Capítulo: Pó
' M I N N A '
|Criadora|Soltei um ofego, aquelas horas haviam sido as piores da minha vida. Mas não poderia negar, estava pagando o meu preço.
Não estou arrependida, tampouco desesperada pelo meu fim, talvez aliviada, fiz algo que valeu minha vida toda, faria tudo de novo caso tivesse uma segunda vida.Clack
Senti meu sangue escorrer de mais uma rachadura no meu rosto, abaixo do queixo, uma fenda profunda. Fitei o meu reflexo no espelho quebrado, meu rosto se igualando ao objeto, quebrado, tosco e esquecido.
Um ganido dolorido saiu de meus lábios já ressecados pelos gritos e pelas mordidas que dei tentando amenizar a dor que sentia a cada pedaço de pele quebrada.
Me senti frágil.
Como porcelana fina, que requer todo o trabalho, e com um único movimento pode se tornar cacos imprestáveis.
Meus joelhos já doíam pela posição que estava há horas, de joelhos em frente ao espelho, minha aparência tinha mudado, meus olhos agora estavam mais negros e opacos, minha pele branca e quebrada, abaixo dos meus olhos, fundas bolsas de olheira, meus lábios estavam ficando roxo a cada minuto e sangue.Eu estava coberta de sangue, este que saía pelos fendas horríveis de minja face e de meus olhos, também não sabia por qual motivo.
Também nem queria saber, eu morreria alí, de qualquer jeito.
Depois da minha pequena visita a casa de Angel, percebi que a situação estava ficando pesada para o meu lado, as dores ficaram mais intensas. Não estava conseguindo me controlar e nem o tempo.
Ora estava em um lugar, ora em outro.
E então soube que chegava ao fim.
" Você controlará o tempo e espaço, mas quando sentir que não é mais capaz de ter esse poder nas mãos, a sua missão acabará"
E de certa forma estava acabando, havia cometido um grande delito a minha criadora.
Havia quebrado suas regras
A mais importante delas.
" Não revele o passado e o futuro de alguém sem permissão "
E foi exatamente isso que eu fiz, mostrei a Maya o seu passado, o de sua outra vida.
Isso, com certeza foi pior do que pecar.
Sabia das consequências dos meus atos, e agora eu iria enfrenta-los de cabeça erguida.Senti um vento forte entrar pela cabana, era ela.
Minha criadora.
Só podia ser, as portas e as janelas estão bem fechadas.Sorriria se as minhas bochechas permitissem tal ato, mas elas estavam virando pó.
— Minna.
A voz da minha criadora saiu pesarosa, por algum motivo senti alívio em vez de medo. Ela era isso, trazia a calma durante tempos ruins.
— Pe-peço per-dão... p-pelo meu gran-de e-erro...– Queria poder dizer normalmente, falar tudo correto, sentia vergonha do meu estado estando desse jeito na frente dela.
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A Guerreira da Morte
WilkołakiLembranças. Sempre vão ser nossos piores ou talvez nossos melhores sonhos, são por elas que decidimos seguir em frente ou não. O legado dos lobos de matar ou morrer ainda segue firme nos corações dos que sobreviveram à primeira guerra da profecia d...