Capítulo 25

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Boa leitura!

   Capítulo: Supremacia interior.

' N A R R A D O R A '

| [Apenas siga o seu instinto, apenas aceite o que lhe foi destinado...] |

Já fazia uma hora desde que havia saído de casa, andava sem direção pelo caminho escuro da floresta que rodeava o grande casarão.

Maya nunca se sentiu tão farta de tudo, não num bom sentido, estava farta da vida, dos segredos que todos escondiam de si e do seu futuro.

Não entendia direito como acabou parando ali, pessoas completamente diferentes haviam caído de paraquedas na sua frente do nada, era tão frustrante.

Ela nunca gostou de bagunça, quando pequena, era um nojo com suas coisas e com todos ao redor, principalmente com seus irmãos porcos, sinceramente, era cansativo entrar no quarto dos gêmeos e tropeçar na cueca de um deles. Maya não sabia se eles ainda tinham os mesmos costumes ou se haviam tomado vergonha na cara. Então ela percebeu o quanto tempo tinha ficado ausente do cotidiano dos irmãos. Claro, ela estava ocupada demais pagando sua pena numa cadeia imunda, que hoje não passa de escombros.

A garota suspirou, parando de andar e observar onde estava. O Sol já estava baixo o suficiente para a floresta ficar escura e mais assustadora que o normal, não que ela estivesse com medo, ela amava aquela paisagem – que estranhamente a deixava calma ― a floresta começava a ficar mais escura e olhando para cima, viu a grande Lua se fazendo presente acima de sua cabeça. Sua visão aos poucos foi melhorando ao que suas pupilas dilatavam e ela podia seguir sem correr o risco de meter a fuça em alguma árvore ou tropeçar na vegetação.

Maya andou mais alguns minutos antes de parar totalmente ofegante, certo que estava se tornando uma sedentária nata, mas não ao ponto de sentir seus pulmões falharem por segundos e seu coração falhar nas batidas.

Algo estava acontecendo e ela não sabia o que era.

(...)

Maya ergueu suas mãos, agarrando as mechas de seu cabelo tremendo de dor, sentindo uma pontada forte no seu peito. Sua loba estava eufórica dentro de si, a garota sentia que a qualquer momento Sombras sairia de si pela boca. Tentou falar com a outra em seu interior, sentindo as pontadas se tornarem mais fortes.

― So-Sombras... – murmurou sentando-se no chão úmido, encostando suas costas no tronco grosso de uma árvore. ― O q-que esta a-acontecendo?

Suspirou, tentando acalmar sua respiração ofegante e desregulada.

" E-eu não sei.." – quase chorou ao sentir mais uma pontada no seu peito. " Não en-entendo..."

― O que? – perguntou preocupada, gotículas de suor caiam nos olhos fazendo a tortura ser pior ainda.

"E-eu sinto uma imensa von-vontade de sair... de me li-bertar sem motivos..."

Maya ficou confusa, quanto tempo Sombras não apareceu novamente? Cogitou a idéia de a loba ter sumido de dentro de si. Mas ela estava ali, conversando consigo e querendo loucamente se transformar para fazer quem sabe o que.

― E-então saía!

" Mas eu não quero sair!" rosnou irritada " Algo esta me forçando a fazer isso"

Por segundos, Maya ficou triste por Sombras ainda não querer dar papo e tampouco sair. Mas essa tristeza passou, voltou aos sentidos, franzindo o cenho. O que estaria forçando a loba marrenta a se transformar?

A Guerreira da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora