22. Wrapped Around Your Finger

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- Você devia chamar a polícia - disse Andy.

- Ah, claro. Vou chegar na delegacia com um papel. Não tenho prova de nada, testemunha de nada. Nenhuma casa por aqui tem câmera de segurança. Talvez eu deva instalar uma.

Eu falava enquanto enchia duas canecas com água quente. A chuva batia incessantemente na janela. Andy estava sentado junto à mesa da cozinha e balançava seu pé com ansiedade, fitando o bilhete que estava no meio dela. Andy foi literalmente a única pessoa que pôde vir conversar comigo agora. Não quis incomodar Charles no encontro, Lauren nem foi cogitada, Michael e os outros estavam ocupados trabalhando, Mandy não mora aqui, Halsey está viajando.

Na verdade, eu não tinha intenção de incomodar Michael com isso. Pelo menos não agora. Poderia muito bem ser até uma fã dele e isso o faria se sentir mal. Então eu simplesmente mandei uma mensagem para Andy, imaginando que ele deveria estar no estúdio fotografando, mas não. Ele estava em casa e tinha acabado de editar uma sessão fotográfica. Me ligou, não pensou duas vezes e veio rapidamente pra cá.

- Bom, acho que você deve instalar a câmera sim. E guarda o bilhete. Se acontecer novamente, você pode ir na polícia alegando que se tornou recorrente - Andy colocou o saquinho de chá de canela dentro da caneca. - Tem alguém que não gosta de você?

- Não que eu saiba. Quer dizer, agora tem umas fãs do Michael declarando no Instagram que querem a minha cabeça, mas eu imagino que elas devam ter cerca de treze anos - me sentei na cadeira em frente a ele.

- Olha, não é impossível ser uma fã dele, mas é bem difícil. Principalmente pelo fato de ninguém saber onde você mora, pelo menos não ainda.

- Eu gostaria que você não falasse disso com ele - pedi, com o olhar no meu chá.

- Minha boca é um túmulo, Beckford. Mas acho que seria importante você contar caso aconteça novamente.

- Eu vou. Não vou contar agora porque pode ser uma brincadeira de mau gosto - falei, dando um gole no chá.

- Mas você disse que alguém observava você hoje à tarde, enquanto estava na piscina.

- Eu acho que observava. Pode ter sido a pomba que eu falei pra você, que voou. Sei lá. Parecia que tinha uma presença estranha. Eu senti isso ontem à noite também, quando voltei do bar com Michael.

- Às vezes é o seu vizinho desocupado, a janela da escada dele dá pra sua casa - Andy deu de ombros.

- Mas ontem eu senti na frente da casa. Hoje foi no quintal. Como se alguém tivesse acesso aos terrenos ao redor da minha casa e tivesse me olhado pela parte de trás hoje.

Senti um arrepio. Respirei fundo e olhei para Andy.

- Vai ficar tudo bem. Vamos instalar as câmeras amanhã aqui. Vou falar com o pessoal que instalou pro Luke - Andy estendeu a mão e fez um breve carinho no meu braço.

Sorri em agradecimento. Decidimos assistir juntos na Netflix à nova temporada de Queer Eye, um dos meus programas favoritos. Quer dizer, acho que é o programa favorito de todo mundo. Mesmo que não faça seu estilo, não tem como não se emocionar com as transformações, e o Fab5 é incrível, eles são maravilhosos. Andy contou que a ex de Michael havia inscrito ele para o programa e eu não conseguia parar de rir. Ele realmente achou que Michael seria escolhido. Mas eu protestei, falando que ele não precisa da ajuda do Fab5, e sim, tinha que fazer parte do Fab5 como consultor musical. Andy riu e concordou.
Pelo amor de Deus, Michael é super estiloso e lindo e tudo mais.

Quatro episódios mais tarde, já era passado da meia-noite e a chuva já havia parado de cair. Andy perguntou se eu queria que ele dormisse na minha casa.

Falei que tudo bem, que ele poderia ir pra casa dele.

Por mais que eu quisesse companhia, não estava com tanto medo assim, a ponto de não conseguir dormir.

Eu já estava com sono, por mais que não tivesse feito muita coisa hoje. Acho que eu estava com algumas noites mal dormidas acumuladas, então eu decidi ir logo pra cama. Resolvi pegar a caminha de Bacon e colocar do lado da minha por hoje. Normalmente ele dorme na sala - e ele gosta - mas hoje eu queria estar mais próxima dele. Tomei uma ducha rápida e me deitei, não sem antes dar uma olhada na obra prima de foto que tirei pro editorial.

Será que eles deixariam eu usar essa foto em alguma exposição? Preciso conversar com eles.

Deitei entre as minhas cobertas macias e me enrolei em posição fetal.

Dormi logo em seguida.


Acordei confusa, com um barulho alto que eu não sabia de onde vinha. Quando dei por mim, percebi que minha campainha tocava sem parar. Olhei rapidamente no meu celular, eram 4:15 da manhã. Que porra é essa?

Bacon estava sonolento e com preguiça de sair da cama dele, mas quando viu que eu levantei correndo, me seguiu. Desci as escadas rapidamente e hesitei no último degrau.

E se fosse a pessoa que colocou o bilhete embaixo da porta?

E se fosse alguém que pudesse me fazer mal?

Pensei em passar rapidamente na cozinha para pegar uma faca, mas decidi antes checar o olho mágico.

Lá fora estava muito escuro, mas uma silhueta alta estava cabisbaixa. Não dava pra discernir o rosto da pessoa, e a chuva havia voltado a cair lá fora.

Bacon estava com o focinho enfiado na fresta embaixo da porta, e fungava.

- Olivia, por favor...

Ouvi uma voz falar baixinho, antes de tocar a campainha novamente.

Michael.

Abri a porta sem nem pensar duas vezes e ele desabou em meus braços.

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Não esqueçam de avaliar e de conferir a minha outra fanfic com o Mike, Bad Blood :) Garanto que não vão se arrepender! - O Luke e o Michael são irmãos lá! https://www.wattpad.com/story/173089848-bad-blood

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