Capítulo 5

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Callie Torres

- É você que vai ficar com ela até os pais ou alguém vir buscar?

A senhora vestida de branco e suturando a testa de Arizona me pergunta e eu me encontro sem resposta. Eu olho para um lado e para o outro.

- Parece que sim...- sorrio.

- Tudo bem. - ela pegou uma bolsa de gelo - coloca isso aqui no pescoço dela e pressiona. Daqui a alguns minutos ela vai acordar, dá esse analgésico aqui - ela colocou na mesa - e ela ficará bem.

- Obrigada. - sorri amarelo para ela.

Fiquei observando Robbins por alguns minutos, em pensar que ela quase vai para o hospital por minha culpa.

Eu sabia que não devia ter contado.

Algum tempo antes...

Acordei suando um pouco depois de ter tido um pesadelo, eu nem me dei conta que havia dormido, puxei meu celular para ver as horas e ainda eram sete e meia, não dormi nada. Reparo então que um papel caiu no chão, levanto e o pego, era um bilhete de Arizona, leio e do um sorriso de canto " Te odeio, Robbins ". Estou ainda impressionada com tudo que aconteceu, ela me acalmou, me ouviu, e sem me zoar, conheci um lado dela que nunca tinha visto.

Mas sei que nós não nos falaríamos mais. E tanto faz, não ligo.

Resolvo ir logo para escola, eu não conseguiria dormir novamente mesmo. Levanto, vou até o banheiro e faço minha higiene matinal, tomo um longo banho e tento não pensar no que aconteceu na noite anterior para não ficar me martirizando, coloco meu uniforme, arrumo meu cabelo e faço uma maquiagem para disfarçar toda tristeza que eu estou sentindo de verdade. Depois de pronta, desço para comer alguma coisa. Meu pai já havia tomado seu café e estava na sala lendo seu jornal.

- Srta. Torres, o Sr. Torres te aguarda na sala após o café da manhã.

A governanta avisa e eu assinto, logo tomei meu café bem rápido e fui ter a conversa que meu pai queria ter, eu já tinha certeza que alguém deve ter dado com a língua nos dentes. Me aproximo com calma e sento ao lado dele.

- Bom dia, Papa.

- Bom dia, princesa. - Ele falou dobrando o jornal - Você pode contar pro seu Papa quem esteve aqui essa madrugada? E por quê?

Ele me perguntou com calma mas eu senti medo, senti medo dele brigar comigo.

- Foi só uma colega, ela ficou preocupada se eu tinha chegado bem. Acabamos por assistir um filme.

Respondi sem o encarar, eu não gostava de mentir ou esconder as coisas do meu papa mas eu não posso contar o que aconteceu de verdade, pelo menos não agora. Mas meu pai também nunca foi bobo.

- Hija, quando quiser dizer a verdade estarei pronto para ouvir.

Eu apenas sorri, assenti e o abracei com força deixando vários beijos na bochecha dele. Eu podia ser mimada, mas tinha o melhor pai do mundo.

Depois disso segui para escola.

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Cheguei na escola atrasada para a aula do segundo tempo, reparei que Robbins não estava lá, ela não deve ter dormido nada, sentei e uma tristeza começou a me invadir, eu estava, na verdade, com medo, e se ele tentar algo? Será que ele tá aqui hoje? Uma lágrima escorreu.

- Call, tá tudo bem?

Mark perguntou baixo no meu ouvido, eu apenas assenti, não queria preocupar mais ninguém com os meus problemas. Mas, estranhamente, eu queria que Arizona não tivesse faltado hoje, porque eu me senti segura com ela.

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