Excelente pai.

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Boa noite!!!! Divulguem a fic. ♥️
Ps: Pic aleatória.

Descer as escadas dessa casa é sempre tão cansativo, analisei o andar de baixo, ninguém estava presente naquele momento, muito menos o Sr. Michael. Temos um pequeno impasse sobre a conversação com ele. Olhei para a minha retaguarda e Laur... Estava lá, talvez ela já tivesse captado a mensagem, Michael não está aqui, não é necessário dizer o óbvio. Descemos por completo as escadas.

Camila: E... Advinha... – Respirei fundo e prendi o ar na minha boca.

Lauren: Eu já esperava. Minha mãe chegou a me dizer que ele sairia hoje à negócios.

Camila: Certo. Vou andar um pouco. – Andei até a cozinha, lá estava dona Clara, sempre fazendo algo interessante para ser ingerido. Ri do meu próprio comentário. Saí da casa para uma leve caminhada, Lauren já não me acompanhava mais. Essa mansão mais parece um rancho, tem todos os tipos de animais aqui. Sim, por incrível que pareça eles tem um estábulo e até ele é mais bonito do que o meu apartamento. Chegando próximo ao estábulo, vi um rapaz que estava cuidando dos cavalos que alí estavam, me admirei com a forma em que ele os tratavam. O homem logo percebeu que estava sendo observado, não pareceu dar a mínima pelo fato de ter alguém observando o que ele fazia.

Passei pelo estábulo e segui andando para mais longe do lugar, sempre tomando muito cuidado para não me perder, pois o local era maior do que eu pude imaginar. O interessante é tentar descobrir o quanto eles gastaram para fazer esse “rancho", pouca grana não pode ser. Avistei uma plantação, não consigo definir do que seja, mas com certeza é algo de fácil cultivo. Meus pés estão começando a pagar o preço por minha curiosidade, devo tirar as chinelas? Quem sabe se isso vai ajudar? Parei a caminhada e retirei os chinelos, durante a pausa dos meus passos, consegui ouvir passos de outra pessoa.

Desconhecido: Bom dia, o que faz aqui? – Parece ser o mesmo homem que cuidava do estábulo. Olhei as feições do rapaz, devo reconhecer que é um belo homem. Olhos verdes, cabelo claro, pele branca, o nariz proporcional ao formato de seu rosto.

Camila: Ah... Oi... Eu estava apenas dando uma olhada. – Olha só... Parece que não apenas o rosto é bonito, o belo rapaz também tem dentes invejáveis, ele abriu um sorriso amigável.

Desconhecido: Eu posso te ajudar a dar uma olhada por aqui. Esse lugar está bem longe da casa dos Jauregui, é bem fácil se perder.

Camila: Tenho que concordar, esse lugar é maior do que eu esperava. – Gostaria mesmo de poder conhecer toda essa região.

Desconhecido: É bom saber o meu nome, caso algo aconteça, pode chamar por ele. Prazer, Samuel. – “Algo aconteça”? Acho que estou um pouco preocupada sobre isso.

Camila: Samuel. – Dei ao homem um leve sorriso. – Meu nome é Camila.

Samuel: É um nome bonito. – Ele se aproximou, por instinto eu me afastei. – Ops! Olha, eu entendo, você é mulher, eu sou homem, estamos longe da mansão dos Jauregui e próximo à uma plantação, mas me senti levemente ofendido.

Camila: Não me leve à mal. – Dei um sorriso amarelo.

Samuel: Tudo bem, mas não faria nada com você... A menos que queira, é claro. – Revirei os olhos. Parabéns! Troféu de idiota vai para o Samuel. Ele pareceu notar a minha expressão de deboche, rapidamente acrescentou... – É apenas uma brincadeira, não me odeie.

Camila: Sem problemas, não te odeio, “a menos que”... Prometa não fazer esse tipo de brincadeira mais. – Fiz aspas no ar.

Samuel: O feitiço se voltou contra o feiticeiro. Nada mais justo, Camila, prometo não fazer esse tipo de brincadeira mais. – Ele se afastou um pouco e apontou para uma trilha. – Quer ir por alí? – Encarei a trilha, olhei para o rapaz, será realmente que posso confiar? – O Sr. Michael me mataria se tentasse algo com as visitas dele, não precisa ter medo. – Respirei fundo.

Camila: Tudo bem. – O rapaz me conduziu até chegarmos na trilha. Alguns quilômetros andando até chegar em um enorme rio, um rio que tinha comportas do que parecia ser uma usina elétrica. – Uma usina por aqui? – Uma surpresa  e tanto.

Samuel: Você não sabe? O Michael é dono dela, ele é um dos fornecedores de energia da cidade. – Um fornecedor de energia? Michael não cansa de ganhar dinheiro, incrível.

Andamos por mais alguns metros e avistamos uma casa velha, onde haviam crianças brincando em frente, tudo aquilo me deixou eufórica, talvez por me recordar um pouco sobre minha infância. Fiquei encantada com a inocência das crianças ao me verem, todas correram de encontro à mim, mas foram afastadas por uma mulher que estava lá.

Mulher: O que faz aqui? – Ela estava olhando o rapaz ao meu lado. – Já te falei que essas terras são minhas, Michael não tem o menor direito sobre elas.

Samuel: Sinto muito, minha senhora, mas ele não poupará esforços para te tirar daqui. – Arregalei os olhos. Quem é mais idiota? Michael ou o Samuel?

Mulher: Diga à ele que irei dar tudo o que tenho para proteger esse lugar. – Conhecendo o Michael e sua ganância, ele realmente deve estar querendo esse terreno.

Samuel: Certo. – O homem me puxou pelo braço para outra direção. Andamos para a direção da Usina, demorou alguns minutos para chegarmos na entrada dela. – Não vamos conseguir entrar lá dentro sem a permissão do Michael, então é melhor a gente voltar.

Camila: Michael realmente vai fazer isso? – Não da para acreditar.
Samuel: Do que está falando? – É impressão minha ou ele está se fazendo de idiota?

Camila: A mulher, ele vai tirar ela de lá? Está cheio de crianças lá, ele não pode fazer isso. – O rapaz não parecia dar tanta importância.

Samuel: Ah... Com certeza! Ele está organizando uma reunião na casa dele, chamou os melhores engenheiros da cidade e já está fazendo planos com aquelas terras. – Entendi.

Camila: Essa reunião por acaso será hoje? – Observei atentamente o homem.

Samuel: Eu acho que os engenheiros já estão lá. – Rangi os dentes.

Camila: Realmente precisamos voltar. – Agora foi a minha vez de puxar o homem pelo braço. Andamos o mais rápido possível. Chegamos ao estábulo, Samuel apenas se despediu, eu continuei até mansão e o mais rápido possível. Pude avistar a estrutura da mansão a alguns metros de distância, acelerei mais ainda o passo. Já na entrada, ouvi alguns sons estranhos, segui os sons e aos poucos entendi do que se tratava. Lauren estava aos prantos, minha reação foi instantânea, corri para confortá-la.

Lauren: Eu falei com o meu pai. – Tentei tranquilizar a mulher. – Ele não aceitou, disse que não vou me separar, que não irá aceitar esse tipo de atitude... – Ela foi tomada pelo choro antes que pudesse terminar a frase. – Tá brincando.

Camila: Seu pai não tem o menor direito de palpitar sobre você. Ele vai ouvir o que merece. – Me levantei, Lauren arregalou os olhos, provavelmente por já saber o que faria.

Lauren: Camila, não! – Entrei na mansão, procurei o homem por todo o lugar, resolvi ir para a sala de jantar e ele estava lá, com mais 4 homens, provavelmente os engenheiros. Eles discutiam sobre uma obra que seria feita, ao me verem, todos cessaram o assunto. Olhei nos olhos do Michael, minha raiva veio à tona.

Camila: Precisamos conversar. – Michael franziu o cenho.

Michael: Não acho que seja uma boa hora, Camila, pode ser depois? – Depois? Depois quando?!

Camila: Não, preciso falar com você agora. – Lauren apareceu logo atrás, ela ainda estava chorando.

Lauren: Camila, não. – Fixei meu olhar na mulher e neguei.

Michael: Podemos conversar mais tarde, o que acha?

Camila: Até quando vai ser essa palhaçada? – Puxei Lauren pelo braço. – Você acha que tem poder sobre as decisões dela? Ela tem o direito de fazer o que quiser, você não tem nada a ver com isso! – Ergui a blusa da garota até que se tornassem visíveis os machucados. – Surpreso? O traste que você colocou para casar com a sua filha, além de ser um idiota, ele não poupa esforços para machucá-la.

Eu odeio a minha chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora