XIII

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Descemos e estou realmente tenso. Estou carregado de preocupação. Eles querem levar Aisha e eu não quero sequer sonhar no que poderiam fazer com ela. Eu mataria todos sem pestanejar para proteger o que é meu. Aisha parece tão frágil e isso me deixa ainda mais preocupado. Carrego ela até chegarmos perto da lagoa e desço ela. Ela se despe e aos poucos parece eufórica.

- Quer ver? Eu aprendi a nadar! - sorrio e ela pula na água. Ela surge não muito depois e não muito afastada de onde mergulhou. Sinto vontade rir, mas não farei isso já que ela se esforçou.

- Muito bem, mas sabe que isso não é surpreendente não é? - ela ri.

- Agna me disse que você diria isso. Não seja estraga prazeres. - ela diz e começo a me despir. Pulo na água em seguida e saio quase no meio da lagoa. Ela me olha incrédula. - Você é humano? - ela pergunta e mergulho novamente me aproximando dela. Assim que vejo suas pernas bem próximas subo a superfície e encaro ela. Ela grita e gargalha em seguida. - Você não pode ser humano! - seguro sua cintura e mordo o lábio inferior deixando a mostra meus dentes. Ela revira os olhos e morde o lábio inferior fazendo a mesma cara. Sinto vontade rir alto com o gesto.

- Bom trabalho me reproduzindo. - ela balança a cabeça.

- Obrigada. - ela diz. Solto sua cintura e pego o sabão. Tomamos banho tranquilamente e saio da água me trocando. Olho para o céu. "Estou atrasado para meu turno! " Ela sai da água e fico mais tranquilo sem precisar pedir. Ela se veste e boceja. Saímos da mata e levo as coisas para meu piso. Voltamos a ir em direção a floresta e assim que estou perto da árvore onde Tarço está chamo.

- Cheguei. - em segundos ele pula da árvore e caminha em minha direção.

- Atrasado novamente! - ele resmunga e encara Aisha. Paro na frente dela e encaro ele com raiva. Ele passa por mim e se distancia. Aisha limpa a garganta.

- Ele queria me machucar? - "Não me interessa a intenção dele. Contanto que não fique com olhos sobre você."

- Sim. - digo. Ela aperta minha mão. Me viro para ela e pego ela nos braços. - Vou subir. Segure-se! - subo na árvore e ela se mantém segura. Assim que estou sentado sobre o galho ela se equilibra e se senta apoiando as costas em meu peitoral. Passo os braços ao seu redor e ouço ela bocejar novamente. - Pode dormir Aisha. - digo e ela nega.

- Vou tentar ser uma companhia decente hoje. - ela diz com a voz sonolenta. Acaricio sua barriga e ela esfrega a cabeça em meu peito. - Você não está com sono? - "Deveria ter dormido pela tarde, porém estou irritado."

- Não muito. Durmirei pela manhã. Dorme agora. - digo. Ela resmunga algo.

- Queria dormir pela manhã com você. - sorrio, mas a visão do pai dela dizendo que não deveria tocar a filha dele me perturba e não quero ouvir isso. Seria cruel.

- É uma péssima ideia. - digo ponderando. Sinto uma vontade imensa de apenas colocá-la para dormir e abaixo um pouco a cabeça inalando melhor seu cheiro. Fecho os olhos e o cheiro doce invade meu sistema. A vontade é tão grande de possuí-la que abocanhou seu pescoço lambendo e sentindo seu gosto. Ela geme baixinho. Me afasto um pouco e ela se equilibra no galho que estamos. Essa árvore é robusta o suficiente para ter galhos grossos e isso garante nossas guardas tranquilas. Ela gira no galho e se senta de frente para mim.

- Você tem que se concentrar em sua guarda. - assinto.

- Mas antes te farei dormir. - digo e ela sorri com divertimento. Me levanto sobre o galho e amontoo minha cobertura nas coxas. Volto a sentar e ela me olha apreensiva engolindo seco. - Assustada?

- Parece maior hoje... - sinto vontade rir. Me curvo um pouco e seguro sua cintura. Puxo ela para perto e agradeço por hoje ela estar com as vestimentas do meu pessoal.

Madroc - Série Esquecidos - Onde histórias criam vida. Descubra agora