Capítulo 09

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Finn

28 de agosto

Já fazia um ano e meio desde que eu entrei para esse “colégio”, no começo até que era bem legal. Eu gostava da ideia de ficar perto de vários meninos com um bando de adultos cegos que não enxergavam a pegação que rolava por aí.

Mas depois de um tempo com as mesmas pessoas, tudo enjoa. Eu não sou o tipo de menino que gosta de ficar com todo mundo. Muito pelo contrário, eu odeio ficar com qualquer pessoa. Tenho até vontade, mas todo aquele negócio de flertar, depois ter que ligar no dia seguinte ou então dar um fora que vai deixar a pessoa mal e blá blá blá, não era para mim.
 
Quando Jack entrou no meu quarto naquela tarde, eu jurava que meu coração ia sair pela boca.

Ele estava tão perfeito e pequenininho. Suas coxas estavam bem definidas por conta da calça justa, seus cabelos cacheados voavam por conta do vento que vinha da janela. Sua boca vermelha fazia um “o” perfeito enquanto seus olhos me encaravam de cima a baixo. Lindo e sexy.

Ele estava nervoso e corado, o que me deu muita vontade de encher ele de beijinhos. Mas eu tinha acabado de conhecer o garoto, por que porras eu estava querendo abraçá-lo e sentir o gosto de seus lábios?

Continuei sério enquanto o garoto começou a arrumar suas coisas e voltei a tocar minha guitarra. Ele dançava conforme a melodia que eu tocava. Aquilo me deixou louco, eu queria só chegar e passar minha mão por todo o seu corpo e depois deixar marcas nele para mostrar que ele era meu.

Afastei esses pensamentos ao ver que ele não conseguia guardar seus sapatos na prateleira mais alta.

Levantei e segurei na sua cintura quente. Ele se virou e consegui sentir a respiração abafada dele. Eu estava tão pleno por fora, mal sabia Jack que por dentro eu estava uma explosão de sentimentos.

Eu queria tanto beijar aqueles lábios. Percebi que ele ainda olhava para minha boca, então peguei o sapato de sua mão e guardei na ultima prateleira. Ele desviou o olhar me deixando com uma ótima visão de seu pescoço. Quantas marcas eu queria deixar naquele pescoço...

Ele estava corando. — A propósito, você toca muito bem.— Eu não aguentei, tive que rir quando ele começou a se explicar e corar cada vez mais.

Ele ficava tão fofo quando estava nervoso. Agora eu já sabia exatamente o que fazer para deixá-lo daquela maneira e apreciar aquele rostinho. Era só agir de maneira maliciosa, não ia ser difícil para mim.

Eu sentia que as coisas estavam indo bem com Jack. Quer dizer, faz muito tempo que eu não me interesso em ninguém e ele era maravilhoso em todos os sentidos.

Eu achei que ele sentisse o mesmo. Achei que ele também conseguia sentir o clima entre a gente mesmo com poucos minutos juntos.

Mas então Chosen entrou no quarto e eu queria arrancar sua cabeça. Ele flertava com Jack como se eu nem existisse ali. É claro que não teria como ele saber que eu estava afim do menino que eu conhecia há dez minutos, mas mesmo assim, poxa.

Depois que os dois saíram do quarto eu fiquei pensando no que eu poderia fazer para que Jack morresse de ciúmes. Acho que sou um pouco babaca, mas tudo bem.

Eu ia fingir que estava fingindo que estava pegando uma menina enquanto na verdade estava pegando um menino, porém no final não estava pegando ninguém e somente imaginando o menino perfeito que eu conheci hoje em meus braços. É, eu definitivamente era louco, e nem eu mesmo entendi o plano.

Me arrumei cheio de batom, como se alguém tivesse me beijado e com o cabelo bagunçado e fui a procura deles. Olhei em todos os corredores, biblioteca e refeitório, nada deles. Resolvi voltar para o quarto, afinal, o que eu estava fazendo era sério? Eu estava ridículo. Seria melhor desistir da ideia de ter Jack para mim, acho que todo o clima que eu senti foi somente coisa do momento. Ele nunca iria gostar de mim daquela maneira.

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