Donato
- Esse Magíster Deime cujo você falou na sua história. Essa Draconiana. Eu tenho conhecimento dela. Uma escola de magia obscura e distante que passou por várias reformas, até que foi incendiada e deixou de existir. Muitos boatos de desaparecimentos ou torturas são contadas sobre a administração antiga daquele local mesmo - havia dito Verônica, conforme saiam da casa.
Donato concordou com a cabeça, sua atenção dividida entre o que conversavam e o objeto, que vira Verônica esconder no fundo do suporte oco em suas costas, onde costumava carregar sua arma, agora em sua mão. Investigara tudo que pudera sobre a Draconiana. Deime havia deixado a mesma, incinerando todos os rastros.
Estavam caminhando para fora da casa pra ver o que fizera Eva sair de dentro sem mais nem menos, sem sequer falar nada. Donato esfregou os braços ao sentirem o vento um pouco frio, assim que saíram . Verônica continuara:
- O que foi mantido sobre segredo, uma coisa que eu só soube quando entrei para a Insurreição, é que o magíster da tal escola, era uma figura cujo eu já vira. Sinto lhe dizer, Donato, mas seu algoz permanece vivo, com outra identidade, e ele nunca teve tanto poder nas mãos.
- Do que você está falando, vo... - se interrompera ao ver sua interlocutora se adiantar para frente subitamente, apreensiva. A mesma segurou firme a base da arma, fazendo a energia elétrica brotar seus espinhos. .
Apreensivo ele também, o cancioneiro pôs a mão à fronte, tentando distinguir o que acontecia. A luz do Sol poente machucou lhe os olhos, mas teve a impressão de que era uma briga. Pareceram duas pessoas caídas e uma a frente, que pela estatura só podia se Eva. Quem ela estava encarando?
Verônica lhe deu uma resposta à forma de um estrondoso relâmpago se disparando na direção da luz.
-Jafári! - urrou ela, a plenos pulmões - Eu te avisei!
Jafári? A magíster? A Mestra de Violante?
Não teve tempo de pensar muito a respeito, pois Verônica já corria em direção ao grupo. Seu Selo de Leal era algo rastreável apenas pela arma de Verônica, e Eva e os demais pareciam bem ocupados. Se existia uma chance de Donato partir sem precisar dar explicações, e sem riscos dos demais o prenderem, contrariando Verônica, era agora; ainda que a flauta estivesse em posse de Verônica , poderia tentar recupera-la em outra hora.
Era o que devia fazer, mas só os deuses sabiam porque, estava correndo ao encalço de Verônica e da confusão. Eu preciso saber.
Verônica parou de correr ao se aproximarem da cena, e começou a andar mais lentamente, sua esfera de espinhos ainda faiscando eletricidade. Jafári, ao ver sua aproximação, abaixou o arco de mana que tinha apontado aos demais, sua flecha de luz azul, no entanto, ainda retesada na linha mágica que se formava no arco quando ia disparar.
Eva, que mantinha presa ao braço um escudo meio hexagonal comprido e espinhoso, afastou-se para trás com a chegada de sua capitã, pondo-se a frente de Lúcio que ajudava Violante a se erguer. Os soldados da Insurreição também observavam a cena de longe, do lado oposto, próximos a seus cavalos. Nenhum deles havia feito menção de interferir na cena.
Donato deteve-se próximo a Violante e Lúcio, mas uma vez sentindo-se quase nu sem alguma flauta. O que estou fazendo aqui?
Verônica posicionou-se frente a frente com Jafári, que permanecia meio de lado a ela, o olho bom encarando a capitã, mas o arco abaixado na direção deles.
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Cicatrizes da Magia - Memórias de Outrem
FantasyE se a queda do mundo houvesse criado uma era medieval mágica, onde existe um império repleto de elementos brasileiros? E se nesse mundo o dom da magia se revelasse muito mais como uma árdua provação do que uma benção? No Império de Cerne, pessoas p...