Capítulo 61.

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Arizona Robbins

Você já sentiu a dor de ser largado por quem ama? É uma dor que eu não consigo explicar, você abre seu mundo para pessoa e ela simplesmente decide um dia o que é certo ou não eu vai embora, sem dar uma explicação. E foi exatamente assim que Calliope fez comigo, passou um ano sem dar sinal de fumaça, eu não sabia de absolutamente nada, Carlos não me falava dela, eu muito menos perguntava, eu queria ela aí meu lado criando Noah, por noites e mais noites chorei me culpando dizendo que a responsabilidade de ter uma criança em nossas vidas a fez fugir. Até que descobri que Callie tinha dado a luz a um lindo garotinho, pelas minhas contas, por mais que eu não quisesse acreditar, Callie me traiu.

Eu permiti que ela viesse para conversamos e eu não ter mais nenhuma dúvida, e também ela tem o direito de se explicar, errada ou não.

Depois da última mensagem dela, eu fui até a cozinha e preparei um café, o tomei em pé pensando no momento que meus olhos cruzaram com os de Callie, por mais que eu tivesse querendo matá- la, meu coração batia como bateu na praia, meu corpo respondeu ao ouvir o som da voz dela, droga, eu ainda sou totalmente dependente e apaixonada por Calliope Torres.

Passado alguns minutos, ouvi um barulho de carro, minutos depois, um som de fortes batidas na porta, Noah.

Apressei os passos e abri a porta sentindo um corpo pequeno colidir com o meu, o peguei no colo.

- Senti sua falta, mamãe. - ele falou fazendo um lindo beicinho.

- eu também senti a sua. - sorri e dei um cheiro nele. - Ué, você tomou banho?

- Uhum, a titia Callie deu.- falou apontando para a morena que estava parada distante de nós segurando o bebê conforto.

- obrigada. - falei para ela. - Por que você não vai brincar lá no seu quarto pra eu conversar com a tia Callie?- falei o colocando no chão.

- tá bom, tchau tia Callie. - foi correndo pro quarto.

Eu sorri e virei para Callie.

- Entre, senta por aí. - ela entrou e sentou no sofá colocando o bebê conforto onde Nicolas dormia em frente a ela.

Eu sentei próximo a ela, e olhei o menino.

- Ele é muito bonito. Parabéns. - falei sincera.

-Obrigada, ele é meu presente. - percebi o sorriso que ela deu.

- Você quer algo? Água, café, refrigerante?

- Não, Ari, eu realmente só quero conversar. - ela ficou séria novamente.

- Pois bem, comece...- fiz um gesto com a mão para que ela falasse.

Ela olhou Nicolas, se remexeu, passou a mão no cabelo e, por fim, me encarou.

- Eu vou falar, mas você poderia não né interromper e escutar tudo?

- Claro. Só, por favor, comece.

Callie estava triste por lembrar do que iria falar, pude perceber.

- Lembra que eu te contei que um ex namorado meu me estuprou? - eu apenas assenti - Pois então, na noite do baile de formatura que você me deixou em casa para socorrer Maria, ele, não sei como, apareceu no meu quarto armado, ele estava no nosso baile, eu estava de toalha quando ele apareceu no meu quarto, tinha acabado de tomar banho, ele abusou de mim novamente, ameaçando me matar. - os olhos dela estavam cheios de lágrimas - Eu me senti suja, eu não consegui contar, eu pensei tanto em me matar, Arizona, meu pai mandava comida e eu jogava fora, eu não queria mais viver, um dia, eu decidi que tinha que acabar com essa dor e ia pular da janela do meu quarto, mas antes disso, eu passei mal, foi quando meu pai me levou para o hospital e eu descobri que tinha uma vida se formando dentro de mim. - ela já chorava, eu olhei Nicolas, encarei novamente Callie, segurei sua mão e a incentivei continuar. - Eu contei para meu pai e ele foi atrás de Ryan, ele o prendeu. Eu tive medo, mas Nicolas foi minha válvula de escape, era minha esperança, o meu motivo para me manter viver, que era trazer ele a vida. - ela sorriu. - Quanto a você, você estava para pegar Noah, assumir a diretoria do orfanato, você tinha planos e projetos, eu não poderia simplesmente chegar e trazer mais uma criança, não podia parar a sua vida em prol da minha, Arizona. Eu liguei para Carol e busquei me estabilizar em Nova Iorque. - ela me olhava intensamente. - Quanto a nós, eu te deixei, te larguei ou abandonei, ou como queira chamar porque eu te amo, Arizona. E eu estou aqui hoje, porque eu não sei mais viver sem você. E está doendo muito não ter você.

O improvável amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora