Capítulo 32

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Próximo Capítulo: Reta final 

'N A R R A D O R A'

|“A geração de guerreiras é a salvação da humanidade”|

A luz do Sol quase não entrava para dentro do castelo, os únicos fios de luz que adentravam o local iluminavam pequenas partes da parede construída de pedras.

No canto da sala a poltrona vermelha abrigava o corpo grande do homem que bebia uma taça de champanhe enquanto observava a luz entrando pelas frestas da cortina pesada. Do outro lado da sala, deitada num divã bege, a mulher de pele dourada brincava com um roedor enquanto o bichinho grunhia cada vez que a demônia cravava suas garras na pele do pobre animal.

Vez ou outra o homem lhe olhava com nojo, sinceramente, Pedro não havia mais motivos para tê-la ao seu lado, mas para chegar a Gautti, precisava - infelizmente - de Laila.

Falando de Gautti, o espírito ainda estava preso no espelho, que foi posto próximo ao homem, o espírito observava com atenção cada movimento do homem e vice versa. 

— Precisamos conversar — o espírito quebrou o silêncio entre os dois, o pensamento de ambos foram interrompidos pelo ganido do roedor e em seguida um som molhado e lábios encharcados. Olharam para o lado do divã e viram a mulher quase transformada, os pêlos finos envolta do rosto e os olhos verdes, uma fera.

— Largue essa merda Laila — Gautti resmungou ainda fitando o homem — Estamos conversando querida — disse num tom mais gentil.

— Perdão mestra — a voz rouca da criatura ecoou pelo cômodo, largando por fim o bicho agonizando no canto do divã enquanto a fera caminhava até os outros dois. Laila fitou Pedro de canto antes de voltar sua atenção para o espírito da mulher preso no objeto e vendo seu olhar sendo retribuído com tanta intensidade prometeu a si mesma que faria de tudo para libertar sua amada mestra. 

— Como dizia, temos que dar início a uma estratégia — Pedro começou seriamente. 

— Tipo? — o espírito indagou, curioso.

— Meus guerreiros atacariam primeiramente a alcatéia das Sombras– sua fala foi interrompida por um grunhido sem interesse. Olhou o ser que havia cortado seu raciocínio.

— Burrice, suicídio — Laila resmungou.

— Não há nada com o meu plano, imunda — brandou irritado.

— Tem tudo com o seu plano, inútil — Izzadora tomou a visão dos dois seres para si — Inútil, você é inútil. Ataque frente à frente não adiantaria em nada, nem mesmo eu, com o meu grande exército e o apoio de Trevor consegui vencer. E também… Atacar justamente a alcatéia de Angel? Você tem problema?

— Oh grandíssima, diga-me então o que fazer? — Gautti ignorou a ironia nas palavras do homem e focou-se no plano, no seu plano. Aquele inútil não era nada além de um peão, um simples peão que morreria para emboscar o rei. 

— Indiretamente — começou fitando Pedro. 

— Indiretamente? 

— Sim, primeiro: Seria impossível atacar Angel com o apoio de todos, todas as alcatéias apoiam aquela mulher, as bruxas, os vampiros, o reino Dragonius tem alianças de paz para manter o equilíbrio do mundo. Se partimos pra guerra direta, eles viriam para cima de nós — Izzadora disse com preguiça, como se dizer aquilo era cansativo e não via motivo para dizer se era tão claro. —, Indiretamente eles não saberiam de onde viria o ataque, por quem e por quê. 

— Partiríamos para os pontos menores, seria loucura atacar uma das cinco maiores, uma delas sendo liderada por um supremo alfa e uma por uma mulher que deu fim em Gautti e numa guerra — Laila resmungou irônica as últimas palavras fazendo Izzadora rosnar irritada.

A Guerreira da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora