Qual a graça?

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Incrível habilidade de se fazer de surda, hein Camila? Olhei para ela, não aguentei, comecei a crise de risos. Camila olhou para mim, tentou disfarçar, o que contribuiu mais ainda para a minha crise.

Camila: Desculpa, é que não ouvi, do que ela está rindo? – Não tem nem brilho na cara.

Clara: Tinham órgãos genitais desenhados no chão da estufa. – Camila segurou risada.

Camila: Ah... Aquilo foi um pequeno incidente. – Respirei, tentando conter minhas risadas.

Clara: Incidente? Certo, prefiro não fazer mais perguntas. – Meu pai olhava para Camila e ela tentava disfarçar.

Camila: Escuta, a cidade é longe daqui? – Todos olharam Camz...

Michael: São 10km, se não me engano, por quê? – Camila pareceu meditar por um tempo.

Camila: Nada, estava pensando em ir para lá, aí lembrei que não tenho carro.

Michael: Meus motoristas podem te levar. – Levar ela, sozinha?

Lauren: Ir para a cidade sozinha? Nem pensar, eu vou com você.

Camila: Por que não posso ir sozinha? – Papai encarou nós duas.

Michael: É, por que não? – Camila sorriu.

Clara: Por quê? – Todos riam. Okay, isso é algum tipo de provocação.

Lauren: Porque não, quero ir com ela, não posso?

Camila: Não. – Ela foi curta e grossa. Ué, cadê meus pais pergunta o porquê do "Não"?

Lauren: Ninguém vai perguntar o porquê? – Todos riram.

Clara: Vou lavar a louça. – Espertinha.

Michael: Vou ajudar a sua mãe. – Ah... Ótimo, não preciso de você.

Camila: Vou ajudar também. – Todas saíram e me deixaram sozinha. Peguei todas as vasilhas sujas da mesa e levei até a cozinha, o jeito é ajudar também.

Lauren: Não posso ir com você? – Camila deu um leve sorriso e me ignorou. – Está me ignorando, entendi. – Odeio isso, vou acabar apelando. – Camila, eu vou te bater, estou falando sério. – Ela nem sequer olhou para mim. – Me deixa ir com você, por favor! Ouvi um sussurro, me aproximei dela para tentar ouvir melhor.

Camila: Eu não vou sair. Quando vai conversar com o seu pai sobre você? – Me aproximei mais ainda, estávamos quase coladas.

Lauren: Não sei. – Respondi.

Camila: Eu vi no seu celular, sei do seu lance com a Veronica. – Arregalei meus olhos. Merda! – O que foi aquilo? – Camila se referia a noite passada.

Lauren: Eu não sei, definitivamente não sei. – Camila soltou uma risadinha lerda.

Camila: Se queria me beijar, por que não me acordou? Pelo menos eu iria aproveitar. – Ai meu coração! Meu estômago gelou no mesmo momento.

Lauren: Eu não queria te beijar, claro que não. – Queria sim! – Sabe que a gente se detesta.

Camila: Faz sentido, não é nada provável duas pessoas ficarem se elas se odeiam.

Lauren: Não? – Camila riu.

Camila: Qual o seu problema, garota? Quer me pegar mesmo? Você me machucou, me humilhou, desfez do meu esforço e agora quer me pegar? – Camila estava visivelmente irritada. – Você não tem a menor chance comigo.

Lauren: Mas e aquele lance de te acordar?

Camila: Você não entendeu a ironia? Não tem nada de proveito em ficar com você, você sempre me maltratou, acha isso legal? Acha que me beijar, transar comigo, acha que isso vai mudar o que eu sofri com você? E outra... Você namora, egoísta, entenda que está lidando com o sentimento de outra pessoa. – Olhei nos olhos da garota, ela realmente estava irritada e eu chateada, muito chateada. Abaixei minha cabeça e saí de perto da garota.

Eu odeio a minha chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora