O improvável amor.

Capítulo 58.

Arizona Robbins

Faz, mais ou menos, um ano que Calliope me largou plantada na porta da minha casa sem entender nada do que estava acontecendo, sem se quer uma explicação, ela sumiu do mapa, foi para Nova Iorque e eu não soube mais dela, também não procurei saber, eu quero distância dela, ela me machucou, fico pensando como foi capaz.

Ouço risadas e olho para grama da mansão Torres, além de Noah está tudo sujo de tinta, agora está sujando seu vovô Carlos.

Sim, vovô Carlos, quando os advogados da família Torres juntamente com o próprio Sr.Torres começaram a me ajudar com o processo para eu ter a guarda de Noah, Carlos ficou apaixonado por ele, e Noah por Carlos, o que resultou em um Noah muito apaixonado pelo vovô Carlos, todo domingo almoçamos juntos, ou saímos.

Sr Torres e eu ficamos muito próximos, ele tem me ajudado em tudo que eu preciso e sempre lamenta minha relação com Calliope não ter dado certo. Ele investiu bastante no orfanato e comprou uma parte dele também, mas não mudou o nome, nem nada.

Vocês devem estar se perguntando dos demais, bom, Mark e Lexie estão fazendo faculdade de administração junto comigo, April faz gastronomia na mesma faculdade que eu. Jackson faz empreendedorismo, Addie e Mer ainda namoram e fazem marketing juntas, Kara e Lena moram juntas na casa que era da minha tia Eliza antes delas virem pra Seattle. Alex viajou com Jô para Orlando, esses dois só querem curtir. Do grupo, a única que não sei nada, é Callie. Também não me importa saber.

Na verdade, importa, eu choro todas as noites de saudade dela e fico com raiva de mim mesma por isso.

- Mamãe, socorro. - ouço a voz de Noah e percebo que ele vem gargalhando com Sr.Torres correndo atrás. E logo o pego no colo.

Hoje é domingo e como Noah pediu, viemos passar a tarde com seu avô.

- Que foi? - Perguntei rindo.

- O vovô - ele falou ofegante - ele quer me pegar, mamãe.

- Hmmm - semicerrei os olhos para ele e olhei para Sr.Torres - o que esse pimentinha fez, vovô?

- Ele me sujou. - Sr. Torres o pegou do meu colo e começou a correr novamente com ele pela casa.

Eu fiquei apenas observando eles, é lindo ver como eles se entendem, como amam um ao outro e como são apegados. Noah deu logo um jeito para o triste fato de não ter avós, ele chama Eliza e Maria de vovó, e o Sr.Torres de vovô.

Quanto a mim, assumi a frente do orfanato com minha tia, estou na faculdade de administração, eu estou feliz, mas falta algo, sempre falta, na verdade, falta ela...

- Vamos almoçar, mamãe? - Noah perguntou se jogando no meu colo.

- vamos tomar um banho, mocinho!

(...)

Callie Torres

Nicolas Torres, esse é o nome do meu presente.

Há quase um ano, senão já um ano, eu vivi o meu pior pesadelo, e desse pesadelo eu recebi o meu melhor presente. Eu não contei para ninguém sobre o que tinha acontecido, nem mesmo para Arizona. Quando algum tempo depois contei para meu pai, ele deu um jeito de o prender.

Na época, eu fiquei tão assustada, tão machucada que eu só quis fugir, eu quis me matar todos os dias depois daquela madrugada, quando finalmente eu tive coragem para cometer tal ato, eu descobri a minha gravidez. Eu fiquei assustada, não sabia o que fazer, como agir, muito menos o que pensar. Juntei minhas coisas, liguei para Carol, e fui para Nova Iorque, antes de tudo fiz o que mais me doeu, a maior idiotice, larguei a mulher da minha vida.