A Inocência (Completo)

Gastón

Enfim Manuela resolveu me dar uma chance! Bom na verdade não é exatamente uma chance pra nós dois mas sim de conhecer minha filha mas já está ótimo assim, é uma questão de tempo até conseguir conquistar seu coração agora da maneira certa. Minha musa será minha.

– Onde está indo, Gastón?

Cristine entrou no meu quarto sem bater na porta como a sem educação que é. Ela não pode saber que estou indo me encontrar com minha filha, por mais duro que foi ouvir Manuela dizendo todas aquelas coisas sobre mim e minha irmã, ela tem razão mesmo assim não vou deixar de tentar conquistar o amor e afeto da minha filha e dela.

– Não é da sua conta. Vai procurar algo de útil para fazer!

– Pelo nervosismo deve estar indo encontrar a empregadinha vadia.

Minha irmã estava tão louca no dia da festa que nem viu o que à acertou quando Manuela lhe deu um tapa. Cristine mereceu, já que ofendeu a mãe da minha filha de graça, além disso para piorar a humilhação da minha irmã, Mauro deu mais um fora nela. Meu amigo saiu do quarto da cantora extremamente perturbado, ele não quis me dizer o que aconteceu mas deve ter sido algo muito sério.

– Pela sua expressão, com certeza vai encontrar aquela vadia pobre mas não tem vergonha na cara? Aquela mulher não quer saber de você!

Vou até Cristine segurando seu braço com bastante força, já faz um tempo que minha irmã está insuportável, dizendo e fazendo coisas sem nenhuma noção do perigo. Manuela nunca foi vadia pelo contrário, ela criou nossa filha sozinha. Antony me contou que ela trabalhou os nove meses de gestação e apenas parou no dia que ganhou nossa filha. Minha deusa é uma mulher forte e guerreira!

– A única vadia aqui é você! Pretendo assumir Manuela, é dessa vez você não vai atrapalhar meus planos, se tentar irá se arrepender amargamente. Agora saia do meu quarto, está me atrasando.

Abro a porta já colocando Cristine pra fora, ela não vai atrapalhar minha vida como fez à sete anos atrás. Terei minha família comigo como sonhei durante todos esses anos.

Manuela

– Mamãe, será que meu papai vai gostar de mim?

Já estávamos chegando na sorveteria que havia combinado com Gastón que iríamos nos encontrar. Tanto eu como Angelina estávamos ansiosas, jamais iria permitir que ele tratasse minha filha mal mas também não sei como ele vai lidar com o fato de que não quero nada com ele.

– Anjinha, é claro que ele vai gostar de você. Como não amar uma menininha tão linda e meiga como você, meu amor?

Dei um beijo demorado em seu rosto, entendo que ela tenha medo já que não conhece o pai e não sabe nada sobre ele porém se Gastón ousar tratá-la com indiferença farei questão ir embora sem olhar pra trás. Chegamos na sorveteria um tempo depois, sentamos em uma das mesas do lado de fora do local apesar de ansiosa assim que Angelina viu as taças de sorvete nas outras mesas já quis uma.

– Mamãe, não vou conseguir esperar o papai. Posso pedir um sorvete?

– Claro, meu amor. Seu pai vai entender!

Fiz o pedido pra ela enquanto esperava o mesmo chegar notei que um conversível se aproximava a sorveteria, Gastón sempre foi um exibido mesmo sem ver o motorista sabia quem era. Ele desceu do carro já sorrindo, preciso admitir que Angelina herdou a alegria do pai e o sorriso também.

– Filha, seu pai chegou. Seja você mesma e nunca se esqueça que a mamãe ama você!

A maneira mais eficaz de passar segurança e confiança pra minha filha e mostrar que amo ela, nada vai mudar isso. Gastón se aproximou da mesa olhando nossa filha como se não acreditasse que era realmente ela.