Capítulo 11

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Capítulo: Aparência de uma criança, olhos de Demônios.

"Eu posso vê-los nos teus olhos, eles estão rindo, eu vejo os seus Demônios, eles estão cantando,estão cantando vitória, vendo a sua derrota"

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'M A Y A'

[dias depois...]

Depois daquele dia eu não consegui mais pregar os olhos.
Simplesmente não fechavam.
Algo me impedia.
Talvez um medo?
Medo deles voltarem e  atormentar meus sonhos.

O estranho também não voltou desde o dia do ataque à Alcatéia Trindad.
Também não vejo ninguém daquela alcatéia.

Não sai mais do quarto, o que foi proibido de entrar.

Mas eu entrei, algo naquele maldito quarto me acalmava,  nunca prestei tanta atenção nessa cabana, mesmo odiando estar presa nela, é tão confortante,  a áurea é tão calma,algo naquele lugar parecia ser família, o vento que entrava pelas brechas da parede feita de madeira abraçava meu corpo fazendo com que meus pelos se arrepiassem.

Estava do mesmo jeito de alguns dias atrás,  na mesma posição que eu me encostei na parede, eu estou agora,  intacta,  sem mover um músculo.

Dois dias naquela posição, sentada com as costas apoiadas na parede de frente para o espelho,  abraçando meus joelhos tendo meu rosto apoiado nos mesmos.

Sem fome, sem vontade de ir ao banheiro,  não me mexeria,  na minha cabeça com o simples pensamento de que: "Se eu me mover,  eles iriam me pegar"

Aquela garota, Minna... Não apareceu nenhuma vez.

Pretendia ficar ali por todo tempo, até morreria ali se preciso.

"Não é algo que a guerreira negra faria"

Pois bem, eu não sou ela, na verdade, nem laço de família temos mais.

Essa de se fazer de forte para todos te verem como o maioral não é pra mim.

Eu só queria paz.
Droga de vida.
Malditos demônios.

Barulho de passos se fizeram na casa.
Mas nem me mexi.
"Mas e se fosse um assassino? "
Grande diferença.

— O que diabos está fazendo aí?

Aquela voz ecoou pelo quarto,  mas não respondi,  continuava fitando o espelho.

— Ei... Por que não me responde? Maya?

Vi o estranho se ajoelhar na minha frente, ainda escondendo sua face, senti seus dedos gelados tocarem o meu rosto.

Então senti uma onda de sentimentos que eu nem sabia que existia tomar conta de mim, me senti uma criancinha que caiu de bicicleta e ralou o joelho, pela primeira vez em dias, sai da minha posição para agarrar o pescoço do "estranho" e soltar um soluço.

A Guerreira da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora