7. The Space Between a Rock and a Hard Place

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Lá fomos eu, Michael e Charles pela rua, em direção à praça.

Eu não acreditava no que estava acontecendo.

Eu estava com meu melhor amigo streamer e com um guitarrista mundialmente famoso indo enterrar uma tartaruga numa praça.

Chegando lá, o local era bem iluminado e haviam algumas pessoas reunidas em volta de um banco, tocando violão. Eles nem olharam na nossa direção, e fomos direto para a maior árvore que tinha lá, uma falsa-seringueira.

- Certo Charles, faça o trabalho - entreguei a ele uma pequena pá, que eu usava pra transplantar vasos e tinha pego antes de sair.

- Faz você - ele respondeu.

- Charles, a tartaruga é da sua irmã. Eu e o Michael já viemos com você enterrar ela, faça o favor de fazer a cova da coitada.

- Aff, droga. - Ele respondeu, tirando a pá da minha mão e se abaixando.

Cavou um pouco e colocou com cuidado o embrulho dentro do buraco. Cobriu tudo de volta com terra e, por cima, colocou uma pedra pesada que havia perto da raiz da árvore.

- Descanse em paz, Judite. Espero que você encontre a Pashimina lá - falei.

- Pashimina era um hamster? Tipo de Hamtaro? - Michael perguntou.

- Não, Pashimina era minha Agapórnis. Mas eu dei esse nome pra ela por causa de Hamtaro, mesmo.

- Cara, eu sempre quis ter um hamster chamado Hamtaro - ele continuou. - Sinto muito pela passarinha.

- Tudo bem - respondi. - Ela viveu quase 15 anos. Aproveitei ela bastante. Podemos voltar agora, Charles?

- Vamos - ele virou de costas pro local onde havia enterrado ela e começamos a andar.

Passamos novamente pelo grupo que estava sentado tocando violão, mas dessa vez eu reconheci a música que tocavam.

"Sometimes I start to wonder, was it just a lie? If what we had was real, how could you be fine?"

Michael, essa música é da sua banda, não? - Falei animada, um pouco alto demais, segurando seu braço.

Ele parou pra escutar, tentando se concentrar apesar da bebida. O grupo interrompeu a música ao me ouvir falar alto e virou pra nós. Uma garota deu um berro histérico e veio correndo na direção de Michael.

- Cuidado! - Falei ao Michael, que foi atingido pela garota.

Ela abraçava ele com toda a força que tinha em si e eu não sabia o que fazer.

- Michael, eu te amo tanto! Você é maravilhoso! Obrigada por escrever músicas tão incríveis! Você é tão sensível, tão especial, tão lindo, eu te amo tanto! - Ela falava de forma embolada, em meio a lágrimas e soluços emocionados.

Michael ficou sem jeito, mas a abraçou de volta e agradeceu sinceramente. A garota pediu pra eu tirar uma foto deles, e pediu a ele se podia beijar a bochecha dele na foto.

Senti uma pontinha de ciúmes.

MEU DEUS. Ciúmes do quê? Você conheceu ele hoje, Olivia. Ele não é absolutamente nada seu. Mal é seu amigo. 

- Vocês estão passeando por aqui? - Ela perguntou quando devolvi o celular a ela.

- A gente só tá de passagem mesmo - respondi rapidamente.

- Me segue no Twitter, Mike! - A garota pediu.

- Eu tô sem meu celular aqui... - Michael deu de ombros, se desculpando.

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