Ansiedade.

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Lauren: Vou para casa.

Camila: Acha mesmo que é uma boa? Quero dizer... Depois de tudo com o Tyren?

Lauren: Camila, eu não gosto de você, foi muito nobre da sua parte, sua atitude foi humilde, entretanto... Eu não gosto de você, então não quero que tenha pena, poupe sua preocupação. - É... Ela realmente não gosta de mim, foi bem sincera com relação a isso.

Camila: Tudo bem, eu sinto muito, não queria te irritar

Lauren: Tá me irritando agora. - Franzi a testa.

Camila: Mas eu te pedi desculpas. - Lauren revirou os olhos.

Lauren: Você não tem que se desculpar, você não entendeu? Para de agir como a "certinha". Lauren fez aspas no ar. - E daí se foi rude comigo? Se me tratou mal... Se me subestimou... Ninguém liga, eu não ligo, porque eu não gosto de você e você não gosta de mim. É um equilíbrio perfeito. - Acabei dando uma gargalhada.

Camila: Tá... Tudo certo, sua anta. - balancei a cabeça em negação.

Lauren: Ah... Vai... você nem é tão chata, por isso não quero ter contato com você, quero te odiar.

Camila: Não estou ligando, vou continuar te tratando como a filhinha de papai mimada, a mimada que adora pisar nos outros.

Lauren: Amanhã tenho uma surpresa para você, pode até ocasionar a sua demissão futuramente.

Camila: O que? - Arregalei os olhos.

Lauren: Bom, vou indo, até mais. - Lauren saiu com passos longos e rápidos.

Parece que ela realmente não vai desistir de me tirar da empresa, tudo bem, ela vai precisar de um pouco mais de esforço mesmo, não estou me importando com nada disso. Dinah finalmente notou que eu estava longe demais delas, então ambas esperaram até que eu me aproximasse. Cheguei até às duas e as encarei.

Camila: Bom... Acho que por hoje já deu, vou para casa.

Normani: Aaah... Fala sério! Cadê a Lauren? - A morena estava desapontada.

Camila: Bom, ela não estava se sentindo muito bem, então ela foi pra casa. - Dinah desaprovou o que Lauren fez, balançou o pescoço de forma negativa. - E eu... Eu preciso ir embora, tenho muita coisa para fazer. - Sorri para as duas e acenei.

Em frente ao meu carro, respirei e lamentei mais uma vez sobre a fábrica, tudo está de cabeça para baixo. Tenho que me preocupar com Lauren, com as manutenções, com os técnicos irresponsáveis. Soltei uma longa lufada de ar, abaixei minha cabeça e fechei os olhos. É sempre aqui, esse é o melhor lugar para refletir. A brisa suave batia em meu rosto, me deixando ligeiramente mais calma. Estranho... Lágrimas deslizavam pela maçã do meu rosto. Eu sei exatamente o quê é, ansiedade, esse é o nome do meu problema. Uma crise de ansidade e das bravas, me abaixei no chão, me escorei na porta do meu carro, não consegui me conter, só conseguia sentir lágrimas descendo lentamente sobre meu rosto. Respira... Inspira... Respira... Inspira... Longas e longas respiradas. Sabe o que é cômico? Eu achei que hoje o dia seria melhor, eu nem peguei meu remédio, acreditei com veemência que seria um dia bom, parece que fui preciptada. Por mais alguns minutos permaneci no estacionamento escuro do lugar.

Bem, talvez eu consiga me mover agora. Ergui minha cabeça e olhei ao redor, para a minha felicidade, não tinha ninguém por perto. Ainda haviam lágrimas transitando pelo meu rosto, não com tanta intensidade como antes, porém era incômodo de qualquer forma. Forcei meu corpo, talvez só meu cérebro esteja funcionando agora, ahaha... Os impulsos para todo o meu corpo já foi mandado, e quem disse que consigo levantar? Ri da minha situação, isso sim é uma risada forçada. Me apoiei com as mãos na porta do carro, forçando meu corpo a se levantar, fiz tanta força que acabei levantando. Abri a porta do carro e me mantive parada, me mantive respirando devagar. Será que tirei meus remédios de emergência do carro? Tentei me manter branda, por mais que soubesse seria em vão... Não custa nada tentar. Entrei no carro e procurei por todos os lugares mais prováveis, para o meu desespero, não havia nenhum remédio. Minhas pernas começaram a tremer e lá estava eu, chorando de novo. Tranquei a porta do carro e deitei minha cabeça sobre o volante. Eu odeio essa sensação, eu odeio me sentir impotente, respirei devagar, levantei minha cabeça me forçando a manter os olhos abertos. Abri os vidros do carro e mantive a respiração "estável". Vamos lá, Camz... Você não é fraca assim, por favor! Eu não sou assim, tem algo muito errado, definitivamente tem algo muito errado. Olhei para o chão do carro. Isso... Uma luz no fim do túnel. Uma cápsula perdida no chão, justamente do remédio que eu preciso. Água, preciso de água, pelo tamanho desse remédio não da para engolir à seco. Eu já estava começando a transpirar, de tão nervosa. Abri o porta luvas e lá estava, a coisa mais linda do mundo, uma garrafa de água, não perdi tempo...Coloquei a cápsula na boca e mandei goela abaixo. Tá legal... Respira... Inspira... Respira... Inspira... Respira...

Eu odeio a minha chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora