Queria saber desenhar.

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  Boa noite, voltei! Se não fosse pedir demais, queria que começassem a olhar através da entrelinhas da ficção. Camila odeia a Lauren, na teoria, mesmo assim ela continua ajudando e isso deixa um recado à vocês, espero que tenham entendido. Reparem um pouco mais na história e entendam o significado dela. s2 (TEM MUITOS ERROS ORTOGRÁFICOS, NÃO SE ASSUSTEM!) PS: pic aleatória. 


Camila: Eu tinha apenas 14 anos, quando me apaixonei por uma garota. Tudo aquilo era novo para mim, inclusive o sentimento de paixão. Eu sempre neguei meus sentimentos, não por medo de me machucar e sim por achar errado a minha "escolha", optei então por esconder meus desejos, me forcei à ficar com garotos, todos os tipos de garotos, sem exceção, só que tudo isso mudou quando descobri que meus sentimentos eram correspondidos pela garota que eu estava apaixonada. Após isso, surgiu outro obstáculo: Assumir minha sexualidade. Ah... Mas esse obstáculo eu adiei ao máximo, eu era nova demais e os argumento que eu mais ouvia era esse. "Você está nova demais para isso!" Certo, então deixei para lá. – A mulher que estava ao meu lado, ouvia atentamente cada detalhe, afinal, nunca haveria outra oportunidade para ouvir sobre mim. – Tudo bem, até aí estava tudo ótimo! Em um belo dia, sem que notássemos, um amigo da minha mãe me viu aos beijos com essa garota e é claro que ele contou. Então... Foi toda aquela lenga-lenga, aquela falação, julgamento, intrometimento, enfim... Eu saí como a errada, meu pai xingou até minha quinta geração, minha mãe não se manifestou contra, mas também não foi à favor, minha família desabou críticas em cima de mim, foi um inferno! Péssimas lembranças, mas elas fazem parte da vida.

Lauren: Estou certa que esse foi o motivo da sua saída de casa. – Respirei fundo.

Camila: Sim e não! Mais sim, do que não. Houveram outros motivos que contribuíram para isso, faculdade, custo de vida, etc... Não considerava o lugar em que eu morava bom. Tá, aí veio a faculdade, as oportunidades de empregos, pessoas novas, ambientes novos e com menos preconceito, então... Fi-nal-men-te! Buuuuum! Consegui ser o que sou. – Olhei com simpatia para ela.

Lauren: Pareceu mais fácil do que pensava. – Revirei os olhos.

Camila: E é aí que você se engana. Não foi nada fácil, na verdade, essas coisas referentes a quebras de padrões nunca são bem vindas. – Peguei um pequeno galho do chão e comecei a desenhar coisas aleatórias.

Lauren: Mantém contato com o seu pai? – Respirei fundo e prendi o ar em minha bochechas, aguardei por uns segundos e soltei tudo de uma vez.

Camila: Não tanto quanto eu queria ter. – Cocei minha nuca, expressando um pouco de dúvida.

Lauren: Seu pai tentou forçar você à gostar de garotos?

Camila: Não diretamente, ele tentava disfarçar. "Por que não conversa com Fulano? Ele parece ser um bom rapaz, é educado, esforçado, inteligente, blábláblá." Mais alguma pergunta? Aproveita que estou abrindo o jogo.

Lauren: Ainda mantém contato com a garota?

Camila: Até uns anos atrás eu tinha contato com ela ainda, mas resolvi virar a página. Mais perguntas?

Lauren: Você está desenhando um pênis no chão?

Camila: Não me julgue, é a única coisa que sei desenhar. – Lauren teve uma crise de riso. – É que eu não achei engraçado, sabe... Eu queria saber desenhar. Para de rir! Tá acabando com a minha autoestima. Lauren, é sério, para de rir. – Por um momento a garota parou de rir, não aguentou ao ver a minha cara de raiva. -Tá legal, o papo acabou, vamos entrar?

Lauren: Ah não... Tá tão bom aqui. – Nos encaramos por segundos, ambas desviaram o olhar ao perceber a situação. A mulher deitou sua cabeça em meu ombro, confesso que fiquei sem graça com a ocasião. – Aquele maldito paparazzi. – Comecei a rir. – Ainda cobrou milhões pela foto. – Esse é o preço por ser famosa.

Eu odeio a minha chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora