[EM REVISÃO] Angel - Jenlisa | Chaesoo

Prólogo

Hey, eu tive essa ideia enquanto lavava louça e escutava Beautiful Angel da Camilinha com o Bazzi.
O problema é que o enredo em si eu tenho, mas o desenvolvimento não sei como irá ficar, então qualquer sugestão é bem vinda.
Boa leitura.

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POV Jennie Kim

Era uma noite de sexta-feira quando aconteceu.

Lembro de estar em meu escritório, folheando a proposta de outono inverno para aquele ano e nada me agradar. Minha língua vez ou outra degustava do Wisky em meu copo, fazendo com que o estresse do dia se tornasse um pouco mais suportável.

- Deixe-me te perguntar uma coisa, Yeri. – Meus olhos abandonaram os desenhos sobre minha mesa, focando na garota à minha frente. – Você aceitaria alguma dessas propostas?

Os olhos de Yeri, uma de minhas melhores e mais antigas estagiárias, tremelicavam em ansiedade.

Eu sabia que, além de nós duas, as únicas pessoas ainda presentes naquele prédio eram os dois seguranças que guardavam a entrada da empresa.

- Não. – Sua voz não passou de um sopro. Ergui o copo até a boca, tomando todo o liquido de uma só vez. – Perdão, senhorita Kim. Eu nã...

- Não quero ouvir desculpas, quero ver resultados. – Fui áspera ao me levantar da cadeira e pegar meu sobretudo negro no cabideiro de pé. – Não me importa como irá conseguir, se vai passar o fim de semana aqui, se vai escalar mais gente para fazer hora extra, não me importa. – Arrumei a gola do sobretudo ao redor do meu pescoço ao terminar de vesti-lo. – Mas caso eu chegar aqui na segunda-feira de manhã e não ver uma proposta descente sobre a minha mesa você estará fora da empresa, entendeu?

Yeri engoliu em seco e seus olhos se encheram de lágrimas antes de sua cabeça acenar em afirmação. Aquele gesto era um dos motivos para os corredores me chamarem de víbora, mas também era um dos motivos de me admirarem.

Todavia, eu não ligava para o que os corredores diziam, eu apenas fazia o que sabia que iria me trazer retorno.

E pagar funcionário para não produzir nunca me trouxe retorno algum.

- Agora vá. – Ergui o queixo em direção à porta de saída. – Já me fez perder tempo demais.

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Todos os dias eu fazia o mesmo caminho pelas ruas da cidade até chegar ao meu apartamento. A música baixa ecoando pelo carro, meus dedos batucando no volante.

Eram quase onze da noite de uma sexta-feira e eu refletia se aceitava o convite de minha melhor amiga em comparecer em um barzinho de Karaokê quando duas motocicletas surgiram na minha frente.

Meu corpo gelou ao ver um dos que estavam na garupa apontar um revólver em minha direção, me fazendo reduzir a velocidade até parar no acostamento da estrada escura e deserta.

- Desce do carro!

A voz masculina veio abafada junto à uma batida da arma no vidro de minha janela.

Eu nunca fui de sentir medo, mas ao olhar as quatro figuras masculinas ao redor de meu carro minha cabeça girou.

Ouvi a batida na janela novamente e soltei o cinto em um movimento automático. Abri a porta mantendo as mãos para cima, torcendo para que aquilo não passasse de um pesadelo.

- Pode levar. A chave está na ignição. – Minha voz saiu baixa e tremula.

O rapaz que segurava o revolver sorriu e passou ao meu lado, tomando meu lugar atrás do volante. Um alivio saiu junto à minha respiração. Eu só queria que eles fossem embora, para bem longe de mim.

- A gente vai deixar esse material aqui? – Uma voz rouca me fez estremecer e passos foram se aproximando até que a figura de um homem forte e alto se materializou na minha frente. – Vai ser um prejuízo.

O sorriso ladino do homem ultrapassava todas as definições de nojo. Minha respiração cessou quando ele ergueu sua mão, mostrando um revólver prateado. O cano gélido encostou na lateral de meu rosto e deslizou pelo meu corpo até chegar em minha coxa.

- O que você acha da gente se divertir um pouquinho, hn?

E aquele foi o momento que as coisas ficaram um tanto quanto confusas.

Eu sou filha única de uma reprodução independente que minha mãe decidiu fazer. Única herdeira da grife Kim, um império da moda que minha mãe construiu do zero. Era apenas nós duas desde sempre e por esse motivo fui criada para saber me defender do resto do mundo.

Ao ser jogada contra a lataria de meu próprio carro e sentir o corpo pesado me imprensando, acertei uma joelhada forte entre as pernas do homem que me atacava, o fazendo agachar de dor.

Foi um reflexo. Um reflexo burro, mas mesmo assim um reflexo.

Pensei em pedir desculpas, mas os olhos dele ao voltar sua atenção em mim me fez ter a plena consciência de apenas uma coisa: eu iria morrer.

Minhas pernas cederam e as lágrimas subiram aos meus olhos assim que um tapa estalado acertou meu rosto. Seu revólver mirou em minha cabeça e eu estava apenas esperando o disparo que me mataria quando uma luz forte ofuscou minha visão.

Um tiro foi ouvido e meu corpo foi de encontro ao chão. Eu não enxergava absolutamente nada. Um grito tão fino ecoou no meio daquela luminosidade que precisei levar minhas mãos aos ouvidos para abafar o som.

E então, o grito e a luz sumiram com a mesma velocidade que surgiram.

Pisquei os olhos com força, na tentativa de me adaptar novamente com a escuridão. Minha cabeça doía tanto que eu poderia jurar que a qualquer momento ela fosse explodir.

Aquilo era o que acontecia quando a gente morria? Eu estava morta?

O alarme do meu carro disparou e então pude analisar melhor ao meu redor. Os quatro homens não estavam mais ali. Será que eu havia bebido whisky demais e tinha dormido no volante?

Não. Aquilo tinha sido real demais.

Com dificuldade, me coloquei de pé e me apoiei no carro ao cambalear. Eu mal conseguia respirar. A dor em minha cabeça parecia ter descido para o corpo todo e então eu a vi.

A luminosidade que envolvia seu corpo me impedia de reconhecer de imediato o que meus olhos estavam vendo. A silhueta era feminina, seus lábios eram cheios e seu cabelo longo.

A garota estava deitada no chão, adormecida, nua e de frente para mim, mas o que fez meu estômago gelar e o sangue correr mais rápido por minhas veias eram o par de asas brancas fixadas em suas costas.

-x-

Annyeong