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Depois de alguns minutos daquela forma, chorando um abraçado ao outro, nos separamos e eu o encarei, não ia adiantar de nada ficar ali parado apenas chorando.

Passei meu polegar por sua bochecha limpando uma lágrima e sorri minimamente.

-Hobi... Não acha que devemos deixar o passado para trás?

-Diz esquecer?

-É... Viver do passado não vai dar em nada.

Sua mão moldou minha face e um carinho foi posto em minha bochecha, sorri fechado e retirei sua mão de minha face, a mesma estava toda enfaixada, suspirei e o olhei logo desviando o olhar.

-Me desculpe por ter te feito ficar nervosa naquele dia... Eu não devia ter vindo aqui... Se eu não tivesse vindo nada daquilo teria acontecido.

-Shii...

Segurei sua face e lhe cobri os lábios com uma mão minha, seus olhos se encontraram com os meus e em questão de segundos meu rosto já estava a centímetros de distância do seu, lhe fitei e depois fitei seus lábios, engoli em seco e quando seus lábios iam se unir aos meus virei a face e o beijo foi depositado em minha bochecha, o ouvi suspirar e eu me afastei um pouco mais de si pegando o sabonete em líquido para lhe ensaboar, fui deslizando minha mão por sua pele e em poucos minutos já havia terminado de o banhar, sai do banheiro e fui para o meu quarto, troquei de roupa e peguei uma roupa que era sua, voltei ao quarto de hóspedes e lhe entreguei as vestimentas ele arqueou uma sobrancelha e eu rolei os olhos virando de costas para si.

-Eu posso te ajudar a vestir a calça e a camisa... Mas a sua peça íntima você irá vestir sozinho.

-Por que?

-Por quê eu estou falando que será assim.

O ouvi resmungar e gemer de dor, depois de alguns segundos ele disse ter terminado e eu fui até si fechando a braguilha, lhe ajudei a vestir a camisa e assim que terminei descemos, ele se sentou a mesa e ficou me observando calado enquanto eu tentava fazer um chá sem o deixar passar do ponto.

Depois de alguns minutos lhe servi uma xícara e me servi de uma, logo me sentei de frente para si e suspirei colocando um cubinho de açúcar em minha xícara, ele devagar levou a xicara até os lábios e bebeu do líquido sem o adoçar.

Fiz careta e o vi rir.

-Eu já estou acostumado a tomar sem açúcar.

-É por isso que é tão amargo então...

Um sorriso de canto lhe escapou e eu sorri piscando um olho para si, logo voltando minha atenção para minha xícara.

-Pode me levar em casa?

-Não sabe pegar um ônibus não?

O mesmo me lançou um olhar mortal e eu ri.

-Se eu for lhe levar o que eu ganho com isso?

-Minha doçura.

Ri lhe atingindo com um cubo de açúcar e o vi sorrir.

-Ai está um pouco da minha doçura.

Seu pé tocou minha perna e eu levantei o olhar para o seu rosto, um sorriso lhe brindava os lábios e eu achava bonito o ver sorrir, porém, algo me dizia para o tirar logo dali.

-Ah... Já terminou?

-Esta esperando por alguém?

-E se eu estiver?

-Hummm... Ehr... Sim eu já terminei.

Disse e se levantou, me levantei também e lhe guiei até meu carro, assim que sentado dei partida dali e fui o deixar em sua casa.

O caminho foi feito todo em silêncio, nenhuma palavra era dita por mim ou por ele, meus olhos iam focados na estrada e os dele em mim.

-Esta esperando alguém?

-Eu não estou esperando ninguém, eu só... Ah Hobi... Tudo ainda está muito recente não acha?

Um suspiro veio do mesmo e logo ele virou a face para a estrada também. Mais alguns minutos se passaram e nós já estávamos em frente a sua casa, abri a porta para si e fiquei esperando que o mesmo saísse.

Ele levantou e parou de frente para mim, o olhei nos olhos e o ouvi falar baixo.

-Por que cortou os cabelos?

-Porque eu quis.

Ele mordeu os lábios com força e sem esperar muito se aproximou de mim e com sua mão menos ferida tocou minha face e aproximou a face de mim.

-Se não quiser me diga...

O encarei e encarei seus lábios, a cada segundo ele aproximava mais os lábios dos meus e quando seus lábios se colaram aos meus sussurrei contra a vontade do meu corpo.

-E-Eu não quero...

Ele sorriu minimamente e se afastou. Ele se virou de costas e começou a andar em direção a sua casa. Pigarrei e o chamei em tom baixo.

-Hobi...- ele se virou e me encarou com uma sobrancelha arqueada- ...se cuide.

Ele afirmou com um mínimo sorriso e eu dei a volta no carro voltando para dentro do veículo, bati a porta e escorei minha cabeça no volante suspirando fundo, virei minha face para o lado e o vi parado de costas, me ajeitei e liguei o carro dando partida dali para minha casa.
...
Estacionei o carro em frente a minha casa e sai do automóvel seguindo para dentro de casa, antes de entrar ouvi meu nome ser chamado.

Me virei e lá estava ele.

Seu sorriso de lado denunciava suas próximas atitudes, senti meu corpo relaxar um pouco e ele veio a passos rápidos até mim me tomando em um beijo nada calmo, levei uma de minhas mãos a sua face e assim que nos separamos o olhei nos olhos e o abracei apertado de forma como se eu estivesse querendo o prender ali, e era o que eu queria fazer com Tae. O prender ao meu lado para que nunca mais saísse.

Era estranhamente bom está ao seu lado, eu me sentia segura e bem, suas mãos me segurando com firmeza enquanto eu abraçava seu corpo.

O ouvi suspirar me acariciando e logo um beijo foi depositado no alto da minha cabeça.

Talvez as coisas não estivessem tão claras, porém, uma coisa estava.

Eu amava a Taehyung e ele me amava.

SUBMISSIVEOnde histórias criam vida. Descubra agora