Pesadelo

253 21 1
                                    

Quem é fortemente camren, sugiro que pule os próximos capítulos, porque isso não vai agradar vocês. Sorry, mas faz parte da história. 😬


Felizmente em casa e segura. Abri a porta e aguardei sua entrada. Alana parecia estar incomodada com aquilo tudo, não estava nenhum pouco à vontade. Entrei e sutilmente conduzi ela à sala, na esperança de que ela se sentisse mais confortável.

Camila: Quer alguma coisa? – Ela se movimentou cautelosamente, olhando todo o local. – Eu vou tomar um banho. Pode se sentar no sofá, não se sinta acanhada.

Alana: Eu estou bem. Pode deixar. – Andei até o quarto, peguei duas toalhas e voltei até onde Alana estava, gentilmente entregando um dos tecidos que estavam em minhas mãos. – Obrigada. – Acenei com a cabeça.

Com uma toalha no ombro, fui diretamente ao banheiro. Entrei no pequeno local, tirei toda a minha roupa e caminhei vagarosamente até o chuveiro, abrindo-o lentamente e me encolhendo por completo em baixo dele. A água fria que caía após ele ser recentemente aberto, foi dando espaço para uma temperatura mais alta em seu lugar. Mais uma situação de estresse em que apelo ao chuveiro para me acalmar.

Sentindo toda aquela água em meu corpo, tive uma breve sensação de alívio e me encontrei totalmente relaxada. Tudo isso que está acontecendo não é por acaso, talvez sejam as pessoas ao meu redor, ou, quem sabe minha atual localização. E se eu não tivesse aceitado a proposta do Michael em vir para cá? Talvez eu estivesse melhor em todos os sentidos.

Me escorei na parede do banheiro e abracei meus joelhos, a água estava caindo diretamente na minha nuca. Meus olhos se fechavam e abriam lentamente, era como se meu corpo detidamente estivesse se desligando. Acordei assustada, por quase me debruçar no chão.

Acordei, acordei! Meus olhos estavam arregalados. Eu quase dormi, que droga. Esfreguei meus olhos com força e me levantei velozmente, antes que algo mais acontecesse. Tudo certo, não caí. Fu! Soltei todo o ar que estava em meus pulmões, estava extremamente aliviada.

Soltei uma risada e coçei minha cabeça. Bom, pelo menos escapei de uma possível batida de testa no chão. Acho que deu para entender que meu momento de relaxamento acabou, melhor eu me concentrar no banho, do contrário vou acabar dormindo aqui mesmo.

Alana POV

Não sei como agradecer o que Camila está fazendo por mim, só me sinto constrangida e desconfortável com essa situação. Estou tão vulnerável, é como se eu estivesse em um campo aberto na mira de todas as pessoas que eu conheço.

Tirei meus sapatos e deixei em um canto escondido da sala.
Procurei o melhor lugar para me sentar, além do sofá, havia uma pequena poltrona na qual eu me aproximei e encarei por alguns segundos até decidir me sentar.Encostei minha cabeça na parte de trás do estofado e fechei os olhos. Quente e aconchegante, não demorou muito até que pegasse no sono.

Camila: Oi. – Senti gotas de água em meus pés. Abri lentamente meus olhos e vi Camila enrolada na toalha. – O banheiro está desocupado, se quiser usar. – Ela sussurrou, como se adiantasse alguma coisa... Ainda mais depois de ter me acordado, um tom de voz alto, ou, baixo não fazem diferença.

Alana: Acabei dormindo. – Recebi uma leve risada. Me levantei com dificuldade do sofá, meu corpo parecia estar esgotado de tanto desgaste.

Camila: Percebi, só não babou porque não deu tempo. – Revirei os olhos. Fala sério, fiscal de sono?

Alana: Idiota. – Ela riu da minha cara, acabei sendo contagiada pela risada. – Melhor eu me apressar. – Paramos com as risadas. Ela me encarou e me deu um sinal positivo com o polegar.

Camila: Primeira porta à esquerda. – Ela sinalizou, eu apenas agradeci e me apressei para chegar lá. Meu corpo estava tão exausto que decidi ser mais rápida possível, ainda assim.. Quase adormeci por algumas vezes durante o banho.

Após o "rápido" banho, sequei meu corpo por inteiro, me enrolei na toalha e fui até a sala buscar minha mala. Talvez meu banho não tenha sido tão rápido assim, Camila conseguiu dormir no sofá durante o tempo em que fiquei no banho. Andei na ponta dos pés até a mala, abri rapidamente e peguei um short de algodão e uma blusa bem confortável para dormir, fui até o banheiro e coloquei a roupa.

É desconfortável só de ver Camila no sofá daquela forma em que ela estava, andei calmamente até me aproximar o suficiente dela, então coloquei minha mão em seus ombros e torci para que ela acordasse com aquele simples toque. Camila abriu seus olhos bem devagar e me observou, provavelmente querendo saber o que eu queria.

Alana: Vai dormir aqui? – Ela bocejou e assentiu com a cabeça.

Camila: A cama tá livre para você. – Logo em seguida, a garota colocou sua mão embaixo do seu rosto, como se fosse um travesseiro.

Alana: É uma cama grande e eu não vejo problema em dividir. – Ela fechou os olhos.

Camila: É, mas acontece que estou morrendo de preguiça de levantar. – Ela continuou com os olhos fechados. Tapei minha boca com as mãos para não rir da situação.

Alana: Tá bem. – Sussurrei. Andei até o quarto e procurei uma coberta no guarda-roupa, encontrei uma manta azul, corri até a sala e coloquei sobre a garota. Apesar de tudo, entendo que ela esteja passando por um estresse muito grande também.

Uma cama tão macia e que lençol confortável e cheiroso. Caramba! Me esfreguei por toda cama, cheirei todos os dois travesseiros e estiquei meu corpo. Ah... Que ótimo! Só não é tão boa quanto a cama da Lauren, mas em compensação a cama dela é muito mais cara que a de Camila. Procurei uma posição confortável, me embrulhe e em pouco tempo estava apagada.

Com os olhos arregalados, respiração ofegante e suada. Sim, um pesadelo e dos piores. Sentei na cama e me encostei na cabeceira dela, respirei fundo e abracei meus joelhos. Tentei manter a calma, diminuí o ritmo da minha respiração, coloquei minha cabeça no vão entre minha perna e meu tórax.

Camila: Tudo bem? – Fui surpreendida. Meu corpo se estremeceu, levantei rapidamente minha cabeça e vi Camila ao lado da cama.

Alana: Só um pesadelo. Todos temos, não é mesmo? – Camila continuou me encarando.

Camila: Você gritou. – Argh! Balancei minha cabeça negativamente, soltei todo o ar que estava dentro de mim. Camila sentou na beirada da cama.

Alana: Eu sinto muito, não queria te acordar. – Ela me observou por um tempo, até decidir se aproximar. Ela ergueu uma de suas mãos e a levou de encontro ao meu rosto, como se quisesse me tranquilizar. Por um reflexo, me afastei e dei um tapa antes que me tocasse. – Desculpa. – Arregalei os olhos.

Camila: Tá tudo bem. – Ela afastou a mão, inclinando o seu corpo para o mais longe possível.

Alana: Me desculpa, não foi de propósito. – Comecei a tremer. Ela rapidamente se aproximou e tentou me acalmar, mas sem tocar em mim.

Camila: Não, não, não... Relaxa, eu só achei que se sentiria melhor. Olha, me desculpa. Eu vou voltar a dormir, okay? – Meu reflexo foi tão involuntário, acho que qualquer pessoa que erga a mão para mim nesse momento tão frágil vai me deixar apavorada. Camila se levantou da cama e se afastou.

Alana: Não, espera. Eu estou um pouco assustada ainda. – Disse antes que ela se afastasse mais ainda.

Camila: Está tudo bem, eu te entendo. Não foi nada demais, não é a primeira pessoa a me dar um tapa na mão. – Ela deu passos lentos para trás.

Alana: Não, volta aqui. – Minha respiração estava rápida, meus batimentos também. – Espera um pouco. – Camila parece ter percebido minha reação desesperada, mas estava na defensiva.

Camila: Você vai ficar bem, certo? - Eu ainda estava ofegante. Ela calmamente se aproximou prestando atenção em cada reação minha.

Alana: Sim. Nada demais. – Controlei minha respiração e meus reflexos. Camila se sentou na cama e se aproximou, mas não ergueu a mão, nem fez qualquer menção de me tocar. Me virei de frente para ela, fechei os olhos e aguardei.

Camila: Eu sei, sei que está doendo. Não tinha nenhum curativo para colocar no seu rosto, deveria ter cuidado disso. Poderia ter passado em uma farmácia, não sei. – Ela realmente estava incomodada com o meu rosto machucado.

Alana: Está tudo bem, nem está doendo tanto assim. – Ela me acariciou delicadamente. – Poderia ter sido bem pior.

Camila: Não pensei que você poderia ser tão otimista depois de receber um soco no rosto. – Puff! Abaixei a minha cabeça. Ela continuou com o carinho e constantemente analisava meu machucado. – Melhor eu ir dormir. Quando senti seu corpo sair, levantei minha cabeça e segurei seu braço.

Alana: Espera, só mais um pouco. – A puxei para mais perto, até sentir seu rosto próximo ao meu. Nossa respiração estava sincronizada, ela rapidamente desviou o olhar, depois virou o rosto lentamente. Coloquei minhas mãos em sua face e virei lentamente para mim de novo, ela tentou se afastar, mas antes que pudesse fazer algo eu a beijei.

Camila POV

Meu corpo estava esquentando, meu coração estava acelerado, mas estava totalmente ciente de que isso não era uma boa coisa. Fechei meus olhos com força, tentei me afastar, mas sem sucesso algum. Depois de mais alguns segundos de beijo, ela permitiu que eu me desvencilhasse.

Alana: Sinto muito. – Não há muito o que ser dito. Desviei meu olhar dela e me afastei.

Camila: Tá tudo bem. – Uma voz baixa e desanimada. Ela me encarou, depois desviou o olhar.

Alana: Foi desrespeitoso, eu sei. – Respondi o comentário com um sorriso amarelo. Fiz menção de levantar e mais uma vez fui impedida.

Camila: Não quero que nada aconteça entre nós duas. – Tentei me levantar da cama, sem êxito.

Alana: Eu também não. – Ela continuou a me olhar. Não estou entendendo mais nada, apenas me mantive parada alí. – Eu vou tentar dormir.

Camila: Então acho que pode me soltar. – Dei um sorriso sem graça. Senti a força em sua mão diminuir, até que finalmente ela soltou meu braço. Olhei para o meu braço, logo em seguida olhei para ela. Que força foi essa?

Alana: Boa noite. – Ela me encarou por mais alguns segundos. Não tive reação, olhei para o lado, respirei e voltei minha visão para ela.

Camila: Boa noite. – Aguardei por mais um tempo, até me dar por vencida. Me aproximei e começamos com um beijo delicado. Alana se aproximou ao máximo do meu corpo, eu a segurei pela cintura e mantivemos o beijo por um bom tempo.

Eu odeio a minha chefeOnde histórias criam vida. Descubra agora