O improvável amor.

Capítulo 32.

/2 dias atrás... Manhã após o sequestro./

Arizona Robbins.

Eu não sei ao certo o que aconteceu, eu estava com Nancy, e de repente tudo apagou. Eu não sei dizer por quanto tempo eu fiquei apagada, mas sei que foi tempo suficiente para agora eu estar sentindo uma dor de cabeça horrível, tento colocar a mão na cabeça mas não consigo, percebo então que estou presa, resolvo abrir os olhos mas é em vão, algo tampa meus olhos, meus pés também se encontram presos, pelo que posso deduzir estou presa numa cadeira, Maria sempre disse que uma hora eu poderia me dar mal de tanta briga que eu arrumava, mas ser sequestrada eu não esperava, era assustador, tento gritar... Mas algo tampa minha boca, que agonia... Que desespero estar nessa situação. Tento me mexer para conseguir me soltar do que prende meu corpo a esta cadeira, mas na primeira tentativa ouço alguém falar comigo.

- Acordou, meu amor? Achei que tivessem batido muito forte e você tivesse morrido. - essa é a voz da Nancy, ela fala e logo solta um risinho.

O que essa louca quer? O que ela fez comigo? Continuo me mexendo para que ela entenda que quero ser solta, ah eu juro que coloco ela na prisão. Por fim, ela desvenda meus olhos e vejo que estamos no sótão da sua casa, impossível eu não reconhecer esse lugar, vivia aqui com ela quando éramos amigas e resolvíamos nos pegar, ela vem até mim com o celular na mão, queria que ela tirasse essa fita da minha boca, eu a xingaria! Ela me mostra uma foto que ela postou no Instagram aparentemente nossa e que Callie havia visto.

- Ficamos lindas, né, meu amor? E a essa hora você nem tem mais uma namorada. Eu achei que você fosse mais esperta, Arizona, escolher a Callie para ser sua namorada? Nós duas combinamos, você e ela se odeiam. Mas creio que já resolvi isso para você.

Meu Deus, Calliope... Começo a pensar na minha morena, ela deve estar me odiando achando que eu a usei, ela deve estar tão mal, eu não acredito no que está acontecendo, só pode ser uma grande ironia do destino. Paro por um momento de pensar em Calliope ao ouvir um barulho vindo da direção da porta do sótão, quem seria?... E, me surpreendo ao ver George entrando ali.

- Ora, ora, ora, vejo que a nossa pequena justiceira aqui acordou. - Ele falou passando a mão pelo meu rosto e eu esquivei fazendo ele rir. - Nancy, você pode nos dar licença?

- Claro. - aquela piranha respondeu e saiu.

George olhou pra mim, e passou uma faixa branca no meio da mão por diversas vezes... Oh merda, certamente isso vai doer... Não consegui terminar meus pensamentos e fui atingida com um soco.

- Será que a Callie ainda vai querer ficar com você depois que eu devolver você moída para ela? - ele me acerta outro soco, e dói, dói muito. Ele arranca a fita da minha boca.- RESPONDE!

Eu o encarei, cuspi o pouco de sangue que estava na minha boca e falei...

-  Mesmo que você me entregue em partes, Calliope NUNCA será sua! - e mais uma vez, mais um soco. Eu ri sem vontade - Pode me matar, mas terá que conviver sabendo que a garota que você sempre odiou deu prazer para a garota que você quis e te negou.

Ele segurou no meu pescoço, e apertou.

- CALA A SUA BOCA, ARIZONA! - ele riu - uma hora a Callie vai ligar, e eu vou trazer ela até aqui, e quando isso acontecer, eu vou comer a sua preciosa namorada bem aqui - ele apontou pro chão - na sua frente.

Queria matá-lo por ousar pensar em transar com Callie, queria responder mas a única coisa que eu fiz foi fechar os olhos e pensar em Calliope, por favor que ela não resolva ligar, eu nunca tive nada a perder antes dela, mas agora eu tenho, eu a tenho e não posso colocar tudo a perder, não posso perder a mulher que eu amo, por favor Deus, não traz a Callie para cá! Com os olhos fechados e lágrimas escorrendo sinto mais dois socos no rosto, um no queixo e um na barriga que me faz cuspir sangue.

/Segunda feira ~ 18h/

Callie Torres

Depois de fazer a ligação que eu precisava, aguardei por mais alguns minutos e vim para casa, sentei com meu pai e conversei com ele sobre o que havia acontecido com Arizona e subi para meu quarto, tomei meu banho e coloquei o moletom de Arizona que estava comigo e estava com o cheiro dela e uma calça jeans, eu não iria deixar mais a minha namorada nas mãos de alguém como George, eu vou trazer ela de volta. Troco algumas mensagens e faço a temida ligação. Não deu nem um toque completo e ouvi aquela voz que me dava arrepios atender.

Ligação on

- Olá, Callie, demorou um final de semana inteiro para descobrir a falsa traição da sua namorada e que na verdade ela estava comigo? - George falou rindo.

Pera aí, se ela não me traiu, então... Não pode ser... a ajuda que George teve foi da Nancy, como eu não pensei nisso antes? A Arizona nunca me trairia, e se assim fizesse ela não iria conseguir esconder por muito tempo. Mas antes de tirar minhas conclusões, pergunto novamente.

- Falsa traição?

- Oh - ele gargalhou - você realmente acreditou na traição?

Eu estava com tanta raiva.

- George, o que você fez com a Arizona? - perguntei com a voz cheia de raiva.

- Por enquanto eu só ensinei para ela como dói apanhar.

Meu coração apertou só em pensar nesse crápula encostando na minha namorada com intenção de machucá-la.

- Eu quero falar com ela!

- Não vou ser ruim, vou deixar falar um pouco. - ouço um barulho do outro lado. - Alô? Callie? Callie, amor, eu não trai você, eu não trai, eu juro que eu não trai, eu...- ela chorava dolorosamente.

- Ei, calma, agora eu sei que não. Eu só quero te trazer pra casa, te proteger. Você tá muito machucada? - comecei a chorar.

- Um pouco. - ela chorava demais.

- Amor, eu vou te tirar daí, eu vo... - fui interrompida.

- CALLIE NÃO, NÃO VEM AQUI CALLIE - ouço um barulho alto e o choro da Arizona - Bom, chega de conversa, né?

- Você bateu nela? Você bateu nela, George?  Eu vou quebrar a sua mão!

- Chega de agressividade. Vamos ao resgate?

- Quanto você quer?

- Nada mais que sua presença.

Aquilo me faz ter lembranças negativas, meu estômago revira diante daquilo, mas eu não me importo mais comigo mesma, eu preciso focar em Arizona.

- Aonde eu encontro você?

Ouço sua risada.

- Te passarei o endereço quando encerrar a ligação. Mas pense bastante na sua namoradinha antes de querer chamar alguém para vir com você, ou querer envolver a polícia nisso.

Ligação off.

Poucos minutos depois que a ligação se encerrou recebi uma mensagem com o endereço onde ele estava, era do outro lado da cidade, falei com meu pai que iria pensar um pouco no quintal e fui para o endereço que me fora enviado.
Lágrimas preenchem todo meu rosto.

Nada mais importa, somente Arizona.