Capítulo 30.

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Callie Torres

A manhã dessa segunda feira está terrivelmente deprimente e triste, nem sinal de Arizona, isso não deveria mas me incomoda, eu queria que ela se explicasse, ou ao menos tentasse, eu queria que ela insistisse para ficarmos juntas, eu olho meu celular a cada segundo em busca de respostas, de um motivo, um único motivo sequer para que ela tenha feito isso e sumido assim. Mas não há, eu não deixei nada a desejar, eu me esforcei para ser a melhor para ela. Eu não sou gostosa como a Nancy, nem extrovertida como Lauren, ao menos sou sexy como Carina, mas eu me dediquei a ela, eu confiei meu coração a ela.

De fato, foi uma burrice ter feito isso, eu não nasci pro amor, eu não nasci para amar e a prova disso é Arizona, é meu frustado relacionamento com ela, eu por muito tempo evitei me abrir, me permitir para que as pessoas chegassem em mim com essa intenção, e quando permito olha só o que acontece.

Decido ir tomar um banho quando vejo que em meio a esses pensamentos meu rosto já está banhado por lágrimas novamente, meu coração dói de uma forma incômoda, eu estou magoada.

Durante o banho uma raiva sem igual consome todo meu corpo e sei que Arizona nunca falta a escola, decido então que vou tirar satisfações com ela, olho no relógio e vejo que ele marca seis e vinte e cinco, coloco meu uniforme e desço para tomar meu café, quero chegar cedo, hoje a diretora vai nos explicar o motivo pelo qual voltamos cedo do passeio, o que eu estou super curiosa, e também quero resolver toda minha situação com Arizona antes da aula começar. Desço as escadas e tomo um rápido café da manhã e saio em direção a escola. No caminho algo dói em meu coração, não sei ao certo o quê, mas é um sentimento ruim, respiro fundo e continuo encarando o céu pela janela do carro e pensando naquela desgraçada do sorriso de covinhas.

Não muito tempo depois eu chego na escola e avisto Mark abraçado com Lexie conversando com Meredith e Addison. Não posso deixar de reparar em Alex que está sentado no chão num canto com óculos escuros as sete da manhã e fones no ouvido. Decido não o incomodar e vou na direção dos meus amigos, eles logo sorriem quando me vêem.

- Bom dia, gente! - falo não muito animada, não estou animada.

- Bom dia. - eles falam em uníssono.

- Como você está, amiga? - Addison me perguntou e olhar dos 4 eram apreensivos para mim.

- Eu...eu estou bem - forcei um sorriso. - Vocês sabem se ela já chegou? - perguntei com um pouco de medo da reação deles sobre eu querer ver Arizona.

- Acha que eu a teria deixado viva se já tivesse chegado? - Addison perguntou e Meredith riu.

Na realidade, todos nós rimos.

- Vem cá, Call.

Mark me chamou e nós nos afastamos dos demais.

- Oi, Mark.

- Escuta, eu sei que você ama a Arizona, eu também sei que seu coração tá machucado, mas não guarda essa mágoa, esse rancor, ouve primeiro o que ela tem a dizer, pode ter acontecido tantas coisas.

Meus olhos se encheram de lágrimas.

- Mas, Mark... - ele me interrompeu.

- Shh - ele passou a mão no meu rosto - é só um conselho, tá legal? Eu te amo e quero seu bem. Pensa comigo, olha quantas coisas ela passou e fez pra te conquistar... Agora ela iria simplesmente te trair e sumir?

- Tudo bem, eu vou tentar pensar dessa forma. Obrigada, Mark.

- Nada, vem cá. - Ele me puxou para seus braços me oferendo o abraço que eu precisava e eu me segurei para não chorar.

O improvável amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora