CIMA DE MIM, GAROTO LOUCO. O QUÊ VOCÊ ESTÁ PENSANDO? VOCÊ VAI SE ARREPENDER DISSO.

Gays fantásticos e onde habitam Onde histórias criam vida. Descubra agora