A Guerreira da Morte

Capítulo 29

Capítulo: Olhos diabólicos

'N A R R A D O R A'
|Uma visita|

O vento frio da noite soava como uma cantiga para o garoto que observava as estrelas do céu pela janela da pequena casa. Sua mente perturbada com os acontecimentos recentes e com os do passado.

Matth soltou um suspiro trêmulo ao olhar para trás e ver o pequeno embrulho aconchegado nos lençóis da cama de solteiro.
Desde que havia entrado no quarto de Maya e visto a pequena, não tinha a pegado, tampouco chegava perto. O garoto nunca em sua vida tinha cuidado de uma criança, principalmente um bebê que parecia recém nascido.
Várias perguntas rondavam sua cabeça, de onde Maya teria encontrado o bebê? Por que a trouxe para morar consigo?

Despertou-se dos seus pensamentos ao ouvir o choramingar da pequena na cama. Seu coração por um momento parou de bater, antes de começar a pulsar rapidamente.

"Não, não, não chora criatura"

Rogou aos céus e infernos para a criança parar. Matth deu alguns passos para trás e trancou a respiração, como se aquilo fosse o suficiente para ela parar de berrar, estava quase comemorando quando Katherine parou de chorar, mas logo a pequena começou a chorar desesperadamente.

— A-ah meu santo bruxo — deu um pulo para a cama, sentando-se devagar ao lado do amontoado de panos roxos. Viu a criança de perto pela primeira vez. E teve que admitir para si mesmo, aquela bebê não parecia como uma mini diabinha. Parecia mais uma anjinho, nah, Katherine era uma coisinha ainda não identificada. — Ei coisinha, por que está chorando? Ajude-me a te ajudar, eu não sei cuidar de um bebê.

Resmungou mansinho cutucando as bochechas rosadas da neném chamando a atenção da mesma, no entanto, lágrimas ainda caíam dos seus olhinhos escuros. E agora, o choro havia aumentado.

— Eu disse pra me ajudar, não pra piorar a situação! — soltou um grunhido levantando da cama com brutalidade, a pequena começou a chorar mais alto. O som agudo estava acabando com os ouvidos do mais velho. — O que eu faço? O que eu faço?

Correu para fora do quarto desesperado, tentou achar alguma coisa para tampar a boca da criança, avistou uma rolha de vinho largada no balcão da cozinha e ponderou voltar até o quarto e colocar na boca de Katherine. Graças a Deus o garoto desistiu dessa ideia quando viu uma mamadeira em cima do balcão junto com uma chupeta e um papelzinho dobrado.

"Caso Katherine acorde chorando dê a mamadeira pra ela, esquente o leite um pouquinho antes de dar e se mesmo assim ela continuar a chorar, verifique sua fralda"
- Maya.

Verificar a fralda?
Matth torceu os lábios desgostoso. Isso é realmente necessário? Perguntou-se ao agarrar a mamadeira, a chupeta e uma fralda que achou por trás de algumas fraldas de pano. Voltou para o quarto rapidamente depois de esquentar o leite para a menina, aproximou-se da pequena novamente apenas para ver a fralda.

— Que não tenha nada, que não tenha nada. — pediu ao puxar um pedacinho da fralda, suspirou aliviado ao ver que não tinha nada. — Oh sim, graças a Deus não tem nada aqui! — riu sozinho ao colocar as coisas que tinha trazido em cima da cama.

A criança parou de chorar um pouco ao ouvir a risadinha do outro, seu corpinho apenas dava alguns sovancos por causa do choro consecutivo. Matth pegou a mamadeira vendo o leite ali dentro, e pensou, logo torceu a tampa a tirando e a jogando para longe.

— Certo... — resmungou ainda confuso com aquilo. Seu olhar foi para a mamadeira e a pequena que ainda chorava silenciosamente, ver o garoto tentando decifrar a mamadeira era mais interessante do que chorar. — E agora?