Capítulo 35

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Capítulo: Era          

[sem revisão;+5000 palavras]


narrado por:
|MAYA|
"Um conto meio louco, mas fez parte da realidade"

— Frame está comendo o meu chinelo ou é só impressão minha? — levantei meu rosto do livro que lia para olhar uma cena um tanto engraçada. Yan estava parado com uma expressão incrédula e assassina enquanto olhava a ratazana gigante roer o seu chinelo, deitado, muito relaxado em cima de um tapete que Matth pegou no quartinho da limpeza.

— Pelos deuses, Frame! — Matthias exclamou desesperado, brotando da cerâmica e jogando o chinelo do loiro longe — Quantas vezes eu vou ter que dizer pra não comer porcaria?!

Agarrou o bicho e o colocou no colo, ignorando totalmente a cara de quem comeu e não gostou de Yan. O loiro abaixou-se resmungando baixo para pegar o chinelo e foi embora, xingando a lontra de Matth.

— Cadê a comida de Frame, Matth? — perguntei voltando a minha leitura. Matth deu de ombros e apontou para o potinho do bicho, vazio. — Ele comeu tudo?

— Ahram! Eu acho que ele tava apenas brincando com o chinelo do Yan — resmungou baixinho sentando ao meu lado e apoiando a cabeça no meu ombro.

Estávamos em casa, finalmente! Depois que saímos daquele inferno que virou o Olff, voltamos para casa. A garota que ficou cuidando de Katherine foi embora e agora a pequena está sentadinha no carrinho brincando com um pelúcia de urso.

— Não deixe Frame "brincar" com as coisas de Yan, ele não gostou muito do ratinho — sorri acariciando os pêlos do bicho enquanto via ele coçando o focinho.

— Tudo bem! — o bruxo apenas acenou, agora prestando atenção no meu livro, curioso — Que livro é esse, May?

Fechei o livro mostrando a capa, como nunca prestei atenção nas aulas de história da escola quando criança, perdi muitas fases da primeira guerra. Se uma segunda está vindo a caminho, eu preciso ao menos entender as causas e como acabou. Seguindo esse raciocínio, peguei o primeiro livro que Yan me emprestou.

— É um livro sobre a guerra que aconteceu no nosso mundo — suspirei cansada, bebi meu leite quente e coçei meus olhos, agora eu lembro porque perdi essas aulas.

— Legal! Eu nunca vi sobre essas coisas do mundo sobrenatural — riu pelo nariz, desconfortável —, sabe como é, eu nem sabia que existia coisas assim... Meu pai-

— Ele não era seu pai — cortei ríspida — Nunca foi, seus pais são outros e vamos descobrir quem são!

— Certo — suspirou, Frame parece ter percebido a tristeza de Matthias, pois fez o melhor para se aconchegar no outro. — Que foi Frame?

Riu acariciando o bicho. Fechei os olhos momentaneamente, fui rápida demais.

— Muito bem — comecei — Vai querer saber do pouco que entendi nessa coisa?

— Sim! — respondeu com olhos brilhantes, de canto de olho o vi se arrumar, confortável.

— Certo — puxei na minha mente as coisas importantes que Matthias deveria saber sobre nós. Provavelmente nunca ninguém o levou ao mundo sobrenatural. Dei de ombros, seria um ótimo começo.

A Guerreira da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora