A Guerreira da Morte

Capítulo 30

Capítulo: Família      |      [Sem revisão]

'M A Y A'
|[...] Nós precisamos de alguém que nos ame sem precisar se machucar pra isso|

— EI MAYA? — não parei, apenas continuei andando. Como sempre fiz, afinal.

Seria a vida um disco furado e repetido?

Talvez, sinto preguiça de pensar.

— Maya! Eu disse para me esperar — revirei os olhos começando a andar mais devagar, logo um loiro ofegante caminhava ao meu lado. — Por que saiu? Pensei que iria conversar com a tia Angel.

Deixe-me lhes dizer o que aconteceu, já que agora estou a caminho de casa, de onde eu não deveria ter saído.
Se arrependimento matasse... Pff, não aconteceria nada comigo, mas isso não quer dizer que não fiquei irritada pelo que aconteceu naquela maldita alcatéia.

Confesso que fiquei abalada no momento em que a mulher disse seu nome. Laila era o nome daquela maldita. E não, não sinto raiva dela por ter passado o que passou com Dimitri, aliás... Foda-se Dimitri.
Mas isso não significa também que eu tenha ficado brava pelo que ela fez às pessoas e pelo que ia fazer.

Quando digo que não fiquei com raiva de Laila, realmente não fiquei, no entanto, Sombras sentiu, e muito. Quis socar a cara da Morte no chão por causar a tristeza da Somie.

Senti quando ela se enconlheu dentro de mim procurando um abrigo para esconder o seu sofrimento quando viu os olhos do seu companheiro brilharem ao fitar a mulher do seu passado.

E por isso sinto raiva de Dimitri, por machucar Sombras.
Eu particularmente não gosto dele, o suporto por causa da minha loba que escolheu esse idiota como companheiro.

Bom, parece que Laila também gostou do que viu, seus olhos refletiam desejo ao ver Dimitri em sua frente, mas não era só desejo carnal, também tinha ali o desejo de possessão, como se quisesse ele em suas mãos, como um lindo boneco de marionete.

Dimitri sorriu.

E, até eu senti dor ao ver ele reagir com aquela mulher. Acho que isso se dá por conta do passado, afinal, era companheira dele, querendo ou não.

As palavras a seguir foram essas:

— Dimitri... — o nome dele saiu manhoso dos lábios nojentos de Laila, nunca gostei dela pelo que fez a Dimitri. Lembro-me dele contando parte do seu passado para mim, dela principalmente e do seu grande ódio que guardava de Laila.

Mas esse ódio parecia ser só a distância, já que o sorriso que ele deu discordava de tudo que falou.

— Laila? — soou mais como uma pergunta, como se não acreditasse no que via. Bom, também diria isso se eu tivesse um cara que eu amei do meu passado na minha frente e esse que tinha morrido e que estava no inferno até algum momento atrás.

Nesse momento, Yan já estava do meu lado, segurando meu braço que tremia, nem eu tinha notado as reações do meu corpo diante daquela cena nojenta.

— Sou eu mesma amore — oh merda.

Foi como trincar por dentro, literalmente, não poderia ter algo como exemplo sem ser um vidro trincado, um espelho para ser mais específica.