Convite.

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Que frio, meus dedos estão doendo. Bom, pelo menos acho que a Lauren vai me deixar em paz... Assim espero. Peguei a toalha que estava em cima da porta e como sempre de costume, até porque toalha só foi feita pra isso, comecei a me secar. Minha rotina pode voltar ao normal agora, já que tomei banho. Será que tenho algum problema? O quê tem a ver banho, com rotina normal? Nada, né? Banho não recupera uma noite mal dormida.

Lauren: Camila?! - Do fundo do meu coração, gostaria de saber o quê a mimada do papai ainda está fazendo aqui?

Camila: Você não deveria estar na sua sala? Por que ainda está aqui?

Lauren: Precisa de alguma coisa?

Camila: Preciso sim.

Lauren: Jura? O quê? - Laur... Pareceu estar empolgada.

Camila: Que você vá embora.

Lauren: Eu só estou tentando te ajudar, qual o seu problema? - Revirei os olhos. Tentando me ajudar? Por que ela não fez isso ontem?

Camila: Sabe, acho que é melhor você continuar com o plano de demissão, vai te dar mais retorno. - Aparentemente a querida Lauren desistiu, ouvi alguns passos se afastando. Melhor para mim, não quero ter que aguentar ela tentando se redimir, não agora que estou morrendo de raiva dela. Ontem eu só precisava de alguém para me acalmar, ela viu e não fez nada... Realmente não estou nenhum pouco surpresa. A pior parte em não banhar em casa, é vestir roupa em um banheiro que todo mundo usa. Aquele medo da roupa encostar no chão, adoro sofrer com essa agonia. Primeiro como de ritual, a roupa íntima. Não vai ser difícil com que não toque no chão. Aaaaah... Pronto! Agora a blusa, sem preocupações... E agora... O pior de todos, a calça, a maior peça de roupa e mais difícil de manusear por causa do tamanho. Lauren estava certa, deveria ter ido para casa, pelo menos lá iria conseguir colocar minha calça sem nenhuma preocupação. Anos luz depois e aqui estou eu, completamente vestida. Felizmente já fora do vestiário, fui até o departamento.

Leonardo: Está com uma feição melhor. - Considero isso um elogio, ou provocação?

Camila: Obrigada! - Um leve sorriso, para não parecer que quero mandar ele evacuar em um banheiro sem papel higiênico. - As inspeções da fábrica de salgadinhos já foram feitas, só entregar aos técnicos, mas antes de tudo nós precisamos ter o controle dos técnicos.

Leonardo: Tive uma reunião com o diretor da Sparksmaster, ele quer transferir a fábrica de refrigerante para cá.

Camila: Ele por acaso sabe que não temos estrutura para isso? Não falo só de estrutura, falo de capacidade de administrar, de cuidar, etc...

Leonardo: Pela personalidade da filha, da para saber a do pai.

Camila: Eu conheço bem o Michael, mais tarde eu entro em contato com ele, desaprovei por completo essa ideia da fábrica de refrigerantes aqui.

Leonardo: Posso garantir que você não é a única, conversei com alguns colegas da manutenção, parece que ninguém está de acordo com isso.

Camila: Eu imagino o porquê. Eu vou conversar com ele, vai ficar tudo bem. - Eu particularmente, não tenho tanta certeza disso, quando o Michael coloca uma ideia na cabeça é impossível retirar. - Por que foi me falar isso? Eu atualmente estou tão preocupada por conta das manutenções, das 3 fábricas que já temos aqui e você ainda me fala isso? - Leonardo deu uma risada abafada.

Leonardo: Você não tá nada bem, disso eu tenho certeza. Depois da auditoria, você pode descansar. - Tenho uma ideia melhor, me demitir, ou simplesmente pedir arrego ao Michael e voltar para o Rio.

Camila: Vou separar os técnicos que temos hoje e fazer o planejamento das inspeções. Hoje começamos as preventivas de biscoito?

Leonardo: É... Mas só com as linhas que mais precisam.

Eu odeio a minha chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora