Capítulo 39

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Arizona Robbins

Apesar de não ter dito a Calliope, a minha mente está um turbilhão, os pesadelos me assistam e eu sinto como se tivessem me observando. Só é diferente quando estou com ela ao meu lado, tem vezes em que meus pensamentos ficam confusos e meus desejos, hesitantes, como se não houvesse a hora seguinte para eu desfrutar, mas aí meu olhar cruza o dela e recebo automaticamente a dose de encorajamento de que tanto preciso diariamente. Mas reconheço que ela tem 17 anos e uma casa, um pai, ela cuidou tempo demais de mim, mas mesmo assim depois de darmos uns amassos de madrugada, ela foi embora reclamando essa manhã, falando que se eu esquecer de tomar os remédios ela vai me bater, não seria má ideia, mas o bater que ela se referia era daqueles que machuca, então a ideia se torna má.

   A semana sem ver Calliope foi horrível, eu tinha pesadelos e por mais que tivesse Kara, tia Elisa e Maria na casa eu sabia que era só o colo quente da Latina que me faria sentir segura. Falo com ela todos os dias, quando ela sai de manhã para ir para escola, quando ela tem intervalo entre uma aula e outra, quando ela chega em casa e antes de dormir. Hoje é sexta-feira e conforme o pai dela me prometeu, ela vem direto da escola para passar o fim de semana comigo. Eu não sei explicar a ansiedade que eu estou sentindo.

  Agora estou almoçando com Maria em meio a muita conversa, pois Kara está na escola e tia Elisa saiu.

- Estou com tanta saudade de Noah, Maria. - soltei tristemente.

Noah é minha vida, é um pedaço de mim, e depois de tudo que passei eu só queria o abraçar, dizer que eu o amo e que sempre irei protege-lo.

- Eu ofereci para te levar até ele mas você quer esperar a menina Callie. - Maria disse dando de ombros.

Eu sorri com cenas de Callie junto a Noah passando na minha mente, tais como no dia do parque.

- É porque ela também é apegada a ele, aposto até que já nutre algum sentimento. Mas ela me enrolou a semana inteira, e quando falo sobre isso nas nossas ligações ela muda de assunto..- falei com um longo suspiro no final.

- Isso é estranho. - pelo que vi, Maria estava somente pensando alto.

- Estranho como?

- Uh - ela arregalou os olhos. - De maneira alguma, hoje ela estará aí. Quem sabe amanhã vocês não vão, hein?

- Seria maravilhoso!! - falo empolgada.

(...)

A tarde passou da forma mais tediosa possível, eu fiquei mexendo no celular, adiantando algumas matérias que os professores estavam me enviando por e-mail e até mesmo conversei com o Sr Torres, sim, ele me ligou para saber como estava indo minha recuperação, se eu estava bem, ele tem sido tão bondoso comigo. Estou jogada no sofá quando a porta é aberta, eu tomo um susto e me levanto para olhar, era a morena dona da minha vida passando por aquelas portas e falando com alguém ao lado de fora.

- ARI..- ela ia gritar mas me viu no sofá. -  Amor - sorriu e correu até mim sentando ao meu lado e me dando um longo beijo. - estava com saudade, Maria estava saindo e abriu a porta para mim. Tomou seus remédios? Almoçou? Cuidou desse machucado nas cos...

A interrompi com um beijo. Quando nos afastamos, sorri.

- Eu fiz tudo isso! Mas agora, cala essa boca e deixa eu matar a saudade da minha namorada.

Ela sorriu e me puxou para cima dela, e nós entregamos aos beijos mais uma vez. Logo, o ar se fez necessário, nos afastamos os lábios, me ajeitei no colo dela e ela passou seus braços pela minha cintura.

- Como foi o seu dia?

- Tedioso! E lá na escola como foi? Alex e April vieram aqui ontem mas nem conversamos muito sobre a escola.

O improvável amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora