Minha vida antes mesmo deu nascer já tinha sido programada ate os meus 18 anos, estudar, ter aulas de etiquetas, ser uma boa menina, uma filha responsável e enfim me casar. Sim me casar! Eu sempre sonhei em me apaixonar, encontrar meu príncipe encantado igual das historias que a mamãe contava pra mim a noite na hora deu dormir, mas sempre tive meus sonhos interrompidos pelas supostas "realidades" do papai que nunca me deixou acreditar no amor, pra ele no vocabulário dele essa palavra não existe são negócios. E eu? Bom, eu não dizia nada, apenas concordava com o papai e abaixava a cabeça. Minha infância não foi uma infância comum como de qualquer criança, eu estudava pela manhã em casa mesmo, a tarde tinha aulas de etiquetas que iam ate o começo da noite, depois eu tomava banho, jantava, dormia e no outro dia começava tudo de novo, isso é dês dos meus seis anos de idade. Enfim, novamente eu estava ouvindo os conselhos e as dicas que minha professora de etiquetas, a senhorita Levis que de leve não tinha nada, porque ela era uma velha chata de uns 55 anos que parecia botijão encapado quando estava de vestido.
- Você deve se comportar como uma dama, ter postura ao se sentar, olhar o modo de falar. Alertou-me novamente.
- Sim senhorita Levis, eu sei.
- E espero que saiba mesmo por que a minha cabeça estará em jogo se você não se comportar corretamente.
- Sim, eu sei. Suspirei.- Irei me comportar corretamente, eu juro.
- Espero, pelo seu bem.
Ela me lançou um olhar mortal batendo levemente a régua na mão, aquela régua me trás traumas, dede sempre ela me bateu com essa régua por eu ter errado algo que ela ensinou, contava pro papai e pra mamãe e era sempre as mesmas respostas "é um modo de te corrigir" e eu me calava, como sempre! Peguei os meus livros em cima da mesa e me levantei, ajeitando a saia do meu vestido, respirei aliviada ao sair do escritório, fechando a porta atras de mim.
- EU NÃO SOU COMO A ANA JULIA.
- Emilia. Suspirei.
Fui em direção aos gritos ate chegar na sala aonde meu pai brigava mais uma vez com a Emilia, minha irmã de 15 anos, ela é a tentiva frustada de um menino dos meus pais, ela é rebelde o oposto de mim, se ela não gosta debate, briga, xinga, fala palavrão, por isso sempre esta com marcas dos cintos do papai.
- O que esta acontecendo?. Falei calma.
- Advinha? . Riu sarcástica. - O seu pai querendo que eu faça essas aulas de etiquetas ridículas. Revirou os olhos.
- Você vai fazer querendo ou não Emilia, eu mando nessa casa, eu mando na sua vida. Disse firme.
- Papai, por favor. Pedi calma.
- Você não manda em mim Carvalho.
- Veremos Emilia, Veremos.
Ele saiu andando nos deixando a sós, Emilia respirou fundo e revirou os olhos, ela estava visivelmente irritada.
- Você precisa se controlar Emi, irritar o papai não adianta nada.
- Ele me odeia Ana, ele me odeia por eu não ter sido menino.
- Isso é mentira, o papai te ama, nos ama. Sorri.
- Se amasse não te forçaria a se casar com um estranho e nem estaria arrumando um pra mim. Bufou.
- Você não entende. Suspirei.- É pro nosso bem.
- Se fosse pro nosso bem, a gente iria escolher nossos maridos quando estivéssemos apaixonadas!
Ela saiu pisando firme indo para o seu quarto, respirei fundo e subi para o meu, coloquei meus livros na minha escrivaninha e observei o meu vestido de noivado em um maniquim, ele era lindo, minha mãe tinha um bom gosto, fiquei uma semana direto tirando medidas para esse vestido na qual mandaram fazer pra mim.Ele era tomara que caia, na frente era ate na metade das coxas e atras era longa, formando uma espécie de calda até o chão, ele era estampado com algumas borboletas, perfeito para uma ocasião tão ... Difícil, digamos assim. Respirei fundo e me sentei na beira da cama, ouvi batidas na minha porta e ela logo se abriu, era a Nana, minha babá.
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Fachada
عشوائيAna Julia Beckman ou como é mais conhecida sra. Beckaman tem a vida que qualquer mulher de 20 anos gostaria de ter, rica, linda, desejada e tem o marido considerado o mais lindo da cidade, claro, essa seria a vida de qualquer gananciosa o que não é...