Capítulo 21

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Notas finais importantes, por favor leiam ao final da leitura.

Capítulo:  Diga-me

- Novas coisas serão reveladas,
Novas mortes serão cometidas,
Este é apenas o começo da Guerreira da Morte -

' M A Y A '
|  Laila [...] |


  Acordei sentindo uma dor de cabeça enorme, junto com ela uma avalanche de memórias.
   Esse sonho...
   Companheiro...

Dimitri.

   Meus pensamentos estavam embaralhados, confusos. Meus sentimentos estavam piores.

Companheiro

   Eu tinha um companheiro.
E ele estava debaixo do meu nariz, mas por que ele não me disse? Por que ele escondeu isso de mim?

Dimitri era a morte...

E eu, por conta disso, tinha o meu furuto traçado.

Mortes.

   Mas isso não chegava perto ao que eu realmente sentia, meu pai havia me vendido?
Ele havia  vendido a alma de sua própria filha para um demônio.

   O ódio que eu sentia estava até ficando dormente, me sentia enganada, traída.

   Levantei-me olhando o espaço ao redor, ainda estava escuro, significa que ainda era noite, suspirei cansada. Já não conseguia dormir, meus sentidos estavam atrapalhados, tanto que quando dei meus primeiros passos senti uma tontura.
   Aquela situação era tão deprimente, soltei um risinho ao adentrar o banheiro e me ver no espelho. Eu era a réplica da desgraça, minha face estava pálida, olheiras negras enfeitavam a região abaixo das minhas orbes, meus olhos estavam opacos. Eu não sabia distinguir minha própria expressão, minha aparência era a de uma pessoa doente.

   Suspirei dando início à minha higiene pessoal, depois vesti uma ropa de acordo ao meu humor negro.
Roupas escuras, esse era o meu legado, roupas negras ou cinzas.

   Saí do meu quarto, desci as escadas com a calma que eu não tinha, quando cheguei na sala vi Matth jogado no sofá e Dimitri na poltrona com uma xícara de café, não senti nenhum sinal de Minna. Quando eles me viram, mas específicamente Dimitri, senti algo que não queria.

   Pensei que tinha controlado os meus sentimentos, mas estava errada, a sensação de traição voltou com toda força, de ter sido enganada como uma tola.

   Afinal, eu era tola. Nunca tive um objetivo concreto na minha vida, sempre fui uma criança normal, até certo ponto da minha querida infância, era extrovertida, feliz. Mas tudo muda, não? Você percebe quando muda quando completa uma idade. E eu percebi, quando completei 10 anos, via meus pais dando atenção aos meus irmãos, de longe eles pareciam estar felizes, apenas eles, somente eles.
     Sei que não fui excluída, como pensei que fosse, sei também que muitos se sentem assim, abandonados pela própria família, mas o que senti foi verdade. Sempre senti uma exclusão, principalmente por parte da minha mãe, eu via dor e repreensão toda vez que olhava-a nos olhos, sempre a vi dando atenção aos gêmeos. Até pensei não ser da família.
 

  Agora sim eu entendia o por quê de tudo, ela deveria me odiar, fui eu que praticamente a matei. Fui eu a ser usada naquele maldito ritual.
Tirei a vida dela, tirei a presença dela dos garotos, a tirei do seu companheiro. Era minha culpa.

A Guerreira da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora