Roubo

Capítulo XXXV

Bilbo piscou; ele não estava realmente certo do que Thorin havia falado, já que o anão não estava mais olhando para ele, mas para o fogo.

"Você está tão bravo comigo pelo modo como falei lá fora?", Perguntou Bilbo. Ele queria que sua voz soasse divertida; mas tremeu e o traiu, deixando sua garganta dolorosamente oca.

O olhar de Thorin era ainda pior. Pois quando Thorin olhou para ele novamente, ele não estava zangado, mas infeliz. Bilbo teria gostado de pensar nisso como uma piada - mas ele sabe que o anão não era bom em piadas. Thorin podia ser irônico e até engraçado apesar de tudo, mas com mais frequência permitia que Bilbo o fizesse rir: um som tão bonito de se ouvir! No entanto, Thorin definitivamente não estava brincando agora.

"Eu sinto Muito! Eu não deveria ter decidido por conta própria", Bilbo admitiu finalmente. "Eu deveria ter falado com você primeiro. Sei que foi uma loucura, mas estou enlouquecendo aqui, guardando todos esses segredos e nunca sabendo quando voltará de suas obrigações. Os dedos dele cavaram os lençóis, Dain estava falando comigo sobre o seu futuro e seu trono, e eu senti que ... o julgamento, Thorin, eu quero que seja feito e acabado, eu quero deixar isso para trás de mim e atrás de você" o hobbit deixou escapar, fechando os olhos por um momento. "Por favor, Thorin, eu não quis ofender. Eu vejo agora que eu ultrapassei, mas era necessário e você sabe disso tão bem quanto eu". Seus olhos seguiram os passos rápidos do rei em direção à cama. "Não fique com raiva de mim, por favor. Eu não posso suportar isso. Eu não vou", o hobbit insistiu quando Thorin finalmente estava sentado na cama. Só então Bilbo murmurou: "Thorin, Thorin", porque ele não sabia o que mais ele poderia dizer para fazer Thorin entender.

O rei olhou para Bilbo, sua expressão ininteligível.

Então ele cobriu a boca de Bilbo com a mão para parar o balbucio do hobbit.

"Você deve ir", Thorin disse simplesmente.

Em troca, Bilbo mordeu os dedos, enfurecido pelas palavras de Thorin. Thorin recuou apressadamente; mas sua mão desceu para agarrar o pulso de Bilbo, apesar do fato de o hobbit não estar tentando escapar.

"Não", disse Bilbo em voz alta, assim que os dedos de Thorin estavam em sua pele.

"É uma ordem, halfling", respondeu Thorin, o polegar pressionado contra o pulso interno de Bilbo.

"Se você quer dizer que eu não sou mais seu prisioneiro", começou Bilbo, com a voz colorida de sarcasmo, "Então estou livre para ficar".

"Não. Você não pode ficar", insistiu Thorin. Ele soltou o hobbit e distraidamente tirou sua pele e seu manto, jogando-os no chão sem um segundo olhar. "Amanhã , não mais tarde", acrescentou Thorin, em um tom tão frio que Bilbo tremeu apesar de seus esforços para manter-se sob controle. "Suas coisas serão embaladas. Temo que não seja possível levar consigo nenhuma parte do tesouro, mas prometo enviar sua parte para Bag End ao seu comando."

O tapa surpreendeu os dois.

A mão de Bilbo queimava com a força do golpe que ele havia dado. Ele viu a marca que seus dedos tinham deixado no rosto de Thorin e sentiu a raiva ainda correndo através de seu corpo. Até mesmo o olhar de choque absoluto aparecendo no rosto de Thorin não adoçou a indignação de Bilbo.

"Seu anão estúpido", o hobbit sibilou. "Você acha que eu me importo com o seu tesouro? Maldito seja seu tesouro!"

A menção de sua parte, o mero pensamento de que Thorin poderia pensar nele interessado, enlouqueceu Bilbo - pois era a loucura atingindo Thorin. Até o rei parecia perdido e permaneceu ali, sentado na cama com a face vermelha brilhante. Thorin abriu e fechou a boca algumas vezes, e quando ele falou foi mais um rosnado do que palavras distintas. Bilbo nem se incomodou em interpretá-los.