Capítulo 34

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28 de Setembro

Jaeden

O dia parecia nunca passar. Quando o sinal da última aula bateu, meu coração quase saiu pela boca.

— E não se esqueçam que amanhã a noite todos devem estar na igreja! — o professor anunciou, mas nenhum dos alunos parecia estar ouvindo.

— Ei, Jaeden, você vai almoçar com a gente? — Caleb perguntou se aproximando.

— Hoje não dá, Cal, tenho detenção.

— Que merda você aprontou, Martell?

— Não te interessa, bundão! Vou indo logo antes que alguma irmã me prenda aqui!

— Vai lá!

Sai andando da sala com passos pequenos. A maioria das pessoas já havia sumido pelos corredores, tudo parecia vazio quando virei a direita perto da sala de biologia. Foi quando ouvi alguns barulhos em uma sala qualquer. Gemidos.

Sabia que não deveria olhar, sabia que era errado. Mas se Jack ou Noah descobrissem que eu tive a oportunidade de descobrir um novo casal e não fiz nada, eu seria um cara morto.

Me aproximei da janela da porta de onde vinham os barulhos. Uma menina de cabelo preto estava sentada em cima de uma mesa, com a cabeça virada para trás, gemendo. Não consegui ver quem a chupava, mas quando a figura de cabelos cacheados levantou, eu tive certeza de quem era: gaten.

Deixei um risinho abafado sair. Ele tinha se dado bem aqui. Estava tão absorto na cena que nem percebi que alguém havia se aproximado de mim.

— Fugindo da detenção, Weasley?

Levei um susto e me virei na hora para ver quem estava me espionando. Wyatt.

— Você também deveria estar lá!

— Me mandaram te procurar.

Mentira. Eu sabia que era mentira. Por que ele estava fazendo isso?

— O que tem aí atrás? — ele perguntou tentando se aproximar.

— Nada que te interesse! — falei com um pouco mais de raiva na voz do que desejava. — Vem, vamos!

Segurei sua mão em um instante de coragem e o puxei para longe da sala. Já estávamos chegando na sala de detenção, e por algum motivo, eu não havia o soltado.

Quando chegamos na sala e percebi que minha mão ainda estava grudada na sua, soltei abruptamente e fui correndo até uma cadeira no fundo da sala. Ele me seguiu e se sentou duas cadeiras afastado de mim.

Haviam dois meninos nas primeiras carteiras, suas pernas entrelaçadas como se esquecessem totalmente o fato de estarem na detenção.

Uma freira entrou na sala, ela parou na frente da mesa e pegou um giz branco. Andou fazendo barulho com seus saltos, passos fortes. Parou novamente na frente da lousa e começou a riscar fazendo um barulho insuportável.

— Matheus versículo sete — ela começou — quero que leiam, interpretem, escrevam uma redação de no mínimo trinta linhas sobre suas conclusões.

E sem falar mais nada, saiu da sala trancando a porta. Os dois meninos olharam pela janela da porta, garantindo que a mulher já havia ido embora e começaram a se beijar descontroladamente.

Eu arregalei os olhos com o ato deles e ouvi Wyatt dando uma risadinha, mas ignorei. Comecei a escrever a redação e de canto de olho vi Wyatt rabiscando um desenho, dejavu, mas continuei minha redação.

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