Eu odeio a minha chefe

"Eu sou um amor"

Rapaz: O que é isso?? Não, desliga isso, não é para ligar, por favor! – O homem estava desesperado, gaguejava e tremia. – Não, parem com isso, eu vou perder o meu emprego, por favor!

Camila: Como assim? A máquina está quebrada? Não estou entendendo o porquê de tanta preocupação.

Rapaz: Não, essa máquina não deveria estar ligada. – O rapaz estava quase chorando, tentei acalmá-lo e explicar que era apenas uma simples verificação de rotina.

Camila: É apenas uma verificação, não há com o quê se preocupar.

Rapaz: Você não entende, ela vai me demitir e eu preciso desse emprego, minha mulher acabou de ter um bebê. – E foi naquele momento que eu percebi do que se tratava. Meu sangue ferveu, senti tanta raiva, não sabia nem como explicar.

Camila: Quem vai te demitir? – Perguntei enquanto tentava manter a calma.

Rapaz: A gerente da fábrica, ela disse que iria me demitir se eu deixasse alguém ligar essas máquinas. – Meu coração estava acelerado, senti tanta raiva, saí do local com um lugar destinado à ir. Dinah viu minha expressão de ódio, tentou entender o que estava havendo.

Dinah: Camila, o que houve? – Ignorei a garota que mesmo assim, seguiu todo o meu percurso. Finalmente, na sala da megera, nem para bater na porta eu tive paciência.

Camila: Qual o seu problema? Não, de verdade, qual a sua? Você ameaçou um funcionário por uma briga que nem é dele, até onde o seu egoísmo pode ir? Que merda você pensa que está fazendo!? – Exclamei. Dinah abriu a boca ao ver aquela cena.

Lauren: Pode fechar a porta, Camila? – Naquele exato momento eu só pensava em acabar com a raça dela, não estava sendo capaz de descrever a raiva que estava sentindo. A megera ao perceber que não iria mover um músculo, foi até a porta e a fechou.

Camila: Ele tem família, por acaso você sabia disso? Ah... Esqueci, você não liga para isso, não é mesmo? Você só se importa com você mesma, com suas ambições. Queria saber o porquê de estar surpresa com isso, eu já sabia que você era uma babaca.

Lauren: Hahaha... Também gostaria muito de saber. Você não vai ficar aqui, e pelo visto ele também não. – Ela não pode fazer isso.

Camila: Você não vai fazer isso, você não se atreveria.

Lauren: Não? Você tem certeza? – A mulher pegou um rádio que estava em sua mesa, mudou a frequência, e logo pôs se a falar. – Matheus? Queria saber se todas as máquinas da fábrica estão funcionado. – O rapaz confirmou que todas estavam funcionando e sendo verificadas. – Todas? – A mulher perguntou novamente, o rapaz apenas reafirmou. – Pensei ter dito para um rapaz daí para que deixassem desligadas, o que houve? – Meu corpo estava fervendo, aquilo tudo era demais para mim. Lauren colocou o rádio novamente na mesa, pegou o celular e saiu da sala. Eu estava lá, imóvel, a raiva era tanta que eu não conseguia nem mexer. Minutos depois o mesmo rapaz que me impedira alguns minutos atrás, estava em minha frente assinando sua demissão. Lauren ria da maneira mais cínica, eu apenas observava tudo sem acreditar no que estava acontecendo. O homem chegou a implorar algumas vezes pelo emprego, pouco adiantou, Lauren não fez a menor questão de ouvir. Meus olhos estavam avermelhados, eu provavelmente iria cair no choro. Demonstrar fraqueza na frente dela? Não mesmo, tentei me manter calma e sair daquela sala. Andei o mais rápido possível até a porta, ao abrir me deparei com Dinah na entrada, desviei o olhar para que ela não percebesse o choro iminente. Corri para o banheiro, fechei a tampa do vaso e fim... A crise veio, o choro dava para ouvir por todo o local. Meu corpo estava tremendo, meus dedos estavam frios, minha respiração pesada e um sentimento ruim estava tomando de conta de mim.