Asas de fogo - Portões para a aventura

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Lúcio

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Lúcio

Forte da Pedra Secular fazia jus ao nome e, embora tenha sido um forte imponente e importante há alguns séculos, grande parte de sua estrutura fora destruída em batalhas de séculos e na revolução de duas décadas atrás, que buscava (e conseguiu, ao menos até o momento)a separação das Terras Quentes do restante do Império. O que resistiu mostrava bem o que mais de um século é capaz de fazer a um amontoado de pedras. Possuía apena três torres, das quatro que tivera no passado, sem que ninguém houvesse se preocupado em reedificar a quarta.

Formado por gigantescos blocos de pedra solar, o tom amarelo pálido tornara-se num cinza esbranquiçado, tinha limo e plantas crescendo entre as fendas nas paredes, e ficava muito afastado da cidade mais próxima, Êmula, uma cidade pequena das Terras Centrais, possuindo pouquíssimos guardas. Lúcio já o estudava há tempos.

Era meio que a caixa de brinquedos velhos do nobre local, um acumulado de quinquilharias históricas e depósito de suplementos. Roubar nas grandes cidades era um risco muito grande, pois sempre podiam haver um ou mais Leais nelas, somente conjuradores com habilidades de manipulação ou disfarce muito aguçadas se arriscavam a tanto. Mas Forte Secular era um alvo perfeito: isolado no meio do nada, sua linha de frente era um gigantesco portão de madeira maciça mas muito velha, protegido por meia dúzia de soldados. A floresta original à sua volta fora toda derrubada e substituída pela repetição infinita de eucaliptos.

"A magia de um conjurador - dizia uma das mestras do campo de concentração da R.E.M, Real Escola de Magia - vem de seu coração. Aprendemos a construir mágicas de acordo com o nosso coração e a visão que temos do mundo". Era uma ideia bastante popular entre alguns mestres, mas igualmente desacreditada por outros. Fora uma das raras lições cujo Lúcio realmente gravara daqueles tempos, e para ele essa teoria fazia todo o sentido do mundo: o que ele mais queria era explodir tudo ao seu redor, até não restar mais nada, nem mesmo seus pensamentos.

Estava cerca de 30 metros da entrada do forte, escondido entre as árvores. O capuz preto e o autocontrole eram suficientes para esconder sua presença naquela noite sem luar. Certamente não deveria haver nenhum conjurador naquele forte, então nem precisava ser muito cuidadoso. Ergueu sua mão direita com a palma para cima e os dedos levemente curvados, seu componente gestual inicial para realizar esta magia.

Sentiu o mana, a energia mágica invisível a olho nu, que existe em todas as coisas e em todos os seres, concentrar-se em sua mão.

Imaginou uma pequena esfera vermelha, onde concentrava todo o seu desejo por caos e destruição, se formar alguns centímetros acima de sua mão. A mesma surgiu no plano físico. Sentia-a quente, poderosa, latejante. Depois construiu mais duas esferas, todas menores que uma maçã. Levou menos de três segundos para fazer isso, mas em sua mente passou-se muito mais tempo. A maioria dos conjuradores necessitava de um fetiche material, um objeto que é utilizado para canalizar o mana existente ao seu redor e iniciar uma conjuração, porém ele possuía a bastante rara habilidade de ignorar componentes materiais em seus feitiços. Seu componente material era o ar a sua volta.

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