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Já era manhã quando finalmente recebi alta, me segurei no braço de Taehyung e pedi baixo.

—Podemos ir direto pra casa do meu pai?

—Sim, podemos, mas antes precisamos ir a uma farmácia pra comprar medicamentos para você e para mim, depois, vamos direto pra casa do seu pai.

Afirmei, e continuei a passos lentos até o carro e entrei, assim colocando o cinto, e suspirei fechando os olhos.

—Eu não matei os avós dele.

—Eu sei que não...o horário da morte deles não bate nadinha, afinal passamos a noite juntos.

Afirmei, e virei o rosto olhando pela janela.

—Eu tô com medo, eu não quero que meu pai acabe morrendo por minha culpa.

—Você não tem culpa de nada amor, Jungkook apenas não está conseguindo ver claramente.

Mordi minha boca com força, e olhei novamente pela janela, assim perguntando.

—Ele foi ver os pais dele?

—Sim, eles estavam no hospital não é?

—Eu não sei... Eu não sei de mais  nada.

—Bom, tudo o que sei é que eles receberam alta ainda pela noite, e foram pra casa luxuosa deles, não sei exatamente como tudo aconteceu depois disso, pois o Jungkook não falou nada.

—Ta na cara que foram eles quem mataram os avós do Jungkook.

—Sim, está na cara mas ele não consegue ver.

—Eu só queria poder mudar isso.

—Infelizmente, ninguém pode mudar isso.

Afirmei pela milésima vez, e chegamos a uma farmácia, Tae comprou remédios e medicamentos para tratar de meu machucado da testa, e após isso fomos direto para a casa de meu pai.

Ao chegarmos notei os seguranças reforçados, e a presença de um carro que eu desconhecia.

Acabei por sair do carro, e caminhei o mais rápido que pude para a entrada, e entrei na casa indo diretamente ao quarto de meu pai, e já do corredor, gritei enquanto batia a porta.

—PAI! ESTA AI? TA TUDO BEM?

Acabei por notar uma voz estranha, e uns barulhos estranhos se cessaram, e ouvi passos até a porta e a observei ser aberta de uma vez, e meu pai me encarou com uma grande carranca.

Arregalei os olhos, não ousando olhar pra baixo, e ouvi uma voz feminina o chamar.

—Volta aqui gatão, ainda não terminamos.

Pisquei os olhos incrédula, e fiz um movimento de zíper, e sai fora, assim caminhando rapidamente para o andar de baixo, onde caminhei até o sofá e me sentei cobrindo as bochechas, e sorri corada, vendo Taehyung passar pela porta, um tanto pálido e preocupado.

—O que aconteceu? Ele está bem?

—Oh... Está sim, é que... Eu acabei interrompendo algo.

—E o que foi?

—Meu pai tá com uma mulher lá em cima.

Um risinho escapou do maior, e eu sorri, assim acenando com a cabeça, e me levantei perguntando, com um leve sorriso.

—Vamos pro quarto? Afinal meu quarto é aprova de som, por que meu pai odiava quando eu tocava guitarra.

—Tocava guitarra?

—Bom, não bem, mas tocava,

—Você era tipo, aquelas garotas que tem seus gostos, e que gostam de coisas de pessoas rebeldes?

—Pode-se dizer que sim.

Falei sorrindo levemente, e passei a caminhar devagar para o quarto, ao chegar ao mesmo, entrei e assim que o maior entrou, fechei a porta, e me sentei na cama, assim o tendo sentado ao meu lado também, o segurei a mão, e entrelacei nossos dedos.

—Você me parece um pouco aflita, o que aconteceu?

Neguei com a cabeça, e sorri minimamente apoiando a cabeça em seu ombro.

—Eu realmente não sei, mas parece, que toda vez que estou feliz, algo acontece e me deixa muito triste.

—A vida é malvada... Mas creio que um dia tudo vai se resolver.

Afirmei, e encarei nossas mãos, até que ouvi meu celular começar a tocar, o atendi, e acabei levando um susto.

Olá, você é a senhorita Hayle?

—Sim? Mas, por que? Quem é?

—Me chamo Harry, sou advogado da família Jeon, e o Sr.Jeon deu entrada no divórcio. O motivo desta ligação, é para informá-la que pela manhã, a procurarei para que assine o divórcio.

—O que... Mas...

—Perdão, mas falou algo?

—Não...?

—Sendo assim, pela manhã me encontre na empresa da família Jeon, para que assine.

—Ok.

Murmurei, e desliguei o aparelho, assim, olhando para Taehyung, e sussurrei.

—Jeon adiantou as papeladas para o divórcio.

—O que?

—É... Parece que eles conseguiram fazer a cabeça dele.

—Você sabe que ele não sabe da verdade, por isso está pedindo o divórcio.

—Pode até ser, mas ele não poderia acreditar tão facilmente nas mentiras dos pais dele.

—Eu sei que não meu amor, mas você sabe que ele acredita feito um bobo em tudo o que eles falam, e para ele os pais apesar de o terem deixado com os avós, e terem sido estranhos com ele a vida toda, ele não desconfia deles.

—Suga me disse uma vez, que ele sempre foi manipulado pelos pais, e que ele acreditava fielmente.

Suspirei e com uma leve força, bati em minha coxa, e o encarei perguntando.

—Podemos...tentar, ver ele?

—Acho melhor você não correr este risco.

O olhei e questionei levemente.

—Por que não? Há algo de errado com isso?

—Você sabe... Os pais dele,estão querendo...

O mesmo se calou e suspirou me puxando para perto.

—Não quero correr o risco de lhe perder meu amor, você é a coisa mais importante em minha vida.

Fiz biquinho e perguntei.

—Quando minha vida irá deixar de ser tão louca?

—Eu realmente não sei, mas espero que nossas vidas mudem.

SUBMISSIVEOnde histórias criam vida. Descubra agora