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- Ele está errado! Não pode sentir ciúmes por que alguém me abraça! - a voz dela estava realmente fora de controle.

- Aisha... - Vivi parecia entender o que Agna dizia. - Eles pensam diferente. Quando você começa a se aproximar assim de um deles os outros vão ser cuidadosos em sinal de respeito. Eles não namoram ou casam aqui... Por isso que tem que existir respeito dos outros... - Aisha estava um pouco perdida.

- E?

- E que se você decidir continuar com ele tem que mostrar a ele que ele é o único que realmente tem sua atenção... E Aisha... - Vivi sorriu sem graça. - Eu sei que você não deu a entender isso ainda... Ele não vai parar de agir assim, pois não sabe agir de outra forma. - Vivi estava pedindo que ela mudasse? A indignação subiu a níveis estratosfericos. Pegou seu arco e flecha e começou a sair. - Aisha! Espere! Não estou dizendo para parar de ser você mesma... - não ia ficar ali ouvindo o que elas tinham a dizer.

Caminhou apressadamente e passou por Damiel que parecia chegar de uma caçada com Leo.

- Boa tarde Aisha. - Daniel a cumprimentou. Sequer respondeu. Sua raiva não permitiu que ela falasse.

- Ei! - Leo chamou - Não pode ir a floresta sem companhia. - se virou realmente possuída pela raiva. Agora todos estavam dizendo a ela como agir.

- Não ouse me seguir se não quiser ser meu alvo! - voltou a caminhar e entrou na floresta caminhando como uma louca desvairada. Queria apenas sumir dali. Todos estavam contra ela mesmo depois de Madroc dar um show de brutalidade e arrogância. Ela estava farta de ser a única que achava aquilo ridículo. Continuou caminhando e passando por entre as árvores. Fez o caminho que sempre fazia para ir treinar e depois de um tempo chegou na área que era treinada. Pegou seu arco e flecha e sem nem mirar atirou. Ela realmente tinha a mira tão perfeita quanto a de Draco. Acertou o Tronco da árvore sem esforços. Pegou outra flecha e mirou para outra árvore. Atirou e outro acerto. Uma coisa ela tinha certeza. Quando estava com raiva sua mira era perfeita e não precisava fazer quase nada para acertar uma das árvores. Se distraiu treinando para diminuir a raiva crescente e gritou quando ouviu um galho rachar. Levou a mão ao peito um pouco apavorada. Olhou em volta e decidiu pegar as flechas que havia atirado. Era bom ter todas se precisasse se defender.

Caminhou para perto de uma das árvores tentando se manter alerta sobre qualquer barulho que escutasse. Ela não tinha notado ainda, mas a ameaça não vinha do chão e sim das copas das árvores. Um homem com o corpo pintado e coberto de barro em algumas partes do corpo se aproximava dela mansamente sem que ela se desse conta. Aisha agarrou a flecha da árvore e prendeu do lado da calça moletom. Caminhou em direção a outra árvore e arrancou a flecha do tronco. Depois de ouvir o barulho achou melhor sair dali. Estava recolhendo as flechas e mantinha os ouvidos bem abertos para qualquer barulho que pudesse ser ouvido. Assim que tinha todas as flechas de volta começou a andar em direção ao edifício. Ouviu um cochicho e aquilo fez um arrepio correr seu corpo inteiro. Olhou em volta e não viu ninguém.

- Tem alguém aí? - seria Madroc observando ela? - Madroc, se for você não tem graça. Pare. - silêncio. Nada foi ouvido depois que calou a boca. Voltou a andar e teve realmente a impressão de estar sendo observada. Olhou em volta e seu coração disparou. Tinha alguém ali. Ela tinha certeza, mas não estava ao redor. Olhou para cima em direção às copas das árvores e o que viu fez um grito desesperado sair de sua garganta. Começou a correr depois de ver um homem assustador encarando ela das copas das árvores. O olhar dele era perturbador. Só queria alcançar o abrigo logo. Até pensou em atirar, mas o olhar do cara era assombroso e quis apenas sair dali. Depois de correr um pouco olhou para trás mais desesperada ainda. Ele estava alcançando ela e corria muito depressa. "Céus!" olhou para frente a tempo de se ver caindo ao tropeçar em uma raiz de árvore. Até tentou levantar, mas sentiu quando uma mão agarrou seu tornozelo. Olhou para trás desesperada e começou a se debater. - Me solta!

Madroc - Série Esquecidos - Onde histórias criam vida. Descubra agora