VIII

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Sinto meu corpo dolorido e as mãos rudes de Lisandra não ajudam. Estou dentro da lagoa e ela limpa meus ferimentos.

- Devagar! - digo entre dentes. Ela aplica mais força

- Pede para a Aisha fazer isso! - franzo o cenho, mas volto a expressão de dor quando ela esmurra minhas costas . Arqueio sofrendo. - Dói Madroc? - ela dá um tapa ardido e viro com raiva. Agarro seu pescoço e arrasto ela para a borda colocando sua cabeça pressionada a grama. Ela solta um semi sorriso e fecha os olhos. Solto. Não machuco nunca por que sei que se eu apertar a machucaria.

- Obrigado. - digo e saio recolhendo a cobertura que uso. Coloco e uso a maior para cortar tiras. Enrolo o lado limpo sobre o braço e ela toca a tira grande.

- Deixe-me. - ela termina de enrolar e me viro de costas. Ela começa a secar minhas costas. Ouço passos e olho para o lado. Leo chega e parece irado. Seu grito me confirma.

- Enlouqueceu? - ele ofega - Lutar sozinho com Gorilas e ursos é proibido! Podia estar morto! - ele leva as mãos a cabeça. Ele olha para mim e analisa o tórax do lado do braço onde ele me acertou. - Você está bem para quem lutou e matou um. - reviro os olhos.

- Pronto. - Lisandra se afasta e me entrega a cobertura ensanguentada. - Coloque algum juízo na cabeça dele, já que desde que aquela ratinha chegou ele não tem agido normalmente. - reviro os olhos. Ela sai. Leo me encara.

- Agna me disse que Aisha vai embora dentro de dois dias. - rio amargamente.

- Não é como se eu pudesse manter minhas mãos afastadas por mais tempo. - Leo sorri.

- Como é dormir com ela? - me sento na grama e Leo se senta próximo.

- É ter que gerar o dobro de calor para mim e para ela. - ele ri.

- Por que se enteressou por uma mulher tão fria? - ele suspira - Combina com a cor dela. - sorrio e ele acrescenta. - Somos como o sol, mas ela é como a lua, brilha, mas é completamente fria. - nego.

- O corpo dela é estranho. As vezes posso jurar que está mais quente que eu, sinto vontade me afastar nessas horas. - dou de ombros. - E as vezes mantém o calor junto com o meu, mas o toque inicial é sempre frio. - olho para a cobertura com manchas vermelhas. - Terei que usar uma das roupas de frio para amortecer minhas costas hoje. - olho para Leo e ele assente.

- Você merece. Temos carne para todos hoje. - Sorrio.

- Já separou meu pedaço? - ele assente.

- O melhor. - assinto e me levanto juntando meus apetrechos de banho. Leo se levanta em seguida e seguimos para o edifício. A noite começa a cair. Olho para todos os lados e Aisha está perto do local onde Erik dorme. Paro e vejo que a mulher ruiva, o idiota e o outro homem está lá. O idiota se mantém muito perto dela e seu braço em volta de sua cintura. Leo toca meu braço.

- O pai dela está em meu lugar . - desvio o olhar para onde Leo e Agna ficam e vejo o pai dela sorrindo enquanto conversa com Agna. - Depois você vai atrás dela, agora tem que se sentar conosco. Agna vai cozinhar. - assinto e tento não olhar mais para onde ela está.

Caminho para perto do pai dela e me sento ao seu lado, ele parece se assustar um pouco.

- Parece ferido rapaz! - ele exclama e me olha atordoado.

- Fiz algo que não agradou as pessoas do grupo e acabei sofrendo mais na hora de limpar essas feridas do que na hora que foram feitas. - o homem ri.

- Agna me contou sobre seu ato de coragem. - "Chame do que quiser! Era raiva!"

- Eu precisava me acalmar e decidi lutar, mas tinham outros motivos. Ele estava perto do edifício. Não podia permitir que se aproximasse. Protejo os meus. - ele sorri.

Madroc - Série Esquecidos - Onde histórias criam vida. Descubra agora